Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Privatização da CP Carga – atentado ao interesse nacional

Privatização da CP Carga – atentado ao interesse nacional

O Ministro das Infraestruturas abordou recentemente o tema da privatização da CP Carga. Fê-lo afirmando que o Governo ia dar continuidade nos próximos dias à privatização que o governo PSD/CDS meticulosamente foi construindo.

A manter-se esta decisão, a mesma corresponde à continuação da política de alienação de activos estratégicos, de desmembramento do sector ferroviário nacional e de prosseguimento de um caminho errado e prejudicial para o País, para a economia e desenvolvimento da produção nacional. Um caminho de destruição levado a cabo pelo anterior governo e que está nas mãos e nas opções do actual governo interromper.

O PCP, expressando a sua solidariedade activa com a crítica imediata das Organizações Representativas dos Trabalhadores da empresa, e reafirmando a sua posição firme contra a privatização (traduzida no projecto de lei já entregue na Assembleia da Republica) recorda que o próprio PS expressou as mais severas reservas a este processo de privatização antes das eleições, denunciando então a sua opacidade e falando da necessidade de transparência, situação que, aliás, se mantém.

Estamos perante um processo que envolve acordos pouco claros entre “vendedor” e “comprador” demasiado evidentes quando a «venda» de um activo estratégico como é a CP Carga é realizada por 2 milhões de euros depois de nela se terem injectado mais de 116 milhões de euros de activos. Pelo que o PCP não deixará de exigir o total apuramento e esclarecimento da situação.

É significativo que o Governo decida, ao contrário do que é necessário e possível que seja feito, não interromper a alienação deste activo estratégico numa altura em que o transporte de minério entre Moncorvo e Leixões se prepara para ser feito parcialmente por rodovia, quando o que se impunha era que os instrumentos estratégicos públicos - como é o caso da CP Carga - fossem colocados ao serviço da economia, garantindo o total transporte ferroviário destas cargas.

Um processo que será um primeiro passo para o abandono do transporte ferroviário de mercadorias no Algarve, no Oeste, e noutras regiões, como aliás consta dos documentos do negócio entretanto expostos.

O PCP, ao mesmo tempo que apela ao reforço da luta dos ferroviários contra a privatização, intervirá no sentido de exigir esclarecimentos quanto à decisão do governo de prosseguir esta privatização que, a avançar, constitui um crime contra os interesses nacionais.

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