Este relatório sobre o futuro da alimentação da agricultura representa mais um típico exercício de tentativa de resolução da quadratura do círculo. Aponta para aspetos relevantes como seja a recusa da nacionalização dos custos da PAC e a necessidade de não diminuir o seu orçamento do próximo quadro financeiro plurianual Pede o reforço dos instrumentos de apoio às regiões ultra periféricas através do POSEI. Refere igualmente a defesa da pequena e média agricultura e dos circuitos curtos de produção e comercialização.

Contudo, como é evidente, não é possível defendemos estes aspetos sem pôr em causa os fundamentos da PAC sob pena de cairmos na mais pura hipocrisia. A PAC, com as suas orientações neoliberais, promovendo a competitividade e abrindo o setor à concorrência mundial, está na prática a alimentar o modelo de produção intensiva e do agro negócio que é insustentável e promove a ruína dos agricultores.

Pela nossa parte só uma rutura com as orientações da PAC, defendendo a regulação pública da produção e o direito à cada país defender a sua soberania alimentar, poderá valorizar a nossa produção e garantir um rendimento digno aos nossos agricultores.