O Partido Comunista Português condena veementemente o golpe de Estado que afastou o legítimo Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales.
Após desrespeitarem a vontade popular expressa nas eleições realizadas a 20 de Outubro, que ditaram a reeleição de Evo Morales como Presidente da Bolívia, as forças reaccionárias e anti-democráticas bolivianas, com a cúmplice acção das forças policiais e militares e suportadas por inaceitáveis pressões e ingerências externas, levaram a cabo uma violenta acção terrorista contra os movimentos populares bolivianos, seus dirigentes e responsáveis estatais, apesar dos múltiplos apelos ao diálogo e iniciativas de solução política no marco democrático e constitucional protagonizadas por Evo Morales.
Responsabilizando os sectores golpistas por qualquer atentado contra a integridade física de membros de forças políticas, de estruturas sindicais e de movimentos populares, o PCP condena e exige o fim da perseguição que é movida contra estes.
O golpe de Estado agora consumado na Bolívia, nada tem que ver com uma pretensa defesa da democracia, que violentamente desrespeita, antes se insere na ofensiva do imperialismo norte-americano na América Latina, tendo como real objectivo derrotar o processo de afirmação soberana, de progresso económico e social e de emancipação que tem vindo a ter lugar na Bolívia desde 2006.
O PCP considera que, no respeito pela Constituição, é dever do Governo português expressar uma inequívoca rejeição do golpe de Estado na Bolívia.
O PCP reafirma a solidariedade com as forças populares, progressistas e revolucionárias da Bolívia, com a resistência e luta dos trabalhadores e do povo boliviano contra a violenta repressão golpista e em defesa da sua soberania, da democracia, do progresso económico e social, da paz, da cooperação.