Apesar do balanço positivo que o relatório tece aos 40 anos da união aduaneira, muitos sectores produtivos, designadamente em Portugal, não têm a mesma opinião. Pelo contrário. Sabem que a total abertura de fronteiras, em nome da livre concorrência, criou situações profundamente injustas e agravou défices estruturais, dados os desiguais patamares de desenvolvimento entre os diversos países.
A esta situação de desigualdade nas forças produtivas e no desenvolvimento do processo produtivo, acresceram outras medidas, políticas e instrumentos que contribuíram para agravar a situação, com destaque para a criação do mercado único, a liberalização do comércio internacional, o Pacto de Estabilidade no âmbito da união económica e monetária e o neoliberalismo presente na dita Estratégia de Lisboa.
Por isso, embora o relatório tenha algumas propostas positivas no âmbito do reforço da cooperação, a base de que parte é inaceitável. Daí o nosso voto contra.