Estamos a encerrar os trabalhos do nosso Encontro Nacional. Uma produtiva e importante realização do nosso Partido de reflexão, debate, mas também de reafirmação de um amadurecido património há muito consolidado de análise e soluções para um Portugal com futuro.
Por esta tribuna estiveram presentes os reais problemas com que os portugueses e o País se confrontam, as causas internas e externas que bloqueiam o seu desenvolvimento. As causas do continuado declínio a que o País foi conduzido pela política de direita, dos persistentes atrasos acumulados em sectores chave por décadas dessa política de desastre nacional protagonizada por PS, PSD e CDS que fragilizaram e debilitaram o País e nele deixaram marcas negativas profundas que estão por superar.
Aqui e na confluência das análises aos principais sectores da vida nacional, inseparáveis da Conferência Nacional que recentemente realizámos e os aprofundou, se demonstrou que está por concretizar a política de que Portugal precisa para fazer face à dimensão e gravidade dos seus problemas e se comprovou que há no País soluções que exigem uma mudança de fundo na orientação política no governo, uma política alternativa coerente, em integral ruptura com a política e soluções do passado.
Aqui ficou patente que é necessário e é possível dar outro rumo ao País. Que há uma política – a política patriótica e de esquerda – que o PCP e a CDU propõem aos portugueses para encetar esse outro rumo alternativo e que essa é a questão central do tempo presente – a grande tarefa na concretização para a qual urge mobilizar todos os nossos esforços e o concurso de todos os democratas e patriotas empenhados em assegurar o Portugal desenvolvido e de progresso!
A grande tarefa aqui amplamente tratada que nos impõe e exige superar em medidas e iniciativas, tudo aquilo que até hoje temos feito para chegar com a nossa palavra às grandes massas de trabalhadores e do nosso povo, mantendo formas tradicionais de contacto, mas também experimentando audaciosamente novas formas de ligação, que se traduzam numa densa rede de convivência com os mais variados sectores e camadas da população portuguesa.
Este é o grande desafio que colectivamente temos pela frente neste ano excepcionalmente exigente de 2019, onde se combinam múltiplos combates no plano social e institucional, e grandes e importantes batalhas eleitorais que apelam a um redobrado e articulado esforço nas várias vertentes da intervenção e acção do nosso Partido.
Um ano de múltiplos combates, sejam os que temos em mãos pela reposição completa dos direitos dos trabalhadores e do nosso povo extorquidos nestes últimos anos - uma batalha não terminada -, pela valorização dos salários, por mais e melhor emprego e contra a precariedade, pela revogação das normas gravosas das leis laborais, pela defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde objecto de uma perversa acção desestabilizadora das forças do capital, mas também em defesa dos serviços públicos e dos sectores produtivos nacionais.
Combates que não prescindem, antes exigem uma particular atenção dos comunistas portugueses na dinamização e no reforço da luta dos trabalhadores e das outras camadas da população, suas organizações e movimentos, condição não só para assegurar e consolidar os avanços conseguidos nesta nova fase da vida nacional decorrente da derrota do governo PSD/CDS, mas dar novos passos na reposição, conquista de direitos e condições de vida.
Múltiplos combates e importantes batalhas eleitorais que reclamam um PCP que não descura o reforço da sua própria organização, nem a organização do espaço de participação dos muitos milhares de democratas que intervêm no espaço unitário da CDU. Reforço deste nosso Partido que procura no desenvolvimento do conjunto das batalhas sociais, políticas e eleitorais em curso e em perspectiva, elevar a sua capacidade de resposta aos problemas que a vida lhe coloca em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, aprofundando a sua ligação às massas, ampliando o número dos seus militantes e da militância, garantindo o êxito da campanha nacional de 5 000 contactos, particularmente junto dos trabalhadores.
Múltiplos combates no qual se inclui a valorização da Revolução de Abril e dos seus valores, neste ano em que se assinala o seu 45º aniversário! Valorização tão necessária, quanto tem sido afrontada pela política de direita e seus protagonistas que fizeram do ataque às suas conquistas o núcleo duro do seus programas de acção e intervenção política na sociedade portuguesa.
Mas como este nosso Encontro Nacional destacou, 2019 será particularmente marcado por três batalhas eleitorais de uma grande importância e impacto na evolução do futuro imediato do País.
Três distintas eleições que tendo cada uma a sua especificidade, vão pesar no seu conjunto e com o reforço da CDU em votos e mandatos, assegurar que a defesa, reposição e conquista de direitos não só não andem para trás como os sectores revanchistas ambicionam, mas pelo contrário se aprofundem, e fazer avançar o País.
Batalhas eleitorais, duas das quais com expressão nacional, as eleições para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República, que assumem um peso particular no combate que travamos para abrir caminho a uma alternativa política, capaz de transpor e superar a política de desastre nacional de submissão às imposições da União Europeia e do Euro e enfrentar, com a recuperação dos instrumentos de soberania alienados, os graves défices estruturais do País, a crescente e preocupante dependência externa, a atrofiante dívida pública, as profundas desigualdades sociais e assimetrias regionais patentes na vida nacional, os muitos problemas do País que continuam com solução adiada.
Batalhas eleitorais que devem traduzir o reforço da CDU em votos e mandatos, numa mais favorável correlação de forças na sociedade portuguesa, a favor da concretização de novos avanços nas condições de vida dos trabalhadores e do povo e em mais força à exigência de uma verdadeira mudança no País e na Europa.
Temos razões para encarar com confiança as batalhas eleitorais que aí estão e que serão realizadas num quadro diferente e num contexto diverso dos actos eleitorais que agora se renovam.
Um quadro diferente que encerrando visíveis perigos, abre também portas ao avanço da CDU, desde logo pelo papel único que o PCP e o PEV têm desempenhado para recuperar direitos e condições de vida dos trabalhadores e do povo, e pela clara proposta alternativa que apresenta, mas igualmente pelo que a experiência vivida nesta fase da vida política nacional revelou com a nossa decisiva intervenção, destruindo velhas falácias que secundarizavam a eleição de deputados e da sua decisiva importância, incluindo na formação de governos, a favor de putativos primeiros-ministros ou de empoladas disputas à volta do partido mais votado.
Falácias que, subvertendo a natureza das eleições, permitiram dar vida ao rotativismo da alternância sem alternativa, entre PS e PSD, com ou sem CDS, que conduziu o País à crise e ao qual sonham regressar, sem o dizer e assumir. Um quadro onde a direita da revanche e do conservadorismo retrógrado de PSD e CDS se apresenta desacreditada no plano político e social, em resultado da política ruinosa que tem prosseguido no País.
Um quadro mais favorável para a luta por novos avanços e novos progressos que precisamos potenciar, mas também um quadro, por isso mesmo, mais exigente e mais complexo.
Mais exigente e complexo, porque as forças que representam os grandes interesses económicos monopolistas há muito identificaram a força motora dos avanços verificados na sociedade portuguesa nestes últimos três anos – o PCP e a CDU - e há muito decidiram tudo fazer para inverter a situação e regressar ao passado da política do vira o disco e toca o mesmo, seja pela mão do PS hegemónico e com o poder absoluto, seja alargando a política de convergência e consensos ditos de regime entre PS, PSD e CDS, como o têm feito em matérias nucleares da política de direita, seja nas leis laborais, políticas e fundos comunitários, desconcentração regional ou na saúde, onde as pressões são agora mais evidentes, vindas também da Presidência da República.
Um quadro por isso, como vamos vendo, propício às manobras de diversão e ao engano, ao branqueamento de passados e responsabilidades governativos, à mistificação descarada e ao alimentar de ilusões enganadoras que já se projectam quer pelo PS, quer pelo seu governo minoritário.
Sim, governo minoritário do PS e não governo das esquerdas ou da esquerda ou de qualquer inexistente maioria parlamentar como a generalidade dos alvissareiros do comentário político, de forma sistemática e nada inocente, caracterizam a actual governação, para amalgamar práticas, posições e projectos, e tudo confundir.
Um quadro onde não faltam campanhas, explorando acontecimentos internacionais a favor das grandes potências e dos grandes interesses do capitalismo mundial, produzidas e orquestradas a partir dos seus poderosos centros de manipulação e de difusão planetária ao seu serviço, tal como as mais torpes campanhas internas de manipulação, mentira e difamação.
O que tais sectores pretendem, e devemos estar prevenidos, é branquear a conduta daqueles que durante décadas exerceram o poder político subordinados aos seus interesses e ao seu projecto de domínio do País.
O que pretendem não olhando a meios, mesmo os mais torpes, é recuperar o espaço e poder perdidos, graças à intervenção e acção do PCP.
O que querem fazer crer é que fora do PS, PSD e CDS não há soluções!
O que certos sectores temem e querem acautelar com a intriga e a calúnia é dificultar e inviabilizar a possibilidade do reforço do PCP e do seu papel, impedindo a construção de uma verdadeira alternativa para servir o povo e o País.
Sim, o que temem as forças económicas e políticas vinculadas aos grandes interesses económicos e financeiros é o reforço da CDU!
Há muito que não se assistia a uma campanha de difamação, mentira e calúnia como a que foi lançada nos últimos dias contra o Partido. Ao contrário do que julgam não é sinal de força mas sim de fraqueza a que eles ostentam.
Fraqueza de quem, por intervenção decisiva do PCP, viu os seus objectivos e projectos reaccionários interrompidos. Fraqueza, e também ódios de classe, de quem vê no PCP (e com razão) a força que pode comprometer no futuro a sua agenda de exploração, empobrecimento e declínio nacional.
Por detrás de cada calúnia lançada, de cada mentira difundida, de cada difamação propagada esconde-se a tentativa de fazer esquecer cada avanço na defesa, reposição e conquista de direitos que são inseparáveis da acção decisiva do PCP.
Por detrás de cada calúnia lançada, de cada mentira difundida, de cada difamação propagada esconde-se a tentativa de iludir a imperiosa necessidade de ruptura com a política de direita que o PCP inscreve com liminar clareza.
Por detrás de cada calúnia lançada, de cada mentira difundida, cada difamação propagada esconde-se a tentativa de silenciar a política alternativa que o PCP apresenta ao País capaz de dar resposta aos problemas nacionais.
Por detrás de cada calúnia lançada, de cada mentira difundida, de cada difamação propagada esconde-se e disfarça-se o medo que os interesses dominantes, o poder monopolista e os seus serventuários ostentam perante um Partido que aponta no seu projecto sem rodeios a liquidação dessa dominação.
Por detrás de cada calúnia lançada, de cada mentira difundida, de cada difamação está não razão nem força mas sim mentira e cobardia.
E, porque não foi pequena a contribuição do PCP para os avanços alcançados e não poucos os passos dados, temos de estar preparados para não menor número de ataques e provocações.
Reponderemos como sempre o fizemos. Não nos deixando intimidar, reagindo com confiança e determinação, reafirmando as nossas propostas, o nosso projecto e o nosso ideal. Com a coragem de homens e mulheres livres, buscando sempre nos trabalhadores e no povo o apoio e a força que move a nossa acção e objectivos.
Vamos travar esta batalha com recursos desiguais, precisamos absolutamente de, em toda a parte, agir com uma nítida convicção e com a forte consciência de que o reforço eleitoral da CDU que ambicionamos só pode ser construído pela intensa convergência de muitos milhares de acções e de esforços individuais e colectivos, para ganhar mais portugueses para a justeza das nossas propostas, para a compreensão do que verdadeiramente está em jogo e para o voto na CDU como o voto pela mudança a sério.
Falar com convicção dos problemas mais vivos do País e dos problemas mais sentidos pelos portugueses; reavivar a memória e restabelecer a verdade sobre o incomparável papel que temos desempenhado; sustentar com convicção e entusiasmo as nossas propostas; combater, sem desfalecimento nem descanso, todas e cada uma das mistificações que vão estar em cena.
Insistir e insistir sempre na suprema utilidade do voto da CDU, tal é o programa de trabalhos que é imperioso assumir com todas as nossas energias e todas as capacidades, insistir e insistir sempre que quanto mais votos e mais deputados eleitos pela CDU nas eleições de 2019, mais força se dá à luta pela concretização da alternativa patriótica e esquerda de que Portugal precisa, mais força à necessidade de garantir um governo que a concretize e mais força à ideia da exigência de uma Europa de cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos, de progresso social e paz.
Sim, temos razões para avançar com confiança e de cara levantada, porque tudo fizemos para servir os trabalhadores, o nosso povo e o País.
Temos razões e condições para travar esta batalha pela afirmação e reforço da CDU, e avançarmos com confiança para as eleições.
A confiança de quem pode apresentar um trabalho ímpar no Parlamento Europeu e no País.
No Parlamento Europeu temos sido e somos portadores de um trabalho e uma intervenção colectiva que marca a diferença na defesa do interesse nacional.
Temos um valioso e volumoso trabalho nos mais diversos domínios que honra as forças da CDU com o que aqui se evidenciou. Uma intervenção que se distingue das demais forças políticas no Parlamento Europeu não apenas pelas opções políticas de fundo e pelos interesses que defendemos, mas pela capacidade e empenhamento revelados pelos deputados da CDU na procura de soluções com propostas concretas para resolver problemas concretos, seja nos domínios dos direitos laborais e sociais e em defesa do emprego, seja em defesa dos sectores produtivos nacionais, dos serviços públicos, de exigência de programas de apoio para países vítimas da ingerência e da agressão da Troika, como Portugal, de recusa de sanções contra os povos e países, de apoio às populações das zonas percorridas pelos incêndios e tempestades e em muitos outros domínios.
Um trabalho que confirma a CDU como a força necessária e insubstituível que faz a diferença no pantanoso consenso comunitário das políticas da direita e da social-democracia.
Um trabalho que nos permite afirmar convictamente que vale a pena votar CDU e que mais deputados eleitos pela CDU significarão mais capacidade para levar mais longe o meritório trabalho que vimos realizando, que Portugal terá as mais reforçadas garantias na defesa dos interesses nacionais e a certeza e segurança que encontrarão nos eleitos da CDU o mais determinado e firme baluarte na defesa do alienável direito do País ao seu desenvolvimento soberano.
Mas se temos razões para encarar com confiança o combate eleitoral pelo trabalho realizado no Parlamento Europeu, a mesma confiança temos, em resultado da nossa acção e iniciativa no País, nomeadamente nestes últimos três anos da presente legislatura que corresponde a uma nova fase da vida política nacional.
Fomos não só a força que foi decisiva para conter o caminho de desastre nacional que estava em curso pela mão do governo PSD/CDS, como foram os partidos que integram a CDU – o PCP e o Partido Ecologista “Os Verdes” - que, nestes últimos três anos, deram com a sua intervenção e proposta uma inquestionável contribuição para resolver problemas urgentes e inadiáveis, recuperar condições de vida e de trabalho, repor direitos e rendimentos dos trabalhadores e do povo.
Ao longo destes últimos três anos, foram repostos os salários e os feriados roubados. O Salário Mínimo Nacional foi aumentado ainda que aquém do necessário e possível.
Pôs-se fim aos cortes nas pensões e promoveu-se o seu aumento pelo terceiro ano consecutivo.
Valorizou-se o abono de família, alargou-se o abono pré-natal e o apoio às pessoas com deficiência. Ampliou-se a protecção aos desempregados, com a criação do apoio aos desempregados de longa duração e a eliminação do corte no subsídio de desemprego.
Foi reposto o direito ao pagamento por inteiro do Subsídio de Natal. Valorizaram-se as longas carreiras contributivas e melhoraram-se as condições de acesso à reforma, designadamente com a eliminação do factor de sustentabilidade para as longas carreiras contributivas.
Na Administração Pública foram repostas as 35 horas, o direito à progressão na carreira e tomadas medidas de combate à precariedade.
Garantiu-se a gratuitidade dos manuais escolares nos 12 anos de escolaridade obrigatória. Reforçou-se a Acção Social Escolar e a contratação de funcionários nas escolas. Reduziu-se o valor das propinas e reforçaram-se componentes da Acção Social Escolar.
Foi possível também reduzir taxas moderadoras, alargar a contratação de médicos e enfermeiros, reduzir os custos com medicamentos.
Aliviou-se o IRS sobre os rendimentos do trabalho e os mais baixos rendimentos, bem como a eliminação da sobretaxa.
Deram-se passos para a redução do preço dos transportes públicos e da energia. Reduziu-se e eliminou-se o Pagamento Especial por Conta que pesava sobre as micro, pequenas e médias empresas, e reduziu-se o IVA da restauração. Garantiu-se apoio à agricultura familiar, a redução dos custos com combustíveis para agricultores e pescadores.
Um vasto conjunto de medidas que foram determinantes para dinamizar o mercado interno e fazer crescer a economia e o emprego. O que se conseguiu não é o resultado da capacidade e da arte de um qualquer sábio ou “Ronaldo” da economia como por aí se propala, mas o resultado da aplicação de uma experiência testada e comprovada em variadas latitudes e que a voracidade exploradora do grande capital e seus servidores se recusava a aceitar, mas que a nossa iniciativa e a luta impuseram.
E se não se foi e não se vai mais longe, é porque permanecem fortes constrangimentos e paralisantes contradições que impedem a resposta aos problemas, resultantes das opções do PS e do seu governo minoritário, de submissão ao grande capital, à União Europeia e aos critérios constrangedores do Euro. É porque a CDU não tem ainda a força necessária para afirmar uma verdadeira alternativa!
Mas é uma evidência que todas estas medidas, conquistas e avanços não existiriam hoje se não fosse a iniciativa e proposta do PCP, mas também do PEV, isto é, das forças da CDU.
Avanços que foram alcançados por essa razão, simples e objectiva, que foi a de o governo minoritário do PS não ter as mãos completamente livres para impor a sua vontade.
Pode o PS tomar para si e enfeitar-se com os avanços que foram alcançados, como já o está a fazer, que não pode desmentir, nem iludir esta simples verdade: - muito do que se alcançou começou por ter o seu desacordo, a sua resistência e até a sua oposição!
O que se avançou - é bom que os trabalhadores e o povo tenham disso consciência – foi porque o PS não tinha os votos para, sozinho, impor a política que sempre, ao longo de quatro décadas, fez sozinho ou com o PSD e o CDS.
E essa é outra grande e boa razão para dar mais força à CDU!
A vida está a provar quão importante é reforçar a CDU para fazer avançar o País e melhorar a vida dos portugueses.
Os portugueses sabem que ganharam com a nossa iniciativa e com a acção desta força impulsionadora de progresso e desenvolvimento.
É agora hora de aprofundar este caminho e avançar para um nível superior de resposta, elevando para outro patamar a solução política capaz de resolver os problemas de fundo que bloqueiam o nosso desenvolvimento.
As eleições de 2019 são a oportunidade para o reforço da CDU e a luta dos trabalhadores e do povo abrir esse caminho que urge.
O País paga já, e há tempo demais, as consequências das opções desastrosas dos sucessivos governos de política de direita!
Sabemos quão importantes são para a vida dos portugueses e quanto valorizamos cada uma das conquistas e avanços conseguidos. Mas não bastam respostas parciais. A situação do País e a gravidade dos seus problemas, exige uma resposta global, coerente e articulada, assente numa verdadeira política alternativa patriótica e de esquerda, em ruptura com as políticas do passado que reiteradamente mostraram e mostram a sua incapacidade e falência para resolver os grandes problemas nacionais.
Temos afirmado que a solução para os problemas acumulados por anos de política de direita não encontra, nem encontrará resposta no PS, nem no PSD e no CDS, principais responsáveis pela situação do País.
E se a prova está no seu passado o que vemos hoje mais o confirma. Do PSD e do CDS o que os portugueses podem esperar é o regresso, sem olhar a meios, do retrocesso social e económico, a liquidação de direitos, o saque de salários e rendimentos.
Vejam como falam com desprezo das medidas tomadas a favor das condições de vida do povo. Como explicam e empolam demagogicamente as dificuldades que hoje enfrentam em certos sectores, dificuldades criadas por eles próprios, e as justificam com a política de reposição de direitos e rendimentos.
Veja-se o que diz Rui Rio: “não há reformas estruturais”, porque se distribui (pelo povo) tudo o que havia. Veja o desplante e desonestidade política do suposto cabeça de lista do PSD ao Parlamento Europeu, Paulo Rangel quando afirma que se sacrifica o SNS para “criar a ilusão de que havia mais uns euros no bolso” ou quando acusa a política orçamental, que prefere dar 10 merecidos euros mensais (está a falar dos reformados) a garantir serviços de saúde. Fixemo-nos naquele arabesco retórico “10 merecidos euros”, para adocicar a sua hipócrita e falsa indignação.
Eles, que tão preocupados andam hoje com o SNS e ainda há tão pouco tempo eram os campeões nos cortes nos serviços públicos de saúde. Ou não é verdade que foram PSD e CDS no anterior governo os grandes responsáveis por uma redução da despesa pública em saúde relativamente ao PIB de 9,9% em 2010, para 9% em 2015, enquanto que as famílias portuguesas viam os seus gastos directos com despesas de saúde sempre a crescer e as transferências de dinheiros públicos a aumentar, e muito, para os grupos privados de saúde?
Fizeram o mal e fazem agora a caramunha!
Veja-se como se empertigam de falsas preocupações e o alarido que promovem com os resultados da auditoria à gestão da Caixa Geral de Depósitos no período entre 2000 e 2015, particularmente Assunção Cristas e que agora Rio acompanha para não ficar atrás. Eles que estavam no governo nesse período e que tiveram e tinham nas várias administrações do banco quadros seus de grande responsabilidade política, querem aparecer aos olhos do povo como forças impolutas!
Eles que em 2016 desenvolveram uma brutal campanha contra o processo de recapitalização da Caixa, a pensar na sua posterior privatização.
Eles que reclamaram a dimensão dos montantes de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, mas nunca se manifestaram contra o facto do Estado já ter investido um valor superior a 17.000 milhões de euros, na resolução de alguns bancos privados e pago os custos da falência de outros, e muito menos manifestaram alguma preocupação pela concessão de crédito a clientelas e amigos! Alertados fecharam os olhos da conivência a tudo!
Mestres na arte da dissimulação, o seu verdadeiro objectivo é fazer implodir o processo de recapitalização em curso, para forçar a privatização do único e necessário banco público. O resto? O resto é conversa fiada! São meras operações de limpeza de fachada! Incluindo repetidas comissões de inquéritos para apurar o que toda a gente sabe: as responsabilidades repartidas de PS, PSD e CDS ao longo de anos para atrelar a Caixa a interesses estranhos ao interesse nacional e ao papel que o Banco Público deve ter.
Mas se do PSD e do CDS só há a esperar retrocesso social e económico – a retoma do caminho do empobrecimento, da parte do PS o que se sabe poder contar é com as mesmas opções que têm impedindo a resposta plena aos problemas nacionais no passado e também no presente.
Incapaz de romper com a política que hipoteca o futuro do País, ao PS resta-lhe, como o fazem os seus principais responsáveis, justificar a eternização das políticas dominantes na União Europeia que têm tomado como suas, recorrendo à propaganda. Ora puxando pelo discurso da “Europa ameaçada”, assumindo-se como os seus exclusivos guardiões, ora apresentando o seu governo e a sua acção, como o posto avançado da mudança do pensamento europeu que fez recuar “a ortodoxia neoliberal que há três anos predominava e impunha as soluções, tidas como únicas”.
Portugal não vai resolver problemas com propaganda!
A Europa mudou? Aonde é que está essa União Europeia mudada? Onde é que está o recuo da ortodoxia neoliberal? O que vemos é o contrário. Uma evolução marcada pelo acelerado aprofundamento do rumo neoliberal que tem no Euro um projecto estratégico de domínio do capital e das principais potências, mas também federalista e militarista, veja-se a reafirmação no acordo Merkel/Macron do eixo franco-alemão da semana passada sobre o Exército Europeu.
O que se vê e o que se viu foi o acentuar dos constrangimentos para limitar o direito ao desenvolvimento soberano dos povos e prosseguir a política de regressão social e liquidação de direitos que mantém.
O que se viu é que Portugal poderia ter ido já mais longe na solução dos seus graves problemas e continuou manietado pelos critérios neoliberais do Pacto de Estabilidade e do Euro.
Vão falar muito da Europa ameaçada, instrumentalizando todos os problemas que as políticas da concentração da riqueza, da ortodoxia do défice e que os banqueiros criaram, assentes no consenso entre a social-democracia e a direita. Gritam agora que vem aí o lobo, esse lobo que continuam a engordar e a transformar no monstro que se alimenta da exploração dos trabalhadores e dos povos e das desigualdades que continuam a crescer.
Sim, há perigos, mas os perigos combatem-se com políticas que sirvam os povos e não o grande capital transnacional.
Combatem-se assegurando e concretizando uma política verdadeiramente alternativa à política de direita, uma política ao serviço do progresso social e do desenvolvimento económico, como a que o PCP e a CDU defendem para Portugal.
Não será com as falsas soluções do passado que se resolverão os problemas do nosso País.
Portugal precisa de um governo e de uma política que enfrente, sem hesitações, os condicionamentos da União Europeia e os seus instrumentos de usurpação da soberania.
Precisa de uma política que assuma a recuperação da soberania monetária com a libertação do País da subordinação ao Euro, pondo termo à drástica redução do investimento público, que inscreva como uma necessidade inadiável a renegociação da dívida para libertar recursos, pondo fim a este mecanismo gigantesco e permanente de roubo da riqueza nacional.
Portugal precisa de uma política e de um governo que decididamente promova a produção nacional.
Portugal precisa de uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores. A sua concretização exige a emergência da ruptura com o rumo de exploração e a defesa dos direitos dos trabalhadores, a valorização dos salários, o direito à estabilidade e segurança do emprego, o decidido combate à precariedade, a eliminação das normas gravosas da legislação laboral.
Portugal precisa urgentemente de ultrapassar os graves problemas que enfrentam os serviços públicos com uma política social dirigida para a igualdade, dignidade e bem-estar dos portugueses, capaz de lhes assegurar os seus direitos à saúde, à educação, à segurança social, à cultura, aos transportes.
Uma política que assuma a defesa da soberania e independência nacionais como elemento essencial e exercício pelo povo do direito de decidir do seu próprio destino, e como contribuição para a derrota de um processo de integração capitalista assente na lógica do domínio, da exploração e da imposição.
Sim, é preciso outra política e fazer as escolhas certas! Escolhas que sirvam os trabalhadores, o povo e o País.
Está nas nossas mãos, na nossa acção colectiva e individual dar corpo às grandes batalhas eleitorais que aí estão e construir uma intensa corrente de mobilização para o voto na CDU.
O voto numa mais justa distribuição da riqueza e que não se resigna perante as injustiças e as desigualdades.
O voto que aposta nas potencialidades e riquezas nacionais e as defende para garantir o desenvolvimento, o progresso e a melhoria das condições de vida dos portugueses.
O voto que dá garantias de que, os que com ele forem eleitos, defenderão os interesses do povo e do País.
O voto que não pactua com o compadrio, a corrupção, o abuso de poder, a submissão do interesse público aos interesses privados.
Esse voto, o voto na CDU, que é a marca da diferença que perdura para além das eleições, um voto de gente séria, identificada com os interesses dos trabalhadores e do povo.
O voto que pesa verdadeiramente para dar força a uma alternativa política, patriótica e de esquerda.
Sabemos que sopram ventos contrários ao progresso, à justiça social, à afirmação da soberania da nossa Pátria, da democracia, dos valores de Abril, mas nós traçámos um rumo e definimos um azimute – Avançar é preciso!
E avançar é possível!
É possível levar a luta mais longe, dando mais força à CDU!
O PCP aqui está para assumir todas as suas responsabilidades como força componente de uma alternativa política e da política alternativa patriótica e de esquerda, parte integrante de uma Democracia Avançada, força agregadora dos democratas e patriotas, força dinamizadora do esclarecimento e da luta, força de acção, esperança e confiança, por um Portugal com futuro, mantendo sempre no horizonte da sua luta o socialismo e o comunismo.