Intervenção de Joana Carvalho, Direcção da Organização da Emigração do Reino Unido do PCP, XXII Congresso do PCP

A Organização da Emigração

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Camaradas, foi com empenho que os colectivos da Emigração participaram neste que é um momento tão enriquecedor da vida do nosso Partido, discutindo, propondo, reflectindo. Aqui estamos, com os olhos no futuro, mostrando todos os dias que o sonho é possível. Mais do que isto, o sonho é urgente!

Álvaro Cunhal disse que “ser comunista não é apenas ter um objectivo político e lutar pela sua realização. É uma forma de pensar, de sentir e viver.” Para os militantes comunistas da Organização da Emigração, apesar da distância que tantas dificuldades traz, o Partido é a força aglutinadora que nos une.

É através da militância comunista que continuamos ligados a Portugal, intervindo junto das nossas comunidades emigrantes, porque delas fazemos parte. É também a militância no Partido que nos dá os instrumentos para interpretar a realidade e agir no contexto político dos países onde vivemos.

Central para a nossa acção política, é estar presente ouvindo, identificando problemas, organizando, na busca colectiva por uma vida melhor e uma sociedade radicalmente diferente. No exemplo maior que Abril é do que ambicionamos para o futuro, os 50 anos da Revolução dos Cravos foram comemorados na Alemanha, Angola, Espanha, Suíça, França, Países Baixos, Suécia e no Reino Unido. Pelas mãos das nossas organizações, divulgámos a exposição dos 50 anos do 25 de Abril do Partido, e realizámos dezenas de debates e convívios. No espírito de Abril, estivemos presentes nas grandes manifestações de apoio à causa Palestiniana e à luta pela Paz.

Nas ruas, demos a conhecer as propostas do Partido para a Assembleia da República  e para o Parlamento Europeu. O mais bonito, camaradas, é começarmos a ser recebidos com um “vocês já andaram por aqui”. Continuaremos a lutar pelos direitos sociais e políticos, pela gratuitidade do ensino da língua portuguesa, pelo melhoria desse ensino com mais professores e meios, pela cultura e pelo apoio ao movimento associativo, e pelo reforço dos serviços consulares.

Defendemos, por isso, políticas patrióticas, de esquerda e de verdadeira proximidade, capazes de responder às necessidades das comunidades Portuguesas no estrangeiro.

É isto, camaradas, o que nos distingue! Nós somos as formiguinhas que trabalham no inverno, as tais que carregam migalhas que mal fazem um pão. Como os estorninhos de Alves Redol, o nosso grande partido aprendeu esta poderosa lição - a nossa força está na união, no trabalho incansável, aquele que continua as lutas e conquistas daqueles que vieram antes de nós, e que se perpetuará porque a luta continua!

Sabemos que as forças que empurram países para a pobreza e subserviência são as mesmas que levam milhares de jovens para a emigração. São as forças que promovem a política dos salários baixos e a precariedade, as que destroem o SNS, os transportes públicos, a habitação e a educação.  As forças que muralham esta Europa e fazem do Mediterrâneo um cemitério, cultivando o racismo, a xenofobia e semeando a guerra. É com acutilância que o PCP aponta o dedo ao sistema capitalista, a causa primeira e contra o qual lutamos, onde quer que estejamos. Tempos difíceis estes, mas não nos esqueçamos da mensagem de resistência de Shahd Wadi “ao lado da bomba, um mar, sobre os escombros, uma dança, no exílio, um regresso”.

Sempre junto das nossas comunidades emigrantes, mas também em Portugal, ouvindo e organizando a luta por outras políticas que não empurrem tantos de nós para a emigração. Em Portugal há um Partido, o Partido Comunista Português, que afirma que a emigração de tantos e tantos jovens não é uma inevitabilidade, e que um futuro melhor é possível!

Não desistimos, lutamos, não fugimos, estamos presentes!

Viva o XXII Congresso do PCP!  
Viva o PCP!

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