Sobre a iluminação da Assembleia da República com as cores da bandeira de Israel

O PCP discordou da proposta de iluminação da Assembleia da República com as cores da bandeira de Israel.

O PCP expressa o seu profundo pesar pelas vítimas desta tragédia junto das populações israelita e palestiniana e manifesta-lhes a sua solidariedade.

Não se deve confundir a solidariedade com as populações, com um Estado que é responsável por décadas de ilegal ocupação de territórios palestinianos, pelo permanente incumprimento e violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais sobre a questão da Palestina, pelo sistemático desrespeito do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, pela constante obstaculização e inviabilização de todo e qualquer perspetiva de processo político com vista à resolução do conflito no respeito pelos inalienáveis direitos nacionais do povo palestiniano consagrados no direito internacional.

O PCP entende que a Assembleia da República não deve branquear a política de Estado de Israel de ocupação, de expansão dos colonatos, de opressão, privação e humilhação do povo palestiniano.

A profunda preocupação e inquietação com a escalada do conflito, em particular com as suas trágicas consequências para as populações, palestiniana e israelita, e o perigo do seu alastramento numa região já martirizada por décadas de ocupação, guerra e subversão que espalharam a morte e a destruição e geraram milhões de refugiados – seja no Afeganistão, no Iémen, no Iraque, na Líbia, no Líbano, na Palestina ou na Síria –, deve suscitar por parte da Assembleia da República a exigência do fim da escalada militar e de uma solução política garanta a concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental, e a efetivação do direito ao retorno dos refugiados, conforme as resoluções pertinentes da ONU, e a paz no Médio Oriente.

 

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