Áudio
No vibrante comício no Teatro Garcia de Resende, em Évora, Jerónimo de Sousa adiantou as razões pelas quais os trabalhadores, os jovens, os pequenos e médios agricultores e empresários, os reformados devem votar na CDU no próximo dia 25: em primeiro lugar, para eleger deputados portugueses no Parlamento Europeu comprometidos com a defesa do povo e do País – e não, como os eleitos do PS, PSD e CDS, submissos às imposições das grandes potências e dos grupos económicos da União Europeia; mas também para «dar um empurrão para fora a este Governo e a esta política».
O dirigente comunista rejeitou, em seguida, a ideia de que Portugal terá uma «saída limpa» da troika. Aliás, precisou, nem há saída nem esta será limpa. Como podia ser limpa se o pacto de agressão deixa atrás de si a destruição de 300 mil postos de trabalho, 2,5 milhões de portugueses no limiar da pobreza (mais meio milhão do que há três anos) ou o desmantelamento e encerramento de importantes serviços públicos e funções sociais do Estado. E a dívida, que segundo PS, PSD e CDS justificou o recurso à troika estrangeira? Aumentou 51 mil milhões de euros neste período... As declarações do primeiro-ministro sobre as críticas do FMI ao Tribunal Constitucional mereceu do Secretário-Geral do PCP a seguinte pergunta: «afinal, quem manda no País? O FMI e os seus interesses ou a Constituição da República e o povo português?»
Quanto à nova ofensiva contra a contratação colectiva, anunciada por Passos Coelho, Jerónimo de Sousa afirmou que o Tribunal Constitucional deve pronunciar-se sobre esta matéria, mas considerou que o que é determinante é a luta dos trabalhadores em defesa desta que foi uma conquista do combate de gerações e gerações de trabalhadores. Sim, porque não foram deputados nem governantes que «ofereceram» a contratação colectiva. Foram os trabalhadores que, com a sua luta, a conquistaram. No dia 25, o voto na CDU será também um acto de luta, garantiu Jerónimo de Sousa, considerando-o o único que conta para abrir caminho à construção de uma alternativa patriótica e de esquerda.
Desta política alternativa, salientou o dirigente do PCP, consta a renegociação da dívida pública, a dinamização do aparelho produtivo, a devolução ao País do que lhe foi roubado, nomeadamente as suas empresas e sectores estratégicos, e ao povo os seus salários, direitos e rendimentos. Isto sim, é uma política de esquerda, e não a «mudança» que o PS anda por aí a prometer e que, ao concreto, não representa nada de diferente daquilo que o PSD e o CDS têm protagonizado. As diferenças é o próprio PS a reduzi-las a uma alegada «inteligência» na aplicação dos cortes e da «austeridade».