Articulando cada passo com as entidades competentes e avaliando a evolução da situação epidemiológica, o PCP realizará a Festa do “Avante!” com a responsabilidade que lhe é reconhecida, inserida na divulgação pedagógica da prevenção e protecção que continua a impor-se, garantindo todas as medidas sanitárias.
Realizar a Festa do “Avante!” é, nestas circunstâncias, uma grande afirmação do estímulo à actividade, à cultura, à arte, ao desporto, ao convívio, ao lazer, à intervenção política, à solidariedade, à fruição da vida, hoje essenciais à saúde e ao bem estar da população.
Deixar de a fazer apenas porque sobre ela se lançou uma campanha mistificatória para instrumentalizar reais e naturais factores de preocupação – em si mesmo agigantados pelas razões que são conhecidas – seria soçobrar a uma ofensiva reaccionária que, tendo êxito, cedo passaria para outros patamares de limitação de liberdade e direitos. Também nesta circunstância, realizar a Festa é afirmar e manter abertas as portas que Abril abriu.
«O PCP goza de um regime de excepção. Outros festivais não se realizam.»
Quando o PCP já deu provas que consegue organizar iniciativas em segurança, outros escolhem não o fazer, mesmo podendo fazê-lo. O diploma invocado quanto à proibição de festivais de Verão (https://dre.pt/application/conteudo/134762426) diz, claramente, que estes se podem realizar desde que cumpridas as regras sanitárias em articulação com a DGS. Diversos eventos culturais estão a acontecer ao longo do Verão: Jazz ao ar livre em Leiria, o Jardim de Verão na Gulbenkian, programação do CCB, "Noites do Palácio", no Porto, entre tantos outros.
A proibição dos Festivais de Verão correspondeu a uma decisão adoptada de acordo com os interesses específicos dos seus promotores face a problemas concretos que estes identificaram.
Não há qualquer excepção para o PCP, além do mais, porque a actividade política não está suspensa. O próprio Presidente da República afirmou que “se uma entidade promotora qualificar como iniciativa política, religiosa, social o que poderia, de outra perspetiva, ser encarado como festival ou espetáculo de natureza análoga, deixa de se aplicar a proibição específica prevista no presente diploma” https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/proibicao-de-festivais-ate-30-de-setembro-publicada-em-diario-da-republica-594777
«Para o PCP o dinheiro é mais importante que a saúde dos portugueses.»
A Festa do “Avante!” é uma grande realização política e cultural, um momento marcante de afirmação do PCP, do seu projecto e ideais. E é sobretudo um ponto de encontro com a vivência colectiva dos trabalhadores e do povo, da sua cultura, dos seus problemas e aspirações. A Festa do “Avante!” é, inegavelmente, a Festa de Abril e do povo, realizada a pensar no reforço da sua luta e dos seus direitos, como o testemunham as suas 43 edições. Neste momento da vida nacional é particularmente importante projectar a vida, a luta e resistência do povo português. Só quem não conhece a Festa e o PCP pode avaliar a sua realização e a conduta do PCP em função de objectivos financeiros.
«O PCP teima em realizar a Festa do «Avante!» apenas porque sim.»
Quando alguns têm direito a fazer festas na Quinta do Lago ou na Comporta, os trabalhadores são empurrados para transportes lotados para ir trabalhar, mas apenas para trabalhar. Para o PCP, o lazer, o convívio e a cultura não podem ser privilégios, têm de estar acessíveis a todos e é possível fazê-lo em segurança. Para o PCP, os trabalhadores que apanham o autocarro cheio às 6h, os trabalhadores em lay-off, os que foram despedidos, os que viram a sua actividade parar desde Fevereiro e não têm rendimentos, todos têm direito a ter direitos. Para o PCP é urgente garantir salários dignos e por inteiro a quem trabalha, defender o direito à habitação, defender o SNS para todos, o direito à cultura e ao lazer. É em defesa de todos estes direitos que nos propomos realizar a Festa do povo, a Festa do «Avante!».
«O PCP é um partido irresponsável.»
O povo português sabe que pode contar com o PCP e o seu sentido de responsabilidade em todos os momentos da história. Irresponsabilidade não é realizar a Festa do “Avante!” com todas as regras de segurança em articulação com as entidades competentes. Irresponsabilidade é impor a milhares de trabalhadores que circulem em transportes públicos sobrelotados, é a falta de condições de sanitárias em muitos locais de trabalho por todo o país, é a habitação precária a que muitas famílias são sujeitas, irresponsabilidade são os ataques desferidos ao SNS durante décadas. Irresponsabilidade também é atirar areia para os olhos das pessoas e não resolver os seus verdadeiros problemas. É também pela defesa dos trabalhadores que a Festa do “Avante!” tem de se realizar.
Que razões tem o PCP para falar de um ataque à Festa do Avante!?
O ataque à festa é apenas uma expressão de um objectivo de sempre das forças reaccionárias: o de pôr em causa o exercício de direitos políticos e mais em particular a actividade do PCP e sindical. Os ataques à festa vêm desde a edição que se realizou em 1976, então com recurso à bomba. Manteve-se durante anos nas tentativas várias de a impedir por via dos obstáculos à disponibilização de terreno para a realizar. E prosseguiu até aos dias de hoje com as linhas de desinformação e calúnia que foram lançadas sobre aspectos da sua realização.
A campanha contra a Festa, agora a pretexto da Covid-19, é apenas um momento mais visível dessa intenção como se viu com as comemorações do 25 de Abril, a jornada do 1.º de Maio ou o comício do PCP no Parque Eduardo VII.