Falar do Movimento Associativo Popular (MAP) implica reconhecê-lo como um movimento de massas, composto por aproximadamente 35500 coletividades e associações, cerca de 425000 dirigentes e mais de 3 milhões de associados.
Este movimento é uma realidade profundamente enraizada e organizada em todo o território nacional.
• É um amplo espaço de democratização das atividades culturais, recreativas, desportivas e sociais;
• Um meio de formação pessoal e cívica, onde se aprende e exercitam os valores da democracia e de consciencialização social e política;
• Uma força que se constituiu como espaço na resistência ao fascismo e de luta pela democracia, e que com a Revolução de Abril, cujos 50 anos agora se comemoram, se confirmou como um espaço de democracia participativa.
• São disso prova o aumento do número de associações; a diversificação das suas actividades nas colectividades mais antigas, ; o surgimento e expansão de novas áreas de associativismo;
• Em muitas localidades estas associações são um dos poucos ou o único ponto de encontro e de desenvolvimento de relações sociais.
O processo de recuperação capitalista e as políticas neoliberais, a par do desenvolvimento tecnológico e novas formas de comunicação, tem produzido alterações na vida política e social, com o desenvolvimento de teses e concepções individualistas, assim como a mercantilização das actividades culturais e desportivas, com impactos negativos na vida associativa.
O desemprego, a precariedade, os baixos salários, agravam as condições de vida dos trabalhadores e das populações, com impactos negativos na sua participação na vida associativa e no exercício de cargos dirigentes.
Apesar da política de direita levada a cabo pelos sucessivos governos, o MAP continua a resistir e a desenvolver um trabalho notável. O país que somos do ponto de vista da sua vida colectiva não existiria sem as coletividades, que de forma persistente continuam a assumir as funções que caberiam ao Estado na promoção da cultura e do desporto, sem que recebam os devidos apoios financeiros, em conformidade com a Constituição da República Portuguesa.
Situação agravada, designadamente com a carga fiscal, o despejo de instalações, o agravamento dos custos de funcionamento e ainda os impactos da COVID na sua actividade.
Apoiar e dinamizar o movimento de massas que o MAP representa, é fortalecer a democracia, a organização e participação popular e o seu papel na promoção das actividades culturais, recreativas , desportivas e no desenvolvimento local.
O Partido, para além de uma política própria e distintiva nas autarquias que dirige, no relacionamento com o movimento associativo, tem apresentado muitas propostas na AR, quer no que respeita à legislação que abrange a atividade associativa a nível cultural e desportivo, quer em medidas e políticas concretas no âmbito da discussão dos Orçamentos do Estado. As propostas apresentadas no OE-2025, de apoio ao movimento associativo, foram rejeitadas com o voto contra dos partidos de direita e a abstenção do PS.
Mas é imprescindível um empenhamento orgânico a todos os níveis do Partido, que leve a maior participação dos militantes do Partido, alavancando as suas características unitárias, democráticas e populares.
Não desfocando da intervenção global do Partido, nas nossas prioridades tem de estar a intervenção organizada dos comunistas no MAP e noutras expressões de associativismo, reforçando-o e aproveitando todas as potencialidades de intervenção no plano unitário.
Por um Movimento Associativo Popular mais forte, mais participado e interventivo.
Viva o PCP