A empresa em epígrafe aplicou, pela quarta vez (três vezes nos últimos quatro anos) um
processo de lay-off a todos os seus trabalhadores, com excepção do guarda, com início a 2 de
Janeiro, pelo período de três meses, com a redução de catorze dias.
A empresa justifica-se com os argumentos habituais e conhecidos: falta de encomendas, difícil
situação de mercado para a sua produção, prejuízos elevados se não avançar o lay-off. E, como
sempre, os trabalhadores pagam a factura, sob a chantagem de que , a não haver lay-off, a
empresa se tornará inviável.
É uma evidência que a instabilidade e prejuízos que advêm para os trabalhadores pela
continuidade anual destes processos, e também pelos custos que são assim transferidos para a
Segurança Social, exigem do Governo uma intervenção que há muito devia ter sido feita. E não
foi por falta de questionamento dos trabalhadores e do PCP que o Estado Português não a
realizou atempadamente.
Uma intervenção e acompanhamento da situação da Jado Ibéria que exige uma avaliação
rigorosa e profunda da situação económico-financeira da empresa e a negociação com a
Multinacional as medidas necessárias à estabilização da empresa. Ninguém pode perceber que
a gestão de uma importante e poderosa multinacional (Grupo Ideal Standard International)
constate a redução da sua produção desde 2004, sem a tomada de medidas
(reestruturação/reconversão) na unidade portuguesa, que assegurem o seu futuro. O que, a não
acontecer, levará um dia destes, a empresa a justificar o seu encerramento e o despedimento
de mais 112 trabalhadores!
Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito ao Governo que, por
intermédio do Ministro da Economia e do Emprego me sejam prestados os seguintes
esclarecimentos:
1.Que avaliação faz o Ministério da Economia e do Emprego da situação e futuro da Jado
Ibéria? Estão tomadas medidas de negociação com a Administração do Grupo onde se
integra a Jado Ibéria?
2.Que acompanhamento está a ser feito do «novo» processo de lay-off? Qual a avaliação
própria da parte da AdC da sua necessidade? Ou a aceitação do lay-off, vai ser justificado
com os argumentos que a empresa transmitiu aos trabalhadores?
Pergunta ao Governo N.º 1890/XII/1
4º Lay-off na empresa JADO IBERIA, Nogueira, Braga
