Intervenção de José Rato, XXI Congresso do PCP

A luta e intervenção do Partido nas pedreiras e empresas de transformação dos mármores

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Camadas, uma saudação ao XXI Congresso do PCP, à coragem e determinação na sua realização.

Camaradas

Partilho neste congresso uma experiência dessa determinação e persistência do Partido.

Falo-vos da luta de quase duas décadas, pelo regime especial de acesso às pensões de invalidez e velhice para os trabalhadores da extracção ou transformação primária da pedra, incluindo a serragem e corte em bruto.

Luta que teve desde a primeira hora o PCP na linha da frente, apresentando sucessivamente propostas, várias vezes chumbadas pelos mesmos de sempre.

Luta que se travou em condições muito difíceis, mas em que a persistência do Partido e a luta dos trabalhadores foi determinante nos avanços alcançados.

Falamos de um sector com poucos de concentração à porta das empresas e deferentes pontos de acesso. Um sector com grande penosidade e risco e onde há mais de 17 anos se luta por aumentos salariais ajustados à exigência do trabalho.

Falamos de um sector onde o Partido, apesar de usufruir de prestígio não tinha organização, mas o conhecimento do Partido sobre as aspirações e reivindicações destes trabalhadores foi determinante.

Em final de 2018 o Partido, a partir da intervenção e proposta na Assembleia da República, procurou criar as condições de fazer chegar a informação aos trabalhadores.

Sabíamos que à porta das empresas era mais difícil falar e tínhamos de encontrar outra solução. Fizemos uma reunião na freguesia de Bencatel, onde residem muitos desses trabalhadores dos mármores. Espalhámos nos cafés e nas empresas onde conseguimos ir à porta a convocatória a trabalhadores.

Estiveram perto de trinta. Conseguiu-se o contacto dos preentes o que contribuiu para criar uma rede de contactos para as iniciativas seguintes e criar a consciência da importância de estarem sindicalizados. Enquanto o processo de luta se desenvolvia acompanhada com a proposta do PCP conseguimos, a partir da rede criada fazer chegar a informação e a mobilização para diversos momentos, onde se destaca um plenário do PCP com mais de 80 trabalhadores de diversas empresas e já no dia 1 de Setembro deste ano uma acção do PCP na rua com mais de 70 trabalhadores, com o objectivo de exigir ao Governo do PS a eliminação do factor de sustentabilidade para todos os trabalhadores que se reformaram e não só a partir de 2020.

Camaradas este caminho permitiu o reforço da unidade e da luta em torno do seu sindicato de classe com efeitos também noutros aspectos reivindicativos do sector.

Podemos afirmar que hoje os trabalhadores deste sector no Distrito, reconhecem a acção do Partido a partir da realidade concreta, ficámos com pontas em mais empresas do sector e com mais perspectivas de recrutamento, não estando ainda totalmente aproveitadas as potencialidades abertas.

A organização do PCP nas empresas deste sector no distrito é o esforço mais decisivo para avançar na acção e intervenção do Partido que importa ali consolidar.

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