Intervenções

QFP: uma proposta de orçamento ao contrário das necessidades dos povos

Sr. Comissário, acompanhamos as críticas que já foram feitas sobre a forma pouco transparente e pouco cooperante como foi preparada esta proposta do Orçamento Plurianual e a falta de informação que era preciso ter chegado ao Parlamento atempadamente.

A proposta que nos apresenta ainda assim suscita-nos algumas preocupações, destacarei cinco delas.

Que contributo vai dar a presidência dinamarquesa da UE para o fim do genocídio em Gaza?

Sra. Ministra Bjerre, a Sra. tem uma tarefa muito difícil pela frente. O discurso da União Europeia sobre o Estado de Direito e os direitos humanos está corroído por contradições e por posições de dois pesos e duas medidas. Há um problema evidente de falta de credibilidade das instituições da União Europeia quando se fala de direitos humanos e Estado de Direito, sobretudo quando se olha para as posições da União Europeia sobre o que se está a passar na Palestina.

O caminho apontado pelo Conselho Europeu tem de ser contrariado

Senhora Presidente, Senhor António Costa, o que esta reunião do Conselho Europeu nos traz não nos serve: continuação indefinida da guerra na Ucrânia, gastos militares a aumentar ao ritmo dos tambores da guerra da NATO, um sem‑fim de dinheiro e facilidades para a corrida às armas, com o pacote Omnibus para a indústria do armamento, como hoje a senhora Ursula on der Leyen voltou a insistir.

Gaza: quem se revê na cumplicidade da UE com o genocídio?

Senhora Deputada Marta Temido, em Gaza, Israel usa a fome como arma de guerra e assassina adultos e crianças em ponto de distribuição de comida e o pretexto são os reféns feitos pelo Hamas. Na Cisjordânia, não há reféns feitos pelo Hamas. Israel persegue, desloca forçadamente refugiados de campos de refugiados e assassina palestinianos com a sua política dos colonatos. O que está em curso é um genocídio, é uma limpeza étnica.

Gaza: o que falta para a UE reconhecer o genocídio?

Senhor Deputado Sebastião Bugalho, acabou de fazer referência aos crimes de guerra cometidos por Israel nos postos de distribuição de alimentos, onde estão a ser assassinados adultos e crianças a sangue‑frio.

 

E a pergunta que lhe faço é muito directa: o que é que é preciso mais entrar‑nos pelos olhos dentro para exigir à União Europeia que suspenda o Acordo de Associação com Israel?

O PROGRAMA DA PRESIDÊNCIA DINAMARQUESA DA UNIÃO EUROPEIA NÃO SERVE AOS POVOS

Senhora Presidente, Senhor Deputado Rasmus Andresen, queria perguntar-lhe se, na perspetiva dos Verdes, o programa da Presidência que foi hoje apresentado corresponde efetivamente à alternativa de que os povos precisam.

 

É possível construir a alternativa de que os povos precisam, insistindo nos gastos militares, insistindo no desvio de recursos orçamentais para a guerra, continuando a guerra na Ucrânia indefinidamente?

Reforçar as relações com a China em benefício mútuo dos povos

Senhora Presidente, contra o perigo da guerra, construir soluções de paz. Contra a política de confrontação, reforçar os laços de cooperação em benefício mútuo dos povos. Esta deve ser a orientação para o desenvolvimento das relações com a China e, naturalmente, para a cimeira que agora se realiza.

A vida das pessoas com deficiência só é independente com os seus direitos respeitados

Senhor Presidente, Senhora Comissária Lahbib, desinstitucionalização sem emprego digno e sem protecção social significa pobreza e desinstitucionalização sem serviços públicos que garantam os direitos económicos, sociais e culturais significa abandono e exclusão social.

 

O Banco Europeu de Investimento tem de alinhar-se com as necessidades dos povos

Senhora Comissária Maria Luís Albuquerque,

Este relatório sobre as actividades financeiras do Banco Europeu de Investimento está alinhado com os objectivos políticos da União Europeia e, por isso, dá suporte a opções erradas que desconsideram as necessidades dos povos e não aponta o caminho que devia ser seguido para corresponder a essas necessidades.