Tomada de posição do PCP sobre o processo dos debates eleitorais

Face às múltiplas notícias que foram sendo produzidas a propósito do processo que envolveu as direcções de informação dos três principais canais de televisão e os partidos políticos com assento parlamentar, o PCP considera necessário esclarecer que:

1- Manifestou inteira abertura e interesse na concretização de uma solução que assegurasse o conjunto de debates que permitissem o pleno esclarecimento e o desejável confronto de projectos e posicionamentos em discussão nas eleições legislativas de 4 de Outubro.

2 – Se pronunciou clara e frontalmente, desde o primeiro momento, quanto à necessidade de serem assegurados princípios de igualdade, pluralismo e objectividade na organização dos debates quer quanto à sua projecção quer quanto às forças políticas envolvidas. Desde sempre o PCP sublinhou só existirem dois critérios objectivos: o de 4 candidaturas ou de seis partidos com representação parlamentar.

3 – Tendo dado o seu acordo à realização do debate proposto pelos canais de televisão com a participação dos líderes das quatro principais candidaturas, o PCP manifestou a sua viva discordância quanto à proposta dos chamados “frente a frente” por duas razões fundamentais: a da opção de promover um debate entre Passos Coelho e António Costa em canal generalista e transmitido pelos três canais com a notória visibilidade e projecção associada, remetendo os restantes para os canais informativos com as limitações de audiência conhecidas; a da gritante discriminação que constitui a opção de afastar dos frente a frente o PEV em contraste com a presença do CDS-PP que concorre, como se sabe, em coligação.

É esta a razão, e nenhuma outra, que fundamenta a recusa manifestada pelo PCP de participar num debate com o líder do CDS pelo que isso significaria de caucionamento de um critério discriminatório e de favorecimento por via de uma dupla representação de uma coligação em detrimento de outras, manifestando a sua disponibilidade para os restantes debates.

4- Como o PCP teve ocasião de expressar a questão não está em dar o seu acordo ou desacordo a critérios editoriais mas tão só o direito inalienável de perante esses critérios manter a total liberdade de deles discordar.

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