O PCP condena a agressão militar turca em curso contra a Síria, visando a ocupação directa de parte do seu território, o que constitui uma aberta violação do Direito Internacional e um novo e perigoso desenvolvimento na agressão a esse país.
Saliente-se que a agressão contra a Síria foi desencadeada há oito anos pelos EUA e outros membros da NATO – incluindo a Turquia –, em conluio com o regime sionista de Israel e a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos ou o Catar, entre outros, e com o apoio do Governo português.
Num momento em que vários governos e instituições, de forma hipócrita, procuram dar uma imagem de distanciamento face a esta nova agressão militar contra a Síria, o PCP recorda a cumplicidade da União Europeia e a participação activa das suas grandes potências – particularmente da França e do Reino Unido – na sucessão de subversões, agressões e crimes na região do Médio Oriente, desde logo contra a Síria. Da mesma forma, o PCP recorda que os diversos grupos terroristas que se mantêm em território sírio estiveram, ou continuam a estar, às ordens das potências imperialistas agressoras que os criaram, treinaram, financiam, armam e protegem como parte da sua estratégia de desestabilização, ocupação e divisão da Síria.
O PCP alerta para o envolvimento da Administração Trump em complexas manobras de conspiração, de que a sua postura face a esta agressão é parte integrante, e para o perigo de esta se poder inserir numa operação mais vasta visando libertar milhares de terroristas do denominado 'Daesh' e de outros grupos, reciclando-os para novas acções de agressão no Médio Oriente – seja na Síria, no Iraque, no Líbano, no Iémen ou no Irão – ou noutros pontos do mundo, nomeadamente na Ásia Central, como no Afeganistão, ou em África.
O PCP entende que só o respeito pelo Direito Internacional e, desde logo, pela soberania da República Árabe Síria porá fim a uma agressão de consequências imprevisíveis para o Médio Oriente e para o Mundo. Neste sentido, o PCP reafirma a exigência do fim da agressão contra a Síria; da retirada de todas as forças militares estrangeiras de ocupação, como as dos EUA que se mantêm ilegalmente em território da Síria; e da devolução de todos os territórios sírios à soberania da República Árabe Síria, incluindo os Montes Golã, ilegalmente ocupados por Israel.
O PCP reafirma a sua solidariedade com a Síria e o seu povo que tem resistido à enorme operação de agressão e ingerência, desencadeada ao longo destes últimos oito anos. A vitória do povo sírio na defesa da soberania, independência e integridade territorial do seu país é um factor da maior importância para derrotar os planos do imperialismo no Médio Oriente – incluindo os de liquidação da justa causa do povo palestiniano e os de agressão militar contra o Irão; para defender o Direito Internacional e os direitos dos povos da região; e para dar resposta aos complexos problemas que resultam da herança colonial e de décadas de domínio e ingerência do imperialismo, como é o caso da questão curda.
O PCP expressa a sua solidariedade aos milhões de deslocados e de refugiados que são vítimas da estratégia de agressão e divisão da Síria promovida pelo imperialismo e condena as manobras que desrespeitam os seus direitos, quer da União Europeia, quer do Governo turco.
O PCP reclama do Governo português uma clara posição de distanciamento e rejeição da estratégia de desestabilização, agressão e divisão da Síria promovida pelo imperialismo, e de exigência do respeito pelo Direito Internacional e pela soberania, independência e integridade territorial da República Árabe Síria.