31 de Dezembro de 2004

No limiar de um novo ano quero transmitir aos trabalhadores, ao povo português e, naturalmente, aos militantes do PCP, aos activistas e apoiantes da CDU uma mensagem de esperança e confiança.

Vivemos tempos de perigos e inquietações. No Iraque, onde Portugal está envolvido numa guerra de ocupação criminosa de que deve desvincular-se o mais rapidamente possível, na Palestina, onde os direitos nacionais do povo palestiniano são há décadas violentamente reprimidos e, noutros pontos do Mundo, onde o imperialismo está a semear morte, sofrimento e destruição para se apoderar de riquezas e impôr o seu domínio. Desenvolve-se o militarismo e crescem, como em Guantámano, ataques fascizantes a direitos, liberdades e garantias fundamentais. Conquistas e direitos dos trabalhadores alcançados por décadas de duras lutas estão a sofrer uma violenta ofensiva do grande capital. Crescem as injustiças e as desigualdades sociais em contradição flagrante com as extraordinárias conquistas da ciência e da técnica as quais, se colocadas ao serviço dos povos, há muito teriam já erradicado os flagelos do desemprego, da fome, da doença e do analfabetismo.

Nos últimos dias chegaram da Ásia tristes notícias. Não posso, nesta ocasião, deixar de exprimir o pesar e a solidariedade do PCP para com as vítimas desta imensa tragédia, nomeadamente as de nacionalidade portuguesa.

Em Portugal, em consequência de desastrosas políticas de direita que os governos do PSD/CDS-PP ainda mais agravaram, estamos confrontados com problemas gravíssimos no plano económico, social, político, cultural e de soberania que reclamam com urgência uma profunda mudança de rumo.

Mas este quadro de problemas e inquietações não abafa a realidade da resistência e luta dos trabalhadores e dos povos que se desenvolve em todo o Mundo, não anula as contradições e dificuldades do sistema capitalista mundial nem é capaz de esconder diante dos democratas e progressistas de todo o mundo, nomeadamente da juventude, a incapacidade do capitalismo para resolver os problemas da Humanidade.

Há fortes motivos de esperança e confiança que a intervenção, a mobilização, a luta convergente das forças do progresso social e da paz podem tornar-se realidade no Mundo, como em Portugal.

 

No nosso país, ao contrário do que muitos previam, foi possível derrotar o Governo PSD/CDS-PP e travar a sua obra de desestabilização e destruição.

Neste início de um novo ano surge a oportunidade para os trabalhadores e o povo português caminharem para um novo rumo na política nacional, com mais votos e deputados da CDU, virando a página do calendário e virando a página da política realizada nos últimos 28 anos.

No momento em que um Ano Novo se anuncia desejo assegurar que, concretizando com entusiasmo e confiança as decisões do XVII Congresso, o PCP, sempre com os trabalhadores e sempre com o povo, fará tudo o que estiver ao seu alcance para concretizar uma viragem de esquerda na vida política nacional, que garanta emprego com direitos, melhores salários, um Portugal com futuro.

O PCP tudo fará para que, com o fortalecimento da CDU nas eleições de 20 de Fevereiro próximo, o ano de 2005 traga aos portugueses e a Portugal boas notícias e se retome o caminho da esperança dum futuro melhor. Tudo fará por um mundo de paz, amizade e cooperação entre os povos.

Feliz Ano Novo.

Jerónimo de Sousa Secretário-geral do Partido Comunista Português