Camaradas
Uma saudação ao Congresso em nome dos comunistas da Organização Regional de Santarém.
Distrito de Santarém, que é bem um exemplo dos resultados da política de direita que tem vindo a ser concretizada pelos sucessivos governos e agora intensificada através da imposição do pacto de agressão assinado pelo PS, PSD e CDS-PP e levado à prática pelo governo do PSD de Passos Coelho e do CDS-PP de Paulo Portas.
Uma região com únicas e excelentes características para a produção agrícola, com campos para o cultivo de muitas culturas, como é o caso do tomate, do melão, do milho, do arroz, da beterraba sacarina, tornam bem visíveis as potencialidades por aproveitar e ao abandono.
Uma região onde o aparelho produtivo é destruído, os centros urbanos ficam sem comércio e serviços, o desemprego não pára de aumentar (final de Outubro 29422 registados), os salários em atraso colocam a região em 5º lugar do ranking nacional, os serviços públicos vão sendo destruídos, e o interior - com população cada vez mais idosa - vai ficando despovoado.
Uma região onde, nos últimos anos, os trabalhadores e as populações vêm resistindo e lutando cada vez em maior número.
Veja-se o exemplo da Platex que através da luta dos trabalhadores não fechou as portas e continua a produzir, da Renoldy, onde os trabalhadores, pela primeira vez em luta, derrotaram a intenção do patrão de os por a trabalhar aos sábados, domingos e feriados como dias normais, passando por cima da lei.
Veja-se a luta na rodoviária do Tejo e na Barraqueiro, que recentemente realizaram uma greve histórica, em defesa de direitos, com adesão de 95%.
Veja-se a luta dos utentes contra o encerramento de correios, de escolas, de serviços da Segurança Social, contra a introdução de portagens, em defesa do Serviço Nacional de Saúde, contra o encerramento de Extensões e Centros de Saúde, pela colocação de médicos e de enfermeiros, contra a reorganização do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Lutas que, em muitas situações, se sagraram completa ou parcialmente vitoriosas.
Veja-se a luta em defesa do Poder Local Democrático. Nomeadamente contra a extinção das freguesias, dinamizada pelos eleitos do PCP e da CDU, luta que continua e que envolve cada vez mais gente em toda a região.
Não fora a luta dos trabalhadores e das populações e a situação seria hoje bem diferente, para pior. Resistência e luta, só possível porque temos um Partido mais forte, interveniente, mais dinâmico e mais ligado aos problemas.
Um Partido mais forte, que no quadro da preparação do Congresso, através das 147 reuniões. Assembleias e debates preparatórios ficou bem expressa a concordância generalizada dos membros do Partido com os documentos colocados à discussão.
Um Partido mais forte com a realização da sua Assembleia da Organização Regional, de 24 Assembleias de Organização Concelhias, 14 das quais este ano, de quatro Assembleias de Organização de Freguesia, progredindo também na renovação e rejuvenescimento de organismos, e responsabilizando mais quadros a todos os níveis.
Um Partido mais forte no recrutamento de novos militantes, em que nos últimos quatro anos foram recrutados 193 novos militantes, dos quais 54 este ano.
Um Partido mais forte nas empresas e locais de trabalho, atendendo à criação de células de empresa. Hoje 92 camaradas estão organizados em oito células e sectores de actividade.
Um Partido mais forte, que tem dado um importante contributo na renovação e rejuvenescimento, reforçando assim o movimento sindical unitário, quer nas suas direcções quer nos locais de trabalho, com a eleição de delegados sindicais e a constituição de comissões sindicais.
Um Partido mais forte que, através das suas organizações e em articulação com a acção institucional dos nossos eleitos na AR, PE e Autarquias, tem desenvolvido uma intensa intervenção em defesa dos trabalhadores e das populações, denunciando, mobilizando, esclarecendo e propondo soluções para os problemas da região.
Um Partido que, apesar dos progressos verificados, precisa de consolidar trabalho, formar, responsabilizar e promover mais quadros, que precisa de continuar a crescer, que precisa de consolidar a realização regular de plenários descentralizados, não perdendo de vista a necessidade da criação de mais organizações de base.
Um Partido que alargue a venda do Avante na rua e à porta das empresas, que intensifique a iniciativa e a actividade própria das organizações e que crie as condições financeiras indispensáveis à intensificação à sua actividade.
Trazemos aqui as nossas experiências, não escondendo as dificuldades e as preocupações, mas afirmando a confiança na força e capacidade dos trabalhadores e do povo português.
Por certo sairemos deste Congresso mais fortes e melhor preparados para as lutas que nos esperam, pela ruptura com a política de direita, por uma alternativa política patriótica e de esquerda, pela democracia avançada, pelo socialismo e o comunismo.
Os valores de Abril, no futuro de Portugal!
Viva o XIX Congresso!
Viva o Partido Comunista Português!