Intervenção de Alma Rivera, 1.ª candidata da CDU por Évora, Acto Público CDU

«Há potencialidades e possibilidades neste distrito de Évora e não há tempo a perder»

«Há potencialidades e possibilidades neste distrito de Évora e não há tempo a perder»

Camaradas e amigos, 

Que este seja um Ano Novo melhor! É o que todos desejamos. 

Os que aqui estão hoje, com a sua imprescindível presença, sabem que não só é possível como, em boa parte, está nas mãos do povo conseguir uma vida melhor. 

Temos já em março umas eleições que irão eleger uma nova Assembleia da República e será a composição desse novo parlamento que irá ditar as opções políticas para os próximos anos.

Esta é uma oportunidade! Para mudar de política: para travar o empobrecimento da população, a perda de poder de compra, o aumento do custo de vida, os baixos salários e pensões e fazer uma política de distribuição da riqueza, não de concentração cada vez maior, como se pode observar pelos lucros escandalosos obtidos à custa da generalidade das pessoas. Uma política que coloque os trabalhadores no centro das suas preocupações, que sirva os seus interesses.

Aqui em Évora, a política de sucessivos governos tem consequências e há problemas graves que precisam de resolução: a dificuldade em fixar população e em reter os jovens, a falta de condições que permitam aos jovens fazer uma vida, constituir família.

Mas também o empobrecimento, os serviços públicos degradados (em particular a saúde, com mais de 20 mil utentes sem médico de família, falta de profissionais, filas de espera); a falta de respostas sociais, de lares para uma população idosa que merece viver condignamente, o desinvestimento nas vias de comunicação, na mobilidade, que isola o distrito e trava a economia. 

A política de direita, seja ela praticada pelo PS ou pelo PSD é um desperdício! E desperdiçou potencialidades num distrito que tem uma posição geográfica privilegiada e inúmeras possibilidades para um desenvolvimento justo.

Estas eleições são também sobre isto: esperança no futuro. Provar que é possível uma alternativa. Mostrar que vale a pena usar o voto para ganhar voz, para ganhar força na luta por uma vida melhor.

E a maior prova disso é que o voto na CDU nunca foi em vão. Nunca traiu, nunca lhe fugiu o pezinho para a direita e para favorecer os grandes.

Quando a CDU tem mais força a vida das pessoas anda para a frente. 

Quando a CDU tem menos força e menos deputados, como foi o caso deste tempo de maioria absoluta do Partido Socialista, a vida anda para trás e os problemas não se resolvem.

Sim, porque estas eleições não são para eleger primeiros-ministros. Aqui no distrito ninguém vai votar no primeiro-ministro, nem em qualquer líder partidário. Vão eleger-se 3 deputados. 

E se 3 já são poucos, se nenhum for da CDU, o Distrito perde definitivamente voz.

Há dois anos, o medo da direita fez com que o voto de esquerda acabasse por eleger o PSD e Évora acabou por ficar sem o deputado da CDU. 

Que falta fez esse deputado, essa voz que luta pelo povo do Distrito. 

Basta lembrar que foi com a intervenção da CDU que a construção do Novo Hospital Central Público do Alentejo passou do papel à realidade e só não temos já um hospital a funcionar porque o PS adiou e continua a adiar. 

Aliás, já este ano poderiam ser criadas as condições de funcionamento do Hospital se a proposta que o PCP fez para o Orçamento do Estado tivesse sido aprovada. Uma proposta que garantia o financiamento necessário para a conclusão e correto funcionamento do Hospital através da construção das acessibilidades e Infraestruturas necessárias, bem como para a aquisição de novos equipamentos.

Os deputados do PS votaram contra e o PSD não perdeu a oportunidade para piscar o olho à privatização. Isto é que é defender o distrito? 

Não, não defendem e empatam quem tenta fazer alguma coisa. 

Porque mesmo não tendo elegido nenhum deputado por Évora fizemos 13 propostas. O PS que tem dois deputados, não fez nenhuma, e ainda votaram contra as propostas do PCP! 

Algumas tão urgentes como a requalificação de escolas no Distrito.

Ou a inclusão das verbas necessárias para o IP2 e o IC33;

A recuperação das estradas degradadas com a obra da ferrovia;

A construção das circulares rodoviárias de Estremoz, Évora, Montemor ou Vendas Novas, que permitam desviar o trânsito dos veículos pesados de mercadorias do interior das cidades;

O pleno aproveitamento da linha Sines-Caia, com a construção de estações de passageiros e cais de mercadorias em Vendas Novas, Évora e Alandroal;

Medidas para a valorização do património alentejano e dos artesãos que o produzem, como as tapeteiras de Arraiolos ou os artesãos dos bonecos de Estremoz;

São necessidades que conhecemos e propostas pelas quais lutamos e continuaremos a lutar.

É isto que é preciso que as pessoas saibam. Não são todos iguais!

O que conta é o que se faz, o que se propõe, como se vota. Porque palavras bonitas, boas intenções, todos sabem dizer. Mas, como se costuma dizer, de boas intenções está a Assembleia da República cheia. 

Falta lá é gente que defenda a gente.

Évora não precisa de deputados que venham cá defender e justificar o seu Governo ou o seu partido, Évora precisa é de deputados que defendam o distrito lá onde as decisões forem tomadas. 

Por isso precisamos de mais deputados da CDU.

Nesta campanha vamos encontrar, como já encontrámos, tantos que nos dão força, nos apoiam e percebem a falta que fazemos – a esses temos de dizer para que sejam também parte da mudança, esclarecendo e motivando outros para o voto certo. 

Mas vamos encontrar também tantos que estão cansados, fartos, desiludidos. Naturalmente. É preciso dizer-lhes que não são todos iguais, há quem defenda os interesses dos trabalhadores, dos jovens, dos pequenos produtores, dos pequenos empresários, dos reformados… 

E se pensarem bem, têm provas recentes disso mesmo: os manuais escolares, as creches gratuitas, os aumentos extraordinários de pensões, a reposição do que foi cortado e das machadadas do governo PSD/CDS, por exemplo, os feriados. O fim do pagamento especial por conta nas pequenas e médias empresas, a redução das taxas moderadoras na Saúde ou das propinas. Tudo isso aconteceu porque tínhamos força para condicionar a ação do PS.

Cada ativista da CDU terá de ser um verdadeiro auxiliar de memória: sobre quem esteve sempre lá, à porta da fábrica, no bairro. A seu lado em cada luta. Sobre o que a CDU conseguiu.

Sobre o que foram os anos da Troika, como aqueles que hoje berram muito estavam lá no PSD e no CDS contentes, enquanto se faziam os cortes e ataques aos direitos. 

Sobre as posições que assumiram os diferentes partidos nas questões que afetam a população. Por exemplo, quando se trata de tocar nos grandes interesses económicos ou financeiros, quando se tratam de questões estruturais o PS, o PSD, o CDS, a IL ou Chega convergem. 

Mas a CDU e os seus ativistas, do PCP, do PEV, os independentes e todos os que se vão juntando e que vão fazendo chegar o seu apoio, têm também essa tarefa que é chamar as pessoas a participar, a dizer o que acham e que ideias têm. 

Para pensarmos em conjunto uma vida e um país diferente, um distrito desenvolvido, uma terra onde se possa viver melhor. todos contam.

Porque é possível ter justiça social, não haver trabalhadores a empobrecer, não haver quem tudo tenha e outros sem nada, é possível haver justiça social, viver em respeito pelas diferenças, sem discriminações e ódio, com o horizonte da igualdade.

É possível implementar uma política em que a economia esteja ao serviço da população, em que não se defenda que é preciso viver mal para os indicadores económicos serem bons.

Há potencialidades e possibilidades neste distrito e não há tempo a perder.

Andar para a frente! a partir de investimentos estratégicos, nos serviços públicos e nas vias de acesso e transportes, que são verdadeiras âncoras de desenvolvimento. Com investimento na produção e indústria, aliada à investigação, à Universidade, ao conhecimento do território e a modos de produzir sustentáveis, respeitadores dos recursos naturais.

Potenciando a dinâmica cultural que irradia da cidade de Évora, capital europeia da cultura 2027, e o que isso pode gerar, pode irradiar para o Alentejo, em vez de criar dificuldades como tem feito o governo.

Tudo isto é tão necessário como possível. Com esta gente, tanta gente capaz, gente boa, com amor à sua terra, cuja energia não está a ser aproveitada por uma política que desvaloriza quem trabalha, que frustra e desmotiva.

Camaradas, amigos,

Este ano perfazem-se 50 anos da revolução de abril e esta não será uma mera efeméride.

Apesar dos tempos que vivemos serem difíceis e em muitos aspetos de retrocesso, os valores de abril, a solidariedade, o desejo de justiça e igualdade, estão vivos nas novas gerações como nas mais antigas, é esse resgate que podemos também fazer nestas eleições.

Levar a sério a liberdade, com a paz, o pão, a habitação, saúde, educação. Tudo tão necessário nos dias de hoje. 

Devolver a Évora a sua voz de Abril, combativa e justa.

Devolver a Évora uma palavra na Assembleia da República e a esperança que não fica à espera. 

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