No debate sobre o Estado da Nação, realizado hoje na Assembleia da República, João Oliveira afirmou que a única estratégia contida no Pacto de Agressão é o de roubar o povo para entregar aos especuladores e à banca, nomeadamente na destruição de todos os serviços públicos e no ataque aos seus profissionais.
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Sr.ª Presidente,
Sr. Primeiro-Ministro,
Passado pouco mais de um ano, o senhor o seu Governo enfrentam já um desgaste idêntico ao que enfrentava José Sócrates quando se demitiu e provocou as eleições que o derrotaram.
E esse desgaste não acontece por acaso, acontece porque o senhor e o seu Governo decidiram executar o pacto de agressão da tróica, cuja única estratégia é roubar o povo para entregar aos especuladores e à banca!
E é hoje evidente que uma das formas utilizadas pelo seu Governo para executar esse roubo é destruir os serviços públicos que servem o povo, nomeadamente na saúde e na educação, fazendo, aliás, o mesmo que já anteriores governos fizeram: atacando os profissionais para destruir os serviços públicos! Atacam os professores para destruir a escola pública; atacam médicos e enfermeiros para destruir o Serviço Nacional de Saúde.
O seu Governo tem em preparação, para o próximo ano letivo, o maior despedimento coletivo de sempre, com o despedimento de milhares de professores por via da reorganização curricular e da imposição de horários zero, mas o Sr. Primeiro-Ministro tem o descaramento de vir aqui falar de educação de qualidade para todos.
No momento em que o Governo tem curso um processo de escravização de médicos e de enfermeiros, destruindo-lhes as carreiras e impondo-lhes o trabalho «a troco de um prato de lentilhas», o Sr. Primeiro-Ministro tem o descaramento de vir falar de proteção da sustentabilidade do SNS.
Quem é que o Sr. Primeiro-Ministro quer enganar com esse discurso? Quem?!
O senhor e o seu Governo enfrentam hoje uma greve de médicos em defesa do Serviço Nacional de Saúde, que é já uma greve histórica não só pela adesão dos médicos mas também pela justeza dos seus objetivos e pela compreensão e adesão que motivou junto dos utentes.
A partir de amanhã, vão enfrentar novas ações de luta dos professores em defesa da escola pública, mas o Sr. Primeiro-Ministro continua a querer enganar os portugueses dizendo o contrário daquilo que vai fazendo.
Até quando vai continuar com esse discurso de embuste, falando de um País melhor enquanto Portugal se afunda, Sr. Primeiro-Ministro?!