Desde o XX Congresso o nosso Partido foi chamado a enfrentar novos e complexos desafios, resposta a complexas e inusitadas exigências. Fomos chamados a responder à violenta ofensiva política e ideológica decorrente da evolução da situação política nacional e internacional, e agravada, nos últimos meses, pelo aproveitamento que as forças reaccionárias e o grande capital fazem do surto epidémico para atacar o PCP, direitos e liberdades e o próprio regime democrático.
Com coragem, criatividade e confiança, o Partido não se confinou. Manteve a acção, a iniciativa, dinamizou a resistência e a luta dos trabalhadores e das populações.
Neste trabalho assumem papel determinante os quadros que, com determinação, mantiveram activo e actuante o nosso colectivo partidário.
Garantindo o funcionamento das organizações, a venda do Avante!, a cobrança das quotas e a organização de fundos. Foi com eles que nos mantivemos ligados aos trabalhadores a às populações, mobilizando-os para a luta pelos seus direitos e reivindicações. Foi com eles que realizámos sessões, debates, comícios e a nossa grande Festa do Avante!
Por isso são imprescindíveis para o Partido que somos, os Quadros distinguem-se dos outros membros do Partido, pela disponibilidade e pela assumpção de tarefas, por mais singelas que elas sejam.
No conjunto dos Quadros é justo destacar os funcionários do Partido. Quadros firmes política e ideologicamente, exemplo de entrega à causa dos trabalhadores e do povo que não são, nem nunca foram, empregados ou tarefeiros, nem têm uma carreira profissional, mas sim revolucionários profissionais, inteiramente dedicados e empenhados, com total disponibilidade para a luta.
Valioso património do PCP, sempre foram a espinha dorsal ao longo dos 100 anos de história do Partido. Integrados na trabalho colectivo, com deveres e direitos iguais a todos os militantes, assumem papel indispensável na dinamização e direcção da organização e em toda a actividade. Não são os ataques e calúnias contra eles, dirigidos por oportunistas e inimigos de classe, que apagam o seu papel revolucionário na luta de hoje e do futuro.
Deveremos continuar a dar toda a atenção ao recrutamento de quadros, funcionários, operários e trabalhadores, em particular jovens e mulheres.
Camaradas
A política de quadros do Partido assenta em pilares fundamentais - o conhecimento das suas características, da sua preparação e formação, das suas capacidades e potencialidades, da sua forma de estar no Partido e em sociedade, do seu carácter, o empenho nas tarefas atribuídas, das perspectivas futuras para assumir maiores responsabilidades.
O conhecimento e avaliação dos quadros exige, dos responsáveis e dos organismos de direcção, uma apreciação global, sem superficialidades, sem acentuar apenas os êxitos ou os erros.
A situação actual exige quadros cada vez mais preparados para a intervenção política prática e que, no plano ideológico, saibam em estreita ligação com a prática e a vida, aplicar na acção concreta da realidade onde actuam, a base teórica do Partido - o marxismo-leninismo.
Sempre consideramos a importância para a formação dos quadros a sua inserção e participação na luta política, a militância do dia-a-dia e a importância da formação ideológica como indispensável para o seu progresso.
No período decorrido desde o XX Congresso realizaram-se na Escola do Partido 26 cursos em que participaram 912 camaradas, incluindo o curso para os Funcionários do Partido. Nas Organizações Regionais realizaram-se 103 acções de formação com a participação de 1450 camaradas.
Para alargar e aprofundar a preparação teórica e política dos quadros é fundamental a leitura e o estudo dos documentos do Partido, do Avante! e de O Militante, das obras teóricas do Marxismo-Leninismo e de Álvaro Cunhal, a participação nos boletins da sua organização, em plenários, assembleias, Encontros Nacionais ou Regionais, Seminários, Conferências, Debates e, evidentemente, em Congressos e na sua preparação. É justo dar relevo às comemorações do Centenário da Revolução de Outubro, à Conferência do II Centenário do nascimento de Marx, às iniciativas sobre os 150 anos do nascimento de Lénine, à Conferência do II Centenário do nascimento de Engels, entre outras.
É verdade que persistem dificuldades e insuficiências na nossa política de quadros. Mas é indispensável valorizar passos positivos em aspectos relativos aos quadros do Partido, destacando-se o levantamento e responsabilização por tarefas concretas, com particular atenção às células de empresa.
Camaradas
Para responder às necessidades de reforço do Partido e às exigências da luta são essenciais as seguintes linhas de trabalho:
- Discutir com regularidade nos organismos, particularmente nos secretariados, a avaliação dos quadros e o levantamento de novos camaradas a responsabilizar, em particular operários, jovens e mulheres, definindo tarefas concretas e apreciando a sua concretização;
- Alargar a responsabilização de camaradas por tarefas adequadas às suas disponibilidades e características;
- Avaliar entre os quadros que se destacam os que têm condições para funcionários do Partido;
- Fazer o controlo de execução ao desempenho das tarefas, indispensável para o apoio ao trabalho, ao conhecimento e ao desenvolvimento dos quadros;
- Alargar a preparação teórica dos quadros, potenciando os meios existentes, na Escola do Partido e nas organizações regionais.
Levar à prática estas medidas é dar vida ao lema do nosso Congresso:
Organizar Lutar Avançar!
Democracia e Socialismo!
Viva a XXI Congresso! Viva o PCP!
Viva o Partido Comunista Português!