Intervenção de

Linhas do Oeste - Intervenção de José Soeiro na AR (sessão de perguntas ao Governo)

Acerca da modernização ferroviária das linhas do Oeste

 

Sr. Presidente,
Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares,
Sr.as e Srs. Deputados,
Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes,

Ouvi a resposta que deu à primeira pergunta e tenho de dizer que aquilo que ouvi deixou-me uma fortíssima preocupação. É que, se o desenvolvimento da rede convencional ferroviária ficar exclusivamente dependente da procura hoje existente, estamos perante uma situação gravíssima. Mas talvez isso explique a falta de investimento que se tem verificado na modernização da rede ferroviária convencional, sobretudo nas zonas já penalizadas por uma política errada que tem sido praticada ao longo de dezenas de anos e que tem conduzido àquilo que sabemos: litoralização e desertificação do interior do País.

Preocupa-me, igualmente, o tempo. Isto porque dois anos para termos orientações e, se calhar, mais dois anos para termos plano fica-nos a faltar a obra. Não há tempo para a obra! São dois anos para as orientações, dois anos para o plano e, depois, a obra ficamos a vê-la...! Neste caso concreto, quase que se poderia dizer que «ficamos a ver passar os comboios». É que a estratégia do Governo é esta: TGV para tudo! É TGV para Vigo, é TGV para Salamanca, é TGV para Huelva... Até, imagine-se, temos, no PNPOT, um TGV Beja-Faro...!! Pois é, passam tão rápidos que não se vêem!...

Nós somos mais modestos, Sr.ª Secretário de Estado.

O que queremos saber é quando se começa a investir, a sério, na rede convencional enquanto opção estratégica e alternativa ao caos rodoviário que se vai acentuando,  para garantir aos cidadãos a possibilidade de usufruir de um transporte moderno, com comodidade, a preços acessíveis, alternativo à opção rodoviária, que está cada vez pior.

 

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