Camaradas, a nossa VII assembleia teve lugar logo a seguir às eleições legislativas que se realizaram em Junho de 2011. Quer isto dizer que, o período em que desenvolvemos a nossa actividade de que hoje estamos a fazer o balanço, foi no essencial, o mesmo em que esteve em funções o actual governo a concretizar o programa de agressão assinado pelos partidos da política de direita.
Neste período entre as duas assembleias, a ofensiva contra os trabalhadores, os micro, pequenos e médios empresários, a juventude, os reformados e a população em geral, foi como sabemos muito intensa e profunda, no plano nacional e naturalmente no nosso distrito. Intensificou-se a destruição dos postos de trabalho, os cortes e a degradação dos salários.
O Governo, tornou mais fácil e mais barato despedir quem trabalha.
Os reformados e pensionistas viram as suas condições de vida piorar.
Ao mesmo tempo, foi realizado um ataque feroz contra os serviços públicos e as funções sociais do estado que teve grande impacto negativo, no distrito de Lisboa.
Esta ofensiva contra os trabalhadores e as populações, além da degradação das suas condições de vida, trouxe consigo a chantagem, a ameaça e mesmo a repressão, alargando o receio de perder o posto de trabalho, que sendo precário, de baixo preço e sujeito a grande exploração é também a única fonte de sobrevivência e de salário de todos aqueles que têm como única riqueza a sua força de trabalho. As consequências aí estão.
De um lado, o desemprego, a pobreza e a fome a bater à porta daqueles que são a principal força produtiva do país, os trabalhadores.
Do outro, a concentração da riqueza. Podemos por isso afirmar camaradas que, no período decorrido entre a nossa VII e a VIII assembleia, a diferença de rendimentos entre os exploradores e os explorados, sofreu aumentos substanciais, alargando ainda mais as desigualdades sociais. Esta política de concentração de riqueza no grande capital, colocou mesmo em causa os interesses de outra classes e camadas sociais antimonopolistas. Foi neste contexto de uma grande ofensiva contra os trabalhadores e os seus direitos, contra as funções sociais do estado e contra os valores de Abril e o regime democrático consignado na constituição que desenvolvemos a nossa actividade no Distrito de Lisboa.
Camaradas, a prestação de contas que é devida ao colectivo partidário e aos camaradas delegados a esta nossa assembleia, está presente no projecto de resolução política em discussão e será desenvolvida de forma específica em varias intervenções sectoriais que, diversos camaradas farão durante a nossa assembleia.
Por isso, nesta breve intervenção de abertura dos nossos trabalhos limitar-me-ei, a referir alguns aspectos da nossa actividade e algumas propostas de trabalho para o futuro.
Mesmo com o agravamento das dificuldades objectivas, avançámos na acção e organização do Partido nas empresas e locais de trabalho.
E mesmo mantendo-se dificuldades que dependem essencialmente de nós e que por isso, precisamos de ultrapassar, o termos criado novas células de empresa e alargado muito o numero de documentos emitidos onde tratámos especificamente os problemas concretos dos trabalhadores de cada empresa e local de trabalho, mostram de forma clara que, dificuldades não significa impossibilidades.
E mostram que, quando os organismos do Partido ganham consciência da importância estratégica deste trabalho para o futuro do Partido e da luta dos trabalhadores, as reivindicações e as lutas a partir dos locais de trabalho acontecem, os trabalhadores ganham confiança na luta que travam por melhores salários, contra a exploração, o Partido reforça-se e fica mais forte e as organizações dos trabalhadores reforçam-se.
E por isso camaradas, as propostas feitas à assembleia de realizar uma profunda discussão em toda a ORL sobre a importância da organização do Partido nas empresas e locais de trabalho e o recrutamento de mais 1000 novos militantes para organizar nas células de empresa, até à próxima assembleia, adquirem, uma importância excepcional e vão exigir medidas de direcção adequadas para sendo aprovadas as concretizar.
Basta ver camaradas que, para recrutar mil, vamos precisar de contactar muitos mais trabalhadores. Reparem camaradas que disse temos porque esta tarefa, vai ter que ser de todo o colectivo partidário da ORL. Avançámos na dinamização da luta das populações dando-lhe um carácter mais consequente e alargando a luta a novas áreas e sectores.
Existem hoje mais organismos do Partido que, fazem da dinamização da luta das populações, uma componente essencial da sua actividade e sentem a força transformadora da luta de massas e as consequências positivas daí resultantes, ganharam experiência e muita confiança e são um importante estímulo para as organizações que estão mais atrasadas neste trabalho, (e são muitas) vencerem as dificuldades e avançarem de forma decidida para a ligação às massas transformando em luta os seus problemas e reivindicações.
Demos passos importantes, no reforço das organizações de massas dos quadros técnicos e intelectuais e na dinamização da luta em defesa da cultura.
Do conjunto dos outros movimentos, referir os avanços verificados na dinamização da luta dos reformados, embora, estejamos longe das necessidades e possibilidades que temos nesta frente de trabalho. Tivemos êxitos na dinâmica eleitoral. Crescemos em todos os actos eleitorais realizados desde a última assembleia, com destaque para a vitória no Município de Loures, a manutenção da presidência da Câmara do Sobral e o aumento significativo do número de vereadores, eleitos nas Assembleias Municipais e de Freguesia, nas últimas eleições autárquicas.
Estes bons resultados, são um estímulo e um grande desafio para as próximas eleições legislativas a realizar em Setembro ou Outubro. Não há volta a dar camaradas, o avanço eleitoral, de que estamos a precisar no plano nacional, para elevar, a luta que travamos pela alteração da situação política a outros patamares, depende muito devido à concentração eleitoral, do resultado conseguido no Distrito de Lisboa. O trabalho que temos para fazer é por isso muito exigente e diversificado mas, podemos fazê-lo bem e com êxito.
Camaradas, para isso é fundamental, intensificar o combater à ofensiva ideológica e com a audácia e determinação que nos caracteriza, informar, ouvir, esclarecer e convencer de que há outro rumo, outro caminho, que é necessário e possível. Temos a força do carácter humanista e transformador do nosso projecto. Temos as soluções que dão suporte à política patriótica e de esquerda que propomos ao nosso povo.
Precisamos de concretizar aquilo que podemos e sabemos fazer bem.
De forma organizada, concentrar forças, alargar e massificar a intervenção nos locais de trabalho, nas escolas, nas ruas, junto de familiares e amigos e tantos outros locais, repito camaradas, com audácia, determinação e muita confiança, passar à ofensiva. Informar, ouvir, esclarecer e convencer.
O desencanto com a política de direita e o crescente alargamento do prestigio do Partido, criou excelentes condições para alargar e intensificar o trabalho político unitário que é necessário potenciar com mais trabalho junto daqueles que estão connosco nas organizações e movimentos de massas, junto de candidatos e eleitos autárquicos, de personalidades, democratas e outros patriotas, Continuámos o rejuvenescimento dos organismos do Partido mas, mantemos dificuldades em inserir no trabalho de direcção e na actividade regular, centenas de jovens militantes que estão a aderir ao Partido e trazem consigo o novo da realidade social tão importante para o acerto das decisões e para a actividade do Partido. Estamos a falar camaradas, de um importante desafio para o nosso trabalho de direcção na ORL nos próximos tempos.
Demos continuidade à renovação do quadro de funcionários mas estamos a precisar e muito, de uma nova fornada especialmente de operários que aceitem vir para a actividade do Partido a tempo inteiro.
A finalização da acção de contactos que é para terminar agora e não para prolongar no tempo é só por si um importante contributo para o reforço orgânico do Partido que, pode ser ampliado e consolidado, garantindo a partir de agora o contacto regular com todos os militantes do Partido.
E que, pode dar uma importante contribuição para atingirmos o objectivo proposto no projecto de resolução no que respeita à quotização, duplicar nos próximos anos, o valor que actualmente recebemos. O que exige ainda muitos mais camaradas a pagar regularmente a sua quota e também o seu aumento generalizado.
Que valor damos à quota do Partido, no conjunto das despesas fixas mensais?
Que lugar ocupa no rol dessas despesas?
Não vai ser fácil camaradas mas temos de travar este combate.
Camaradas, neste contexto político difícil, uma boa parte das nossas energias esteve centrada na resistência à ofensiva do grande capital dinamizando e participando nas lutas dos trabalhadores, convocadas pelo MSU e na dinamização da luta mais geral das populações. Ao mesmo tempo, afirmámos o Partido, o seu projecto, a sua ideologia, os seus princípios orgânicos, como elementos fundamentais para a sua coesão e acção pela transformação revolucionária da sociedade.
Para responder a esta gigantesca actividade foi determinante a militância, a capacidade de direcção e a enorme dedicação ao Partido, do conjunto de quadros que compõem o núcleo activo do Partido.
Penso que estareis de acordo camaradas, com a afirmação feita no projecto de resolução proposto pela Direcção Regional à nossa assembleia e que passo a citar, "Sem qualquer dúvida ou hesitação, podemos afirmar que estivemos à altura das responsabilidades da ORL para com o Partido".
Vivam os trabalhadores e as populações do distrito de Lisboa.
Viva o nosso Partido. O Partido Comunista Português.