Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, VIII Assembleia da Organização Regional de Lisboa

É necessário e possível um PCP mais forte

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As mais fraternas e cordiais saudações a todos os delegados e convidados presentes.

Estão a terminar os trabalhos da VIII Assembleia da Organização Regional de Lisboa do PCP.

Aqui esteve em análise a evolução da realidade política, económica, social e cultural deste distrito nestes últimos anos que correspondem a um período de brutal e sistemática ofensiva contra os interesses populares.

Anos negros determinados pelo prosseguimento do mesmo rumo, da mesma política, no essencial, de ruína do País, impostos por 38 anos de sucessivos governos sob a responsabilidade do PS, PSD e CDS e de quase três décadas de integração capitalista na União Europeia agravada com o Pacto de Agressão!

Aqui esteve em análise a evolução da realidade política, económica, social e cultural deste distrito nos últimos quatro anos, mas igualmente a perspectiva do trabalho que temos pela frente, as tarefas e os combates que temos que travar, nomeadamente neste árduo ano de 2015, onde às exigentes tarefas de dinamização da luta de massas e da intervenção política em defesa dos interesses dos trabalhadores e da população, do reforço e fortalecimento da organização do nosso próprio Partido se acrescenta uma importante batalha eleitoral, cujo desfecho vai determinar, em grande medida, a evolução no imediato da situação política no País.

Vieram aqui as dramáticas consequências para vida dos trabalhadores e das populações da acção desses governos e de uma política que continua a sua acção destruidora, apesar de ter formalmente terminado o período de intervenção da troika estrangeira, confirmando o que há muito tínhamos afirmado e denunciado de que não haveria nenhuma saída limpa como a realidade o vem provando. Com o contínuo ataque aos rendimentos e direitos dos trabalhadores e do povo, que agora mais uma vez se confirma e se perspectiva o futuro no novo Programa de Estabilidade e no Programa Nacional de Reformas para os próximos anos esta semana anunciado pelo governo.

O sucesso na concretização das decisões que acabámos de tomar é, sem dúvida, de uma decisiva importância para continuar o rumo de crescimento e alargamento da influência política, social e eleitoral do PCP e da CDU que é outro dos traços marcantes deste período que medeia entre a realização da VII e VIII Assembleia e vital para que o nosso Partido continue a desempenhar o seu indispensável e insubstituível papel na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.

Nós temos confiança que estaremos à altura das exigências da hora actual, de enfrentar os enormes os perigos que estão presentes na vida do país, mas também de dar corpo ao desenvolvimento das potencialidades que se abrem de mudança e de avanço com a intervenção e luta do nosso Partido e das massas populares.

Essa luta valorosa para a qual os trabalhadores e do povo do distrito de Lisboa deram uma contribuição inestimável, como aqui se referenciou e Resolução Política bem expressa!

Confiança quando vemos que o nosso Partido se reforça e alarga o seu prestígio no seio dos trabalhadores e do nosso povo com a sua acção e a sua intervenção política.

Confiança quando vemos a CDU a crescer e avançar nas recentes eleições na Madeira. O maior e mais expressivo resultado eleitoral de sempre da CDU naquela Região Autónoma!

A troika foi-se embora, mas ficou a sua política de extorsão e confisco que continua, agora sob a vigilância apertada da Comissão Europeia e em nome do cumprimento do Tratado Orçamental que os mesmos partidos da troika nacional aprovaram.

Aí está o novel Programa de Estabilidade – o PEC I da era pós-troika - e o Programa Nacional de Reformas projectando a continuação da política dos dois pesos e duas medidas. A política das benesses para os de cima – para os senhores do dinheiro, para os grandes grupos económicos - para os que mais têm e de sacrifícios e mais sacrifícios para quem trabalha ou trabalhou e menos têm.

Para os trabalhadores e para os reformados a continuação dos cortes dos salários por mais quatro anos, a manutenção da sobretaxa do IRS e uma nova e brutal machada nas reformas e pensões com o corte de 600 milhões de euros anuais nos rendimentos dos reformados, novos cortes permanentes de 400 milhões de euros na despesa do Estado, que significarão mais despedimentos e novas reduções das funções sociais e o que mais se saberá quando o País conhecer o conteúdo em concreto de tais programas a apresentar a Bruxelas.

Para o grande capital, para os senhores do dinheiro - porque são eles que no fundamental beneficiam - uma nova e substancial redução do IRC ao ritmo de 1% ao ano até 2019, depois dos 580 milhões de euros de redução neste ano que findou; diminuição e extinção da taxa extraordinária para o sector energético; consideração de redução da TSU para as empresas que Passos Coelho igualmente vem anunciando.

A primeira e imediata pergunta que se impunha fazer perante tais Programas e tais propostas e orientações a um governo e aos partidos da maioria que enchem a boca de proclamações moralistas, acusando quem defende a renegociação da dívida de não querer pagar a quem deve, é : - se acham que há condições para libertar centenas de milhões de euros para entregar de mão beijada aos grandes interesses, então porque é que em primeiro lugar não pagam o que devem aos trabalhadores e aos reformados, o que lhes cortou nos seus salários e reformas?

Essa é que devia ser a prioridade! Pagar a quem se deve e muito precisa! Pagar a quem não vive da especulação, mas do seu trabalho presente e passado!

Ou então, se podem abrir mão a milhões de euros, porque é que não começam por baixar os impostos a quem muito subiu – aos trabalhadores, aos pensionistas, aos micro e pequenos empresários?

A natureza exploradora desta política concebida para promover a concentração e da centralização da riqueza nas mãos de uma minoria vem sempre ao de cima e este governo não pode ir contra a natureza da política que abraçou!

O que agora o governo apresentou e anunciou é a versão ainda condicionada na sua brutalidade pelas eleições que estão á porta. Por isso não disseram tudo. Não disseram que tem em plano para continuar a sua ofensiva de imposição da lei da selva no trabalho em concertação com União Europeia e o FMI. Não disseram que a sua contra-reforma da Segurança Social, para a qual apelam ao consenso dos partidos da troika é para liquidar a Segurança Social Pública e esmagar de forma brutal o valor das pensões e das reformas, indo também ao encontro das pretensões daquelas duas instituições da troika estrangeira.

Não disse o governo e não disseram outros, como o PS, que tentam passar por entre os pingos da chuva mantendo a sua vinculação às orientações e instrumentos de submissão da governação económica da União Europeia e do Euro e com as quais não quer romper.

Dizem que pretendem cumprir à risca as regras da dívida e do défice previstas no Pacto Orçamental até 2019, mas sem austeridade, com uma reforma do Estado sem cortes e muito crescimento – ou seja, a solução da quadratura do círculo que estava por inventar!

O PS não pode manter o equívoco! Não pode querer sol na eira e chuva no nabal!

Tudo sem renegociar dívida e apenas com a flexibilização inteligente do Tratado Orçamental que um dia há-de chegar com o apoio do senhor Holande e do senhor Renzi que nos seus próprios países têm em curso políticas da mesma natureza das que anunciam querer combater.

Não se tenha ilusões, a prosseguir este governo de Passos e Portas, a manter-se esta política das troikas sem troika e com o Pacto Orçamental pelas mãos do PSD e do CDS ou por outras que as tomem no essencial como suas, como o PS, os portugueses só podem esperar o pior!

Só podem esperar o que já começaram a anunciar para o futuro: mais ataques às reformas e às pensões. Mais ataques aos salários. Mais ataques à segurança social, à saúde e à educação. Mais ataques à legislação laboral. Mais venda do País ao desbarato.

Não, camaradas, não há saída para uma vida digna para o nosso povo sem ruptura com as regras do Tratado Orçamental e do Euro, sem renegociar a divida, sem uma nova política patriótica e de esquerda!

Camaradas:

O governo e os partidos que o suportam querem à viva força convencer os portugueses que o País “está a dar volta”!

Como a realidade não bate certo com os seus propósitos eleitoralistas, passaram a contestar as estatísticas do INE e a construir e difundir uma visão do País à medida das suas próprias previsões.

Previsões normalmente brilhantes à partida, mas sempre baças e amargas à chegada.

Andam a vender a ideia de que a economia vai finalmente crescer e crescer bem graças às medidas estruturais que o governo decidiu, para se justificarem perante o País que as desastrosas medidas que têm tomado e os sacrifícios impostos, afinal eram necessários e tiveram um fim útil!

Mas o que conta é a realidade que temos. E o que temos é uma espécie de retoma que põe o desemprego a crescer. É esta espécie de retoma estéril que reclamam ser mérito seu e das suas ditas reformas estruturais. Um crescimento anémico, apesar das condições favoráveis da baixa das taxas de juro, do petróleo e da desvalorização do euro que nada têm a ver com a política deste governo.

Numa economia que caiu tanto, desde 2011, mais de 6% e com tais condições o que era normal é que a economia desse um salto no seu crescimento e estivesse a dar um salto na criação de emprego e não está!

A prosápia é tal acerca dos méritos deste governo que já andam a anunciar para breve Portugal como uma das nações mais competitivas do mundo!

Eles, camaradas, que estão a empurrar para o estrangeiro milhares e milhares de cientistas portugueses!

Eles que cortaram como ninguém o investimento em todas estas áreas essenciais para melhoramento da capacidade produtiva do País!

Eles que tudo fizeram para o investimento público e privado afundasse mais de 30% com consequências imprevisíveis para o nosso próprio futuro e a independência do País, vêm falar de Portugal no topo da competitividade económica mundial!

Mas bastaria olhar para as projecções do emprego até ao fim da presente década presentes no Programa de Estabilidade que agora estão a apresentar e que apenas prevê uma redução da taxa de desemprego de dois pontos percentuais até 2020 para se ver que a mentira tem perna curta! É esse o horizonte de esperança que reservam aos mais de um milhão e duzentos mil portugueses que não encontram trabalho e cuja larga maioria estaria condenada a ficar no desemprego mais cinco anos!

O que eles estão a pensar quando assim falam não é no desenvolvimento do País, mas aprofundamento da exploração, na competitividade pelos baixos salários, pelo trabalho sem direitos, pressionado por altas taxas de desemprego.

O crescimento que pretendem é o crescimento sem desenvolvimento. É o crescimento sem melhoria das condições de vida das pessoas.

Não é esse o crescimento que o País precisa – o crescimento para alguns, à custa da desgraça da maioria.

Nós queremos crescimento económico com desenvolvimento, com empregos de qualidade, com salários justos e condições de vida dignas. Crescimento com distribuição justa da riqueza produzida. Crescimento com valorização do trabalho, dos trabalhadores e do País! Como inscrevemos na nossa proposta de política alternativa.

Mas enquanto o crescimento e emprego, infelizmente, continuam pelas ruas da amargura, o que se confirma é que a dívida continua a subir ao mesmo tempo que se contam histórias da carochinha de cofres cheios para esconder a insustentabilidade da dívida e se empolam operações de troca de dívida e tomada de créditos para si e para sua política de medidas alheias e de alcance conjuntural e limitado, como são as baixas das taxas de juro na zona Euro, em resultado da operação de compra de dívida pública do BCE.

Tudo serve para alimentar na opinião pública a ilusão da "sustentabilidade da dívida" e, particularmente a dimensão sufocante do seu serviço.

A dívida pública, atingiu, de acordo com a última actualização do INE deste ano e com os dados do Banco de Portugal referentes a Janeiro 133,5% do PIB, enquanto o serviço da dívida se aproxima já dos nove mil milhões de euros!

É a eternização de uma extorsão, a consagração de um roubo, um aspirador da riqueza produzida pelo nosso povo para os cofres do capital financeiro e das suas instituições.

Portugal precisa de se libertar deste garrote, este dinheiro é fundamental para garantir salários, pensões, apoios sociais, serviços públicos, para investir no desenvolvimento do aparelho produtivo, aproveitar os recursos do País, aumentar a produção nacional, criar emprego.

Com as suas operações de propaganda querem dar a ideia de um País a caminho da prosperidade, mas se olharmos para a realidade social, onde está a volta que o País está a dar?

Hoje, já são mais de dois milhões e setecentos mil os portugueses a viver abaixo do limiar da pobreza e o número de portugueses, nesta situação, continua a crescer ao mesmo tempo que se esvazia o papel da Segurança Social pública na resposta às situações de adversidade no desemprego, na doença, na velhice, na infância, na pobreza extrema!

Mais 629 mil portugueses lançados na pobreza, nos últimos três anos!

É este o resultado do brutal desemprego! É este o resultado da política de degradação brutal dos rendimentos do trabalho com a quebra do valor real dos salários nos últimos quatro anos.

Tudo feito para que uns poucos continuem a amealhar milhões e milhões. Milhões e Milhões que lhes chegam por todas as vias. Pelo agravamento da exploração directa do trabalho, pela redução dos impostos, pela participação dos seus negócios à mesa do Orçamento do Estado, nomeadamente com as Parcerias Público-Privadas.

Os portugueses precisam de pôr fim a uma política assente na mentira no saque ao povo e ao País!

Sim, é preciso e com urgência por fim a uma política que alimentou casos e casos de escandalosa ilicitude, compadrio, conivência, corrupção, onde estão patentes também as relações de promiscuidade que foram sendo tecidas ao longo do processo privatizador e de restauração do capitalismo monopolista.

É este também o resultado da prolongada acção de sucessivos governos do PS, do PSD e CDS de anos e da sua política ao serviço do capitalismo monopolista que fragilizaram o País e o tornaram cada vez mais dependente.

Uma política que está a levar a uma rápida degradação de todas esferas da nossa vida colectiva, bem patente no surgimento inesperado de situações de funcionamento caótico em serviços essenciais às populações.

É inaceitável o que está a suceder nos serviços de saúde. A divulgação, por parte de uma canal televisivo, do trabalho de investigação que realizou em quinze hospitais em várias regiões do País, sobre a situação que se vive nas urgências teve o mérito de confirmar um conjunto de problemas que há muito o PCP tem vindo a denunciar.

Mas se é verdade que os cortes no financiamento do Serviço Nacional de Saúde, são em grande medida o resultado das recentes políticas de agressão das troikas, a razão de fundo para a degradação da prestação de cuidados de saúde, está no objectivo estratégico deste governo de transferir para os grupos privados, indo o mais longe possível até ao final da legislatura, responsabilidades na prestação de cuidados que constitucionalmente estão cometidas ao Estado.

E se dúvidas existissem sobre esta afirmação, aí estão os dados divulgados pelo INE no passado dia 7 de Abril, de que há diminuição da prestação de cuidados por parte do SNS, corresponde um aumento da prestação de cuidados pelos grupos privados, consolidando as bases de um grande negócio em que se transformou a prestação de cuidados de saúde.

Não! O País não está a dar a volta, o que este governo quer é dar a volta é à vida dos portugueses para levar ainda mais longe a sanha destruidora da sua política!

O País precisa de virar a página, mas não basta mudar de governo, é preciso também mudar de política!

Por isso, a luta dos trabalhadores e do nosso povo é tão importante visando o isolamento deste governo e a sua derrota definitiva, mas igualmente a derrota e o isolamento da política de direita de sucessivos governos que há anos fustiga a vida dos portugueses!

Sim! Sofremos recuos e derrotas. Os trabalhadores sofreram e alcançaram vitórias, mas o elemento político relevante é o facto deste Governo estar socialmente isolado e politicamente derrotado por causa da luta!

Daqui saudamos as lutas desenvolvidas dos trabalhadores em muitas empresas e sectores. Daqui saudamos as recentes lutas da Administração Pública, dos transportes, da juventude, dos reformados que nestes dias vieram à rua a convocação do MURPI e apelamos à participação nas acções previstas, em que se destacam as comemorações populares do 41º aniversário do 25 de Abril e à grande jornada do 1º Maio, dia internacional dos trabalhadores.

A ruptura e a abertura do caminho do futuro, assenta na força dos trabalhadores e do povo, na convergência dos democratas e patriotas e no indispensável reforço do PCP, âncora fundamental para uma política patriótica e de esquerda!

As eleições legislativas deste ano constituem um momento da maior importância na luta pela ruptura com a política de direita e a concretização da viragem inadiável e necessária na vida nacional.

Trata-se de uma batalha para a qual nos precisamos de preparar com toda a determinação, capacidade de iniciativa e realização, construindo uma grande, combativa e esclarecedora campanha eleitoral de massas, capaz de envolver o máximo das forças de cada uma das componentes da nossa Coligação e os muitos milhares e milhares de independentes, democratas e patriotas, que sabem que reside na CDU e no seu reforço o elemento mais decisivo para a concretização de uma política alternativa.

Uma campanha que afirme com confiança que é possível um outro caminho. Que há alternativa ao rumo de empobrecimento do povo e do País, à submissão e à dependência. Que há soluções e respostas para os problemas nacionais e de que para elas serem possíveis a CDU têm de ter mais força e mais votos.

Trata-se de uma campanha quer é um enorme desafio para todos nós, para os militantes comunistas, para os activistas e eleitos da CDU, para todos os democratas e patriotas que estão empenhados na construção de uma verdadeira alternativa e tanto mais exigente quanto é necessário confrontar e combater as novas e velhas ilusões das falsas saídas, daqueles que, falando de mudança, como o PS, mais não visam do que perpetuar a mesma política que nos conduziu até aqui e inviabilizar a verdadeira alternativa.

Uma campanha que torne claro que o PS, o PSD e o CDS-PP são os responsáveis pela situação de declínio nacional e que é com esse rumo que continuam comprometidos, apesar de toda a demagogia da viragem na situação País de uns e das proclamações de mudança de outros.

Sabemos que são cada vez mais aqueles que ganham consciência de que a solução dos problemas nacionais tem de ser encontrada fora do ciclo de rotativismo e alternância, e os que querem interrompida e derrotada a política de direita que PSD, CDS e PS vêm impondo há anos. Que são cada vez mais os que reconhecem na CDU uma força com proposta e soluções para retirar Portugal do atoleiro a que a política de direita o conduziu, e que sabem que há outra política, uma política alternativa patriótica e de esquerda capaz de defender a dignidade e independência nacional, respeitar os direitos e elevar as condições de vida do povo português.

Uma política que enfrente, sem hesitações e coragem, os constrangimentos resultantes da submissão externa e que inscreva como condição necessária e indispensável:

- a renegociação da dívida e o objectivo da recuperação da soberania económica, monetária e orçamental;

- uma política que assegure a elevação material das condições de vida, repondo salários e pensões de reforma roubados, promovendo o trabalho com direitos e valorizando a contratação colectiva, dando combate à exploração dos trabalhadores e à precariedade;

- uma política de defesa do aparelho produtivo e de valorização da produção nacional e de criação de emprego;

- a reposição da protecção social na doença e no desemprego, mas também no estímulo à natalidade e salvaguarda no envelhecimento, que correspondam à efectiva resposta que constitucionalmente está consagrada;

- o pleno exercício das funções sociais do Estado, designadamente na saúde e na educação, que reponha os níveis de resposta que fizeram do SNS e da Escola Pública, consagrados constitucionalmente, uma referência quanto a padrões de qualidade e universalidade;

- uma política cultural assumida como um factor de valorização, de democratização da sociedade e de emancipação social;

- uma política que interrompa e inverta a alienação de recursos com a retoma pelo Estado do controlo público de sectores estratégicos, designadamente a banca;

- uma política fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e o património do grande capital, os seus lucros e a especulação financeira.

Aos muitos que hoje partilhando as nossas propostas, reconhecendo a nossa seriedade e coerência se interrogam, perante o desastre que a política de direita cria, precisamos de ir ao seu encontro e dizer-lhes: juntem-se a nós, juntem-se ao PCP e à CDU, sejam parte activa desta corrente de exigência de mudança, de alternativa, de futuro.

Juntem-se a nós, juntem-se ao PCP e à CDU em cada uma das muitas lutas a travar, em cada um dos momentos em que é preciso afirmar direitos, em cada um dos locais em que a dignidade e as condições de vida são agredidos.

Juntem-se a nós na construção dos caminhos do futuro, preparando e dando força e uma ampla e vigorosa dimensão à marcha nacional do próximo dia 6 de Junho, na Avenida da Liberdade, do Marquês de Pombal à Baixa, pela libertação e dignidade nacionais por uma política patriótica e de esquerda.

A marcha nacional «A força do povo», todos à rua por um Portugal com futuro, promovida pela CDU, será uma grande jornada de luta, de afirmação da força e da vontade do povo português num País desenvolvido, uma poderosa afirmação de que reside no povo a decisão soberana sobre o futuro que quer ver construído para as gerações presente e vindoura, uma afirmação de que está nas mãos dos trabalhadores e do povo decidir dos seus destinos.

Veio aqui a diversificada e intensa actividade partidária realizada pelos comunistas do distrito de Lisboa nos mais diversos sectores e na dinamização da luta em defesa dos trabalhadores, das populações e da região.

A situação que hoje vivemos continua a impor-nos uma grande e reforçada disponibilidade para os combates que temos pela frente.

Vivemos um tempo de grande exigência para o PCP, para este Partido necessário e indispensável que se impõe reforçar!

Num momento tão difícil na vida do nosso povo, esse reforço a todos os níveis, é vital para conduzir a luta que se impõe em todas as frentes. No desenvolvimento da luta e das organizações e movimentos de massas. Na intensificação da intervenção política do Partido visando a derrota do governo e da política de direita. Na preparação e realização das eleições legislativas que aí estão.

Um reforço que pressupõe um grande empenhamento na continuação da concretização das orientações do XIX Congresso e na Resolução do Comité Central de 16 de Dezembro de 2013 “Mais organização, mais intervenção, maior influência – um PCP mais forte”.

Desde logo, dando novos passos na estruturação da organização partidária, visando o reforço do trabalho de direcção e a formação de colectivos partidários a todos os níveis com uma mais elevada participação dos militantes na vida do partido e na intervenção na sociedade com o alargamento da iniciativa política das organizações e dos militantes.

Todos temos a consciência de que não é possível um PCP mais forte e mais activo sem elevar o nível geral da militância partidária.

Temos que continuar a trabalhar para alargar a compreensão de que a militância, a participação de cada militante, é o elemento decisivo da força do Partido.

Particularmente, precisamos de avançar com a prioridade que a Resolução agora aprovada identifica no reforço da organização e intervenção do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho, envolvendo mais quadros e mais meios e concretizando essa audaciosa decisão de recrutar 1000 operários e outros trabalhadores até à próxima Assembleia. Recrutamento dirigido às camadas mais jovens, visando o necessário rejuvenescimento do Partido.

Temos confiança que o vamos conseguir aprofundando também o trabalho junto da juventude e contribuindo para a reforçar a JCP!

Temos avançado no recrutamento de novos militantes como o provam as mais de nove centenas de adesões na nossa Organização Regional desde a última Assembleia, mas sabemos que é possível ir mais longe, tratando com mais audácia as favoráveis possibilidades de alargamento das nossas fileiras, tendo em conta o grande prestígio do Partido e do trabalho e a intervenção dos comunistas neste distrito.

Mas reforçar o Partido é igualmente dar novos passos na dinamização das organizações locais e na estruturação e aprofundamento do trabalho junto das mais diversas camadas, sectores sociais e áreas de intervenção específicas, nomeadamente dos intelectuais e quadros técnicos e das classes e camadas sociais anti-monopolistas.

Reforçar o Partido é ter um Partido mais activo com uma intervenção mais intensa na batalha ideológica; com a intensificação da propaganda e da divulgação da imprensa do Partido, o «Avante!» e «O Militante»!

É defender e reforçar a independência financeira do Partido, outra prioridade apontada na Resolução da nossa Assembleia, melhorando o trabalho de cobrança de quotização e elevando o seu valor e de recolha de fundos para o Partido. É concretizar a Campanha Nacional de Fundos “Mais espaço, mais festa, futuro com Abril” para a compra da Quinta do Cabo e alargamento o terreno da Festa do Avante.

É necessário um PCP mais forte e é possível um PCP mais forte. Com a vossa participação e empenho vamos consegui-lo!

Somos um Partido independente, com a sua natureza de classe, o partido da classe operária e de todos os trabalhadores e que o povo sempre pode contar.

Um Partido que se orgulha do seu passado, da sua história. Um Partido que se orgulha da sua identidade comunista e que todos os dias se renova e revitaliza a pensar nos combates de hoje e de amanhã em defesa dos trabalhadores, do povo e por um país de progresso, mais justo, mais livre e mais democrático. Um partido portador de um projecto de futuro. O partido portador de soluções que toma a iniciativa e avança na luta que continua por uma política patriótica e de esquerda, por uma democracia avançada, inspirada nos valores de Abril, pelo socialismo e o comunismo.

É este Partido que aqui está que se impõe fortalecer com a concretização na prática das medidas e orientações que agora decidimos com a aprovação da Resolução Política desta nossa VIII Assembleia!

Viva a VIII Assembleia!
Viva a JCP!
Viva o Partido Comunista Português!