Saúdo todos os camaradas delegados.
Sejam bem-vindos a Loures!
A realização do Congresso do Partido é uma afirmação da liberdade e da inviolabilidade dos direitos políticos e partidários.
Um Congresso que se realiza em momento de forte combate político e ideológico, contra o anticomunismo, o ataque às liberdades, o branqueamento do fascismo, e o fomento do individualismo e do isolamento social.
É cada vez mais importante o alargamento da influência do Partido, representante destacado dos que não se resignam, não se isolam e não viram a cara à luta, por mais difícil que ela se torne.
O papel dos comunistas é o que incomoda os que querem impor o retrocesso e a resignação. Incomoda-os que este Congresso se realize; incomoda-os que no 5º mais populoso do país, a autarquia seja dirigida por eleitos do PCP e da CDU.
Aqui em Loures temos enfrentado regularmente ofensivas, calunias e campanhas. A todos damos combate. Não temos medo deste combate.
Ouvimo-los muito preocupados com a realização do Congresso, concretizado em plenas condições de segurança, mas nunca os ouvimos preocupados com a situação de sobrelotação dos transportes públicos.
Ouvimo-los a dizer que não pode haver preconceitos ideológicos para entregar mais recursos, mais ainda, aos grupos privados da saúde, mas nunca os ouvimos a exigir mais recursos para o Serviço Nacional de Saúde.
Ouvimo-los preocupados com as fraudes do rendimento mínimo, mas nunca com os rendimentos máximos de banqueiros ou grupos económicos.
Houve até um desses iluminados que, a propósito da realização do Congresso do PCP, falou em “habilidade saloia”.
Aqui temos muito orgulho na raiz saloia da nossa cultura, de gente empenhada há séculos na produção agrícola. A que se acrescentaram depois milhares de operários na cintura industrial e depois gentes de todo o país e de todo o mundo, à procura de uma vida melhor.
Um concelho de gente que fez a República mais cedo, lutou contra o fascismo, conquistou a Revolução de Abril.
Ao longo dos últimos meses querem convencer o povo de que o combate à pandemia e a defesa da democracia são questões contraditórias.
Não é combate à pandemia o ataque aos direitos dos trabalhadores; não é combate à pandemia a degradação dos serviços públicos e do Serviço Nacional de Saúde; não é combate à pandemia a suspensão da cultura, das liberdades políticas ou partidárias.
Isso não é combate a pandemia, é sim, ataque a democracia. E sem democracia não há saúde, nem direitos, nem progresso, nem futuro.
Bom Congresso, e muita força para todas as lutas que temos pela frente!
Viva o XXI Congresso!
Viva o Partido Comunista Português!