Camaradas,
O Partido no distrito de Beja tem vindo intervir juntos dos trabalhadores agrícolas, onde se contam grande número de trabalhadores imigrantes. Sector com grande expressão de trabalho sazonal, baixos salários e indefinidos, precariedade, largos períodos de desemprego, acrescentando ainda uma exposição a múltiplos fatores de risco físicos como os gestos repetidos, posturas penosas, esforços físicos intensos, ruído nocivo, horários de trabalho irregulares e ritmo de trabalho elevado, como acontece com os trabalhadores das herdades do Alentejo ou nas estufas em Odemira. Ou ainda o trabalho informal em algumas destas herdades, sobre tudo na época alta da apanha da azeitona ou na vindima, onde não é cumprido qualquer direito laboral, provocando marcas na saúde do trabalhador a longo prazo, quer a nível físico e nível mental.
Actualmente aponta-se para existência de 30 mil trabalhadores imigrantes registados no distrito , distrito com uma população de 140 mil habitantes. Perante uma intensificação da exploração dos trabalhadores do sector agrícola, o reforço e presença do SINTAB, o seu sindicato de classe, tem-se revelado como elemento central no esclarecimento, na denúncia da exploração, contribuindo para o reforço da consciência, da organização e da luta dos trabalhadores.
São exemplos disso o Plenário realizado pelo SINTAB com mais de 900 trabalhadores na herdade do Vale da Rosa ou da participação de dezenas de trabalhadores de Beja e Odemira, em manifestações pronovidas pela CGTP-IN em Lisboa ou nas comemorações do 1º de Maio, tanto em Beja como em Sines.
Todos os trabalhadores, sem exceção, precisam deste que é o seu Partido, mais forte e organizado. Fruto do trabalho persistente e paciente tem havido avanços na presença e intervenção concreta do Partido nas empresas definidas como prioritárias.
Avanços, ainda que insuficientes, permitiram fazer um recrutamento de um trabalhador nepales em Odemira e a realização de uma reunião com mais de duas dezenas trabalhadores imigrantes no nosso Centro de Trabalho em São Teotónio (Odemira), mostrando que é possível avançar no reforço do partido e na organização destes trabalhadores.
No âmbito da Campanha “Aumentar Salários e Pensões” destacam-se os contactos feitos nas empresas doPrado em Beja com 27 trabalhadores a assinarem o abaixo-assinado ou com os trabalhadores das empresas prestadoras serviços, com exemplo AgroHappy e TironAgro, feitos numa das habituais “praças de jorna” em Beja, numa madrugada, com 54 trabalhadores assinaram o nosso abaixo-assinado, neste caso uma versão em inglês, versão esta, que se tem mostrado uma ferramenta importante para a nossa intervenção.
Sabemos que esta nova realidade tem um grande impacto em vilas e aldeias por esse Alentejo fora, que enfrentam o envelhecimento e a perda da sua população. A diferença da língua, da cultura ou da cor da pele pode causar estranheza a alguns. Mas aqui sabemos e não hesitamos: sejam quais forem as diferenças, aqueles que com o seu trabalho metem o país a funcionar, são trabalhadores entre iguais e portanto este é o seu Partido e é aqui, ao nosso lado que têm de estar. Ter-mos um Partido mais organizado e estruturado nos locais de trabalho deste sector é a tarefa central do nosso trabalho, para que estes trabalhadores estejam em melhores condições de lutar por salários mais justos, horários de trabalho dignos e vínculos de trabalho estáveis, terem direito a uma vida digna no nosso país, e é nesta luta de todos os dias que nos vão encontrar! É sempre na linha da frente, da luta pelos direitos, que os trabalhadores vão encontrar um aliado com 103 anos de história, o PCP!
Viva o XXII Congresso do PCP!
Viva o Partido Comunista Português!