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Conhecimento e TV Não terá sido certamente dos mais imaginativos títulos o que o meu prezado vizinho do andar de cima nesta página atribuiu ao seu comentário ao debate televisivo da passada terça-feira. Mas que Manuel Villaverde Cabral tenha referido o casório da política e do espectáculo sugere algumas observações exactamente sobre as avaliações da presença dos líderes partidários na RTP1. Decorreram já mais de quatro décadas desde que Joseph Klapper publicou o seu famoso The Effects of Mass Comunication que avançava, relativamente aos anteriores trabalhos, de Lazarsfeld e outros, uma análise sobre os resultados de uma extensa exposição à televisão, e não apenas - como até então se fizera - os efeitos dos meios de comunicação de massas na formação da opinião pública e comportamentos políticos. Klapper alertava para o facto de a TV se ter transformado num dos eixos comunicacionais das sociedades desenvolvidas, não apenas alterando opiniões ou comportamentos, mas sobretudo introduzindo modificações profundas nas metodologias individuais e colectivas de apreensão do conhecimento. Dá-se hoje como adquirido ser axial na mensagem televisiva um elemento de persuasão (a rica investigação italiana prefere o termo sedução) dominando o factor cognitivo. A dicotomia é evidente, mesmo quando um jornal de referência (neste caso, o DN) convida cinco comentadores para se pronunciarem sobre um debate televisivo.
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