Intervenção de

Preparação do Conselho de 15 e 16 de Dezembro de 2005<br />Intervenção de Ilda Figueiredo

A preparação deste Conselho demonstra a gravidade da situação que se vive na União Europeia e a crise a que conduziram as políticas cada vez mais neoliberais, ao serviço dos interesses dos grupos económico-financeiros dos países mais poderosos. A solidariedade dos países mais ricos é cada vez menor. Os próprios princípios do Tratado sobre a coesão económica e social estão a ser totalmente espezinhados. Os últimos alargamentos da União Europeia concretizaram-se sem novos meios financeiros e preparam-se para agravar a situação com mais cortes propostos pela Presidência Britânica para os novos Estados-Membros e para países da coesão, como Portugal. A crise orçamental é, tão só, a expressão do grande mau estar que se vive na União Europeia, que o fundamentalismo das orientações monetaristas do BCE e do Pacto de Estabilidade se têm encarregado de agravar, e que se aprofundam com as restrições que impõem ao orçamento comunitário. Entretanto, reforçam-se novas prioridades contidas na dita constituição europeia, já rejeitada - a militarização da UE, a chamada segurança interna e o controlo da imigração, as políticas de concorrência - o que tenderá a canalizar meios financeiros para as prioridades dos países economicamente mais desenvolvidos e dos seus grupos económico-financeiros, à custa das necessidades sociais, ambientais, de coesão e de ajuda ao desenvolvimento.

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