Intervenção de

XXIII Congresso Nacional do CDS-PP - Intervenção de Bernardino Soares na AR

 

Conclusões do XXIII Congresso Nacional do CDS-PP

Sr. Presidente,
Sr. Deputado Nuno Melo,

Em primeiro lugar, os devidos cumprimentos pela realização do Congresso do CDS e pela eleição dos seus novos órgãos dirigentes, que cumprimento. Sr. Deputado, eu estava com o coração um bocadinho «apertado» enquanto ouvia a intervenção do Deputado Ricardo Rodrigues.

É porque ele falou tanto, tanto, tanto em coligações que ainda pensei, tendo em conta a temática que também esteve presente no Congresso do CDS, que vinha dali uma proposta antecipada para um futuro mais ou menos próximo.

Mas, afinal, não...!

Acho que o Sr. Deputado também estava preocupado com o andamento da conversa do Partido Socialista...

Depois, também respondeu com outras coligações... Olhe, aqui já cheirava a «queijo Limiano», Sr. Deputado...!

No que se refere à sua intervenção, queria ressaltar, em primeiro lugar, a definição do CDS feita pelo Sr. Deputado: é um partido não socialista - ora, aí está! -, querendo dizer, se entendi bem, que é um partido que quer diferenciar-se do Partido Socialista, que está no Governo, e da sua governação.

Penso ter entendido bem.

O problema é que esta definição denuncia bem o que é a política, não do CDS, que é a habitual, mas do Partido Socialista.

Quando os partidos à direita já só têm, como campo para se diferenciarem, não as políticas seguidas na maior parte dos casos mas dizerem-se não socialistas, provavelmente, não estamos a definir bem a linha política ideológica do CDS mas estamos a definir na perfeição aquilo que é a política do Partido Socialista, uma política de direita, como o Sr. Deputado bem sabe.

Queria referir apenas um aspecto da moção vencedora do Congresso do CDS-PP que, nos tempos que correm, penso que vem muito propósito - enfim, estive a dar uma vista de olhos, para esta intervenção...

Refiro-me à questão da conciliação entre a profissão e a família.

Há propostas que lá fazem que merecem certamente discussão, mas é extraordinário, Sr. Deputado, que o aspecto essencial da conciliação entre a profissão e a família são os direitos dos trabalhadores face ao seu patrão e à entidade empregadora e, ontem, votámos, aqui, uma série de alterações que visavam em boa parte proteger o trabalhador, para não estar à mercê de horários selvagens, não estar à mercê de ter de se submeter a tudo porque se não «vai para a rua» e é despedido, e o CDS-PP não apoiou essas propostas do PCP!....

A postura do CDS-PP não é, de facto, de apoio à conciliação, porque quanto mais se diminuem os direitos dos trabalhadores menos possível é a conciliação entre a sua vida profissional e a sua vida familiar, e sobre isso não encontrámos rasto na moção de estratégia do CDS-PP.

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