Intervenção de Helena Azinheira, membro da Direcção da Organização Regional de Setúbal, XXII Congresso do PCP

O movimento Associativo e popular

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Falar do Movimento Associativo Popular (MAP) implica reconhecê-lo como um movimento de massas, composto por aproximadamente 35500 coletividades e associações, cerca de 425000 dirigentes  e mais de 3 milhões de associados.

Este movimento é uma realidade profundamente enraizada e organizada em todo o território nacional.
    • É um amplo espaço de democratização das atividades culturais, recreativas, desportivas e sociais;
    • Um meio de formação pessoal e cívica, onde se aprende e exercitam os valores da democracia e de consciencialização social e política;
    • Uma força que se constituiu como espaço na  resistência ao fascismo e de luta pela democracia, e que com a Revolução de Abril, cujos 50 anos agora se comemoram, se confirmou como um espaço de democracia participativa.
    • São disso prova o aumento do número de associações; a diversificação das suas actividades nas  colectividades mais antigas, ; o surgimento e expansão  de novas áreas de associativismo;
    • Em muitas localidades estas associações são um dos poucos ou o único ponto de encontro e de desenvolvimento de relações sociais.

O processo de recuperação capitalista e as políticas neoliberais, a par do desenvolvimento tecnológico e novas formas de comunicação, tem produzido alterações na vida política e social, com o desenvolvimento de teses e concepções individualistas, assim como a mercantilização das actividades culturais e desportivas, com impactos negativos na vida associativa.  

O desemprego, a precariedade, os baixos salários, agravam as condições de vida dos trabalhadores e das populações,  com impactos  negativos na sua participação na vida associativa e no exercício de cargos dirigentes.

Apesar da política de direita levada a cabo pelos sucessivos governos, o MAP continua a resistir e a desenvolver um trabalho notável. O país que somos do ponto de vista da sua vida colectiva não existiria sem as coletividades, que de forma persistente continuam a assumir as funções que caberiam ao Estado na promoção da cultura e do desporto, sem que recebam  os devidos apoios financeiros, em conformidade com a Constituição da República Portuguesa.

Situação agravada, designadamente com a carga fiscal, o despejo de instalações, o agravamento dos custos de funcionamento e ainda  os impactos da COVID  na sua actividade.

Apoiar e dinamizar o movimento de massas que o MAP representa, é fortalecer a democracia, a organização e participação popular e o seu papel   na promoção das actividades culturais, recreativas , desportivas e no desenvolvimento local.

O Partido, para além de uma política própria e distintiva nas autarquias que dirige, no relacionamento com o movimento associativo, tem apresentado muitas propostas na AR, quer no que respeita à legislação que abrange a atividade associativa a nível cultural e desportivo, quer em medidas e políticas concretas no âmbito da discussão dos Orçamentos do Estado. As propostas apresentadas no OE-2025, de apoio ao movimento associativo, foram rejeitadas com o voto contra dos partidos de direita e a abstenção do PS.

Mas é imprescindível um empenhamento orgânico a todos os níveis do  Partido, que leve a maior participação dos militantes do Partido,  alavancando as suas características unitárias, democráticas e populares.

Não desfocando da intervenção global do Partido, nas nossas prioridades tem de estar a intervenção organizada dos comunistas no MAP  e noutras expressões de associativismo, reforçando-o e aproveitando  todas as potencialidades de intervenção no plano unitário.

Por um Movimento Associativo Popular mais forte, mais participado e interventivo.

Viva o PCP

 

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