Camaradas,
Em nome da organização regional dos Açores, uma saudação ao XXII Congresso.
O PCP e a CDU têm denunciado a política de direita do governo regional e de quem o suporta, e que é em tudo semelhante à dos governos do PS. O problemas dos Açores e dos Açorianos não podem ser resolvidos pela mesma política de direita que os originaram. A dívida da região aumentou, apesar das promessas que todos sabiam ser impossíveis de cumprir.
Os problemas da SATA agravaram-se com a liberalização do espaço aéreo, por uma gestão pensada para a sua privatização e pelo não pagamento das compensações devidas pelo serviço público prestado. A SATA é estrutural para os açorianos e para a economia regional. A privatização apenas piorará o serviço prestado e aumentará a despesa paga pelos passageiros, pelo estado e pela região.
Não têm pão, comam crescimento económico: assim se pode resumir a lógica do governo regional dos Açores, que prefere não ver as desigualdades sociais e injustiças que a sua política produz, que 1 em cada 3 açorianos é pobre, que a produção regional é esmagada com as dificuldades que atravessam agricultores e pescadores. A sua preocupação não é combater a generalização do salário mínimo nem o desemprego. É manter-se no poder, custe o que custar, é criar ilusões e afirmar falsas soluções. Quando a pobreza infantil e das famílias bate recordes, nem as crianças escapam, que veem negado o seu direito às creches, a brincar, a socializar, em função da situação dos pais e de um acordo inqualificável com o CHEGA.
O governo regional já nem disfarça a sua dependência do CHEGA. Foi neste quadro que o PS assumiu poder viabilizar o plano e orçamento para 2025, em troca de propostas que não passavam de meros paliativos.
Nas eleições regionais de 2024, tudo tivemos de enfrentar: a bipolarização artificial, a exclusão por parte da comunicação social nacional, a tentativa para desviar atenções do que estava, verdadeiramente, em causa e para esconder as semelhanças entre programas políticos que eram, no essencial, semelhantes.
Mesmo contra estes e outros obstáculos, os candidatos e ativistas da CDU fizeram uma enorme campanha de esclarecimento, que resultou no crescimento eleitoral.
Estivemos perto de eleger um deputado e ficou à vista o potencial para ir mais longe.A discussão na Assembleia Regional tem revelado, cada dia com mais força, a falta que lá fazem os deputados da CDU. Dou um exemplo: quando os salários perdem poder de compra, ninguém – mesmo ninguém, mesmo quem se afirma de esquerda – pegou na nossa proposta de aumentar o acréscimo regional ao salário mínimo e a remuneração complementar
Nestes 4 anos, os trabalhadores lutaram. As operárias da COFACO, enfermeiros, médicos, polícias, professores, pescadores, trabalhadores das grandes superfícies, dos matadouros, dos espetáculos e tantos outros, fizeram greves, plenários, abaixo-assinados, manifestações, exigindo melhores salários, pelas 35h de trabalho semanais, pela estabilidade profissional, pela valorização das suas carreiras. Foi a sua luta que permitiu algumas respostas, ainda que insuficientes e sempre adiadas o mais que possível por um governo que prefere iludir respostas a responder aos graves problemas vividos na região.
Ao seu lado tiveram sempre o PCP e a CDU. Assim continuará a ser e será esse o caminho para ampliar a nossa capacidade de intervenção, para construir nos Açores um caminho de desenvolvimento social e economicamente equilibrado, ambientalmente sustentável.