Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

Reunião com o Governo sobre o Orçamento

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O Sr. ministro apresentou os pressupostos nos quais vai elaborar a construção do Orçamento, ora, são pressupostos dos quais nós nos opomos frontalmente e rejeitamos, aliás, com toda a franqueza e toda a clareza, não valia a pena estarmos a perder tempo, no sentido de troca de argumentos sobre questões com pressupostos completamente diferentes. E, portanto, o Sr. ministro, com toda a frontalidade, disse quais eram as condicionantes (as condicionantes são o programa do Governo, as incertezas da situação internacional, são as amarras da União Europeia, é a dívida que vai decorrer da execução do PRR) e nós dissemos que aquilo que o país precisa é de mais salários, mais pensões, mais medidas e mais financiamento na habitação pública, mais medidas para garantir o acesso ao Serviço Nacional de Saúde e de mais apoio às micro, pequenas e médias empresas.

Ora, como se está a ver são pressupostos completamente diferentes. O Governo afirmou, nós afirmamos com frontalidade, com lealdade institucional, viemos embora. 

Nós aquilo que afirmamos junto do Governo é que, perante as opções do governo, da nossa parte combate. Combate político, combate social, combate. E que estamos à espera dia 10 de Outubro, como manda a lei é que o Governo entregue um documento para olharmos para ele, mas sem nenhuma expetativa, depois desta reunião, sem nenhuma expectativa. 

Permita-me dizer assim, e aqui neste aspecto tenho que sublinhar a frontalidade Sr. Ministro. O Sr. Ministro foi claro nos pressupostos que avançou de elaboração do documento do Orçamento de Estado. Não, quero crer que os elementos que nos avançou a nós não sejam aqueles que vai avançar a outros. Os pressupostos são aqueles. Portanto, perante esses pressupostos, cada um tomará a sua decisão. Da nossa parte, está claro qual será a nossa. Eu ontem afirmava que não tinha grandes expectativas do ponto de vista político desta reunião hoje. Pronto e elas confirmaram-se: não há nenhuma expetativa. 
Outros farão o que entenderem. Partindo dos pressupostos que o governo avançou.