Associamo-nos às condenações que se sucedem por todo o mundo e saudamos e solidarizamo-nos com a mobilização dos cidadãos em manifestações de condenação e protesto contra o criminoso massacre perpetrado há dois dias pelos militares israelitas, a mando do seu governo, contra as seis embarcações que compunham a “Frota da Liberdade”, e que provocou a morte de pelo menos 9 civis indefesos e feriu gravemente muitas dezenas de outros.
Este crime é tanto mais hediondo quanto estas embarcações transportavam cerca de 10 mil toneladas de bens de primeira necessidade, uma ajuda humanitária para a população aprisionada há anos consecutivos no seu próprio território. São homens, mulheres e crianças que enfrentam uma dramática e calamitosa situação humanitária em resultado da brutalidade desencadeada pelo governo de Israel, que transformou Gaza num gigantesco campo de concentração.
Por isso, insistimos junto das instituições europeias que não podem continuar a usar dois pesos e duas medidas para com os que violam o direito internacional. Os palestinos devem ter o seu próprio estado livre e independente e a Comissão Europeia e o Conselho devem suspender de imediato o Acordo de Associação com Israel e exigir o cumprimento do direito internacional, com a aplicação a Israel das sanções e medidas necessárias para que se cumpram as Resoluções das Nações Unidas.
É preciso impor/exigir a Israel o respeito pelo direito internacional. Não se pode tolerar que Israel faça agora das águas internacionais mais um espaço para cometer actos de pirataria, massacres selvagens de cidadãos indefesos, matando e ferindo indiscriminadamente seres humanos, sequestrando e aprisionando centenas de cidadãos, roubando bens que lhe não pertencem.
O flagrante e criminoso massacre cometido e a violação inequívoca das mais elementares regras do direito internacional, por parte das forças militares de Israel, a mando do seu governo, exigem uma condenação e uma acção firme e determinada, para que se não voltem a repetir.
Israel não pode continuar a agir impunemente como um Estado fora da lei a quem todos os crimes são permitidos. Israel deve respeitar e cumprir, como todos os outros Estados, as Resoluções das Nações Unidas. Israel deve desocupar os territórios ilegalmente ocupados. Deve levantar de imediato o seu arbitrário e ilegal bloqueio à Faixa de Gaza. Deve libertar de imediato os cidadãos que sequestrou e aprisionou num acto de guerra contra civis indefesos e entregar às populações de Gaza os bens de primeira necessidade de que carecem e que pacificamente lhes eram destinados.