Camaradas,
A Resolução Política para o nosso Congresso reafirma a orientação de que a prioridade para o reforço da organização partidária é a intervenção junto da classe operária, dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho.
É uma orientação correcta. Corresponde a uma das características essenciais da identidade do PCP e é vital para o futuro do Partido e da luta dos trabalhadores.
É nas empresas e locais de trabalho que os trabalhadores se confrontam com a exploração, que desenvolvem a luta pelo aumento dos salários, em defesa dos direitos, contra a repressão. É aí que os trabalhadores ganham consciência de classe e política e compreendem a importância de eliminar as desigualdades e injustiças sociais e a necessidade de construir uma nova sociedade.
A célula de empresa é, pois, a mais importante organização de base do Partido.
Dinamizar a unidade e a luta dos trabalhadores, reforçar as suas organizações unitárias, reforçar ou criar a organização do Partido nas empresas e locais de trabalho, é a tarefa fundamental das organizações e dos militantes.
Mas não basta afirmá-lo. É preciso agir.
Conhecemos as dificuldades: destruição do aparelho produtivo, limitação de direitos, precariedade, horários desregulados, salários baixos, repressão, insegurança na estabilidade do posto de trabalho, ausência de democracia em muitas empresas, os atentados à dignidade dos trabalhadores, as dificuldades impostas à organização sindical nos locais de trabalho pelo patronato, o divisionismo sindical. Mas os trabalhadores não têm outro caminho que não seja o da luta para defender os seus direitos.
O Partido tem tido um papel ímpar na mobilização para a luta. Basta olhar para este ano de 2012. Mas todo o trabalho que desenvolvemos não nos pode impedir de avaliar os atrasos que temos e insistir nas medidas que temos discutido:
Continuar a dar prioridade, como linha geral, às empresas prioritárias ou de importância estratégica.
Persistir na orientação de organizar os militantes em organismos de local de trabalho aumentando aí o número de militantes.
Recrutar homens e mulheres, dirigentes e delegados sindicais, membros de CT, trabalhadores que se destacam na luta, integrando-os de imediato, definindo tarefas para cada um.
Adaptar as formas organizativas às realidades dos quadros e às necessidades do Partido, criando organismos por ramos de actividade ou por área geográfica de camaradas dispersos em várias empresas, por exemplo.
Considerar em muitos casos o contacto individual como forma de enquadrar, de discutir os problemas dos trabalhadores e o reforço do Partido.
Promover reuniões informais com militantes e simpatizantes, iniciativas de convívio, intervir nos locais de encontro dos trabalhadores.
No fundo, o que precisamos é de perceber, todos, o caminho a prosseguir, ter muita iniciativa e persistência e desenvolver um estilo de trabalho que quebre rotinas, altere velhos hábitos, que distribua correctamente meios e quadros e que se adeqúe à realidade de cada uma das empresas.
Camaradas
Com muita confiança nos trabalhadores, nas suas organizações representativas, na sua capacidade de resistência e luta seremos capazes de derrotar o Pacto de Agressão, romper com a política de direita que há mais de 36 anos destrói o País e impor uma política patriótica e de esquerda que concretize a mudança de rumo de que Portugal precisa e que o nosso Programa proclama – Uma democracia avançada, os valores de Abril no futuro de Portugal.
Viva a luta dos trabalhadores!
Viva o Partido comunista Português!