O PCP dirigiu hoje uma carta à Direcção de Informação da TVI a propósito do tratamento dado por aquela estação ao Dia Internacional da Mulher nos seus espaços noticiosos.
Na missiva é destacada a importância deste dia «em que se assinala a luta histórica das mulheres contra a exploração e a guerra, por direitos políticos e sociais, melhores salários, particularmente pelas mulheres trabalhadoras, bandeira para a qual o PCP deu um contributo como nenhum outro partido no nosso País», assinalando-se o conjunto de iniciativas que o partido desenvolveu por todo o território nacional, bem como o almoço organizado pela Célula dos trabalhadores comunistas na Câmara Municipal da Moita, com a presença do Secretário-Geral, registando-se que tais acções mereceram uns escassos «8 segundos (!) no Jornal das 8 da TVI, sobre uma iniciativa a que essa estação não atribuiu relevo suficiente para deslocar uma equipa de reportagem».
O PCP refere com espanto «o facto da iniciativa na Assembleia da República em torno da "liderança no feminino" tenha merecido uma peça de 2 minutos, iniciativa promovida pela candidata, ainda não-líder, à liderança do CDS», sublinhando a sua indignação «quando, ainda a pretexto de "A política no feminino", a TVI convida Catarina Martins e Mariana Mortágua para uma entrevista no Jornal das 8 de 12 minutos, seguindo-se mais 20 minutos na TVI 24 com Mariana Mortágua e Marisa Matias», o partido questiona «mas será que noutros partidos não há mulheres deputadas, na Assembleia da República ou no Parlamento Europeu? Ignora a TVI a existência de mulheres do PCP, jovens e não jovens, com papel relevante na vida política nacional e na afirmação dos direitos das mulheres? Os critérios de pluralismo da TVI não atingem mais que o horizonte de convidar 3 pessoas de uma mesma força política?».
Na carta, o PCP sugere, entre outras referências à intervenção histórica, ímpar e funda do PCP nesta matéria, a intervenção da até há pouco tempo deputada do PCP no Parlamento Europeu, Inês Zuber, Vice-Presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros do mesmo Parlamento, destacando que «Tantas outras militantes, dirigentes e deputadas do PCP estariam, no mínimo, nas mesmas condições para debater questões, a pretexto de uma rubrica baptizada de "Política no feminino", que serviu como espaço para afirmar posicionamentos políticos a propósito do Orçamento do Estado, a venda do Novo Banco, a chantagem da Comissão Europeia sobre o nosso País ou outros temas da actualidade». Reafirmando que o seu compromisso nesta batalha que, no passado (ainda quando outros não o faziam), no presente e no futuro deu, dá e dará voz e corpo às bandeiras do 8 de Março.