Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

A situação no Egipto

São positivas as palavras que, apesar de serem apenas de circunstância, expressam nesta resolução a "solidariedade para com o povo egípcio", regozijando-se com a sua "coragem e determinação, nomeadamente por parte das gerações mais jovens" e apoiando firmemente as suas "legítimas aspirações democráticas".

A maioria do PE que, até agora, apontava o Egipto como um exemplo de estabilidade na região, vê-se obrigada a aplaudir a acção dos egípcios com vista à ruptura com essa "estabilidade".

As manifestações dos egípcios que levaram ao derrube de Hosni Mubarak são o exemplo de que são imensas as possibilidades de conquistas democráticas das classes alienadas pelo capitalismo e pelas forças e regimes ao seu serviço. O povo do Egipto demonstrou com grande tenacidade e unidade combativa que é possível vencer resignações e avançar para a conquista de liberdades políticas e democráticas, mesmo num país e numa região profundamente dominados pelos interesses do imperialismo, particularmente dos EUA, de Israel e da UE.

Até à sua derrota final o imperialismo nunca se dá por vencido e também não se resigna. Apesar das palavras bonitas, as forças que, no PE, defendem os seus interesses contra-atacam, arrogando-se no direito de interferir e, hipocritamente, querem dar lições de democracia, através dos seus "partidos políticos e fundações".

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