O Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, acompanhado por João Oliveira, o primeiro candidato da CDU ao Parlamento Europeu, encabeçou a delegação do PCP que visitou, hoje, a 40.ª edição da Ovibeja. Uma visita que permitiu observar e reflectir sobre o estado actual da agricultura em Portugal e as políticas necessárias para promover a soberania alimentar.
Os muitos produtores contactados, os vários exemplos trazidos revelam que o País tem condições para produzir mais e mais o que se precisa. Não será possível produzir tudo, mas, com outra política agrícola, com planeamento, podíamos reduzir em muito a nossa dependência. Portugal tem potencial para produzir mais cereais e para aumentar a nossa produção agro-pecuária.
Apesar do crescimento de algumas produções, a balança agro-alimentar portuguesa continua a registar um défice significativo, superior a 3500 milhões de euros. Neste sentido, é fundamental construir um caminho para garantir a soberania alimentar como uma questão estratégica para garantir a segurança e a autonomia do país no fornecimento de alimentos. São precisas políticas de apoio à pequena e média agricultura, ligando-os à produção e assegurando o escoamento a preços justos e promover o regadio, designadamente o regadio tradicional.
Por último, foi abordado o avolumar dos problemas na agricultura fruto da Política Agrícola Comum, que estiveram na origem dos grandes protestos deste ano. Especificamente, as dificuldades enfrentadas pelos sectores leiteiro e vitivinícola, dois sectores em que o País podia dar cartas mas em que a liberalização da produção e dos mercados está a criar problemas de dificuldade de escoamento. Em particular a situação no sector da Vinha, em que a liberalização dos direitos de plantio, que junta PS e PSD e que foi votada no Parlamento Europeu pelo actual Ministro da Agricultura, está a criar uma situação insustentável e a degradar os rendimentos dos produtores.
É indispensável proteger a produção nacional para garantir a sustentabilidade do sector agrícola em Portugal e não, como adianta o Governo, cortar nos apoios.
