O Secretariado do Comité Central do PCP expressa o seu profundo pesar pelo falecimento da actriz e encenadora Fernanda Lapa, nome maior do teatro e da cultura portuguesa.
Fernanda Lapa, nascida em Lisboa em 1943, teve uma vida inteira dedicada ao teatro, onde se estreou em 1962, no Teatro dos Alunos Universitários de Lisboa. A sua primeira peça como actriz foi na Casa da Comédia, da qual foi fundadora.
Diplomou-se em encenação em Varsóvia, na Escola Superior de Encenação, em 1979, com uma bolsa da Secretaria de Estado da Cultura.
Desde então toda a sua riquíssima carreira foi na representação e, sobretudo, na encenação de grandes dramaturgos e na direcção de grandes actores, bem como no ensino e formação de novos homens e mulheres do teatro, seja no plano universitário ou nos palcos.
A criação da Escola de Mulheres, da qual se assinalaram os 25 anos no passado mês de Março, deu expressão no teatro a uma das batalhas de Fernanda Lapa: a da igualdade entre mulheres e homens, no teatro e na vida. A sua ligação à batalha pela igualdade remonta ao período da ditadura fascista, tendo nos anos após a Revolução de Abril a correspondente expressão na luta e na conquista de direitos políticos, sociais, económicos e culturais.
Fernanda Lapa foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo – STE durante vários mandatos, bem como do Movimento Democrático de Mulheres.
Militante do PCP desde 1978, toda a sua militância, activa, presente e empenhada, de grande dedicação ao Partido, foi feita no Sector Intelectual da Organização Regional de Lisboa. Ainda recentemente, no Comício comemorativo dos 99 anos de vida do PCP, Fernanda Lapa participou, com toda a sua generosidade militante, declamando. A sua ligação à luta dos trabalhadores, à defesa da cultura, à causa da liberdade, da democracia e do socialismo estiveram presentes até ao fim da sua vida.
O seu empenho cultural, cívico, mas também militante na luta pelo progresso e pela emancipação do povo português levaram-na a dinamizar as comemorações do Centenário de Bernardo Santareno, durante o ano de 2020, onde se integra a peça “O Punho”, a estrear em Novembro, onde se homenageia a Reforma Agrária, a luta pela sua conquista e os operários agrícolas que a protagonizaram.