Declaração de voto de Pedro Guerreiro no Parlamento Europeu

Europa global - aspectos externos da competitividade - Declaração de voto de Pedro Guerreiro no PE

O "livre comércio" e a "liberalização global" são aqui apresentados
como falaciosas panaceias, em parceria com os dogmas, da "estabilidade
dos preços", da redução dos impostos sobre a exploração do trabalho ou
do aumento da "concorrência".

Entre outros aspectos, aqui se afirma que os "acordos de livre comércio
bilaterais e regionais constituem uma solução", que não sendo "ideal",
deverá avançar quando for necessário "melhorar a posição concorrencial
dos exportadores da UE em mercados externos fundamentais". Estes devem
ser "compatíveis com a OMC, globais e ambiciosos" e "assegurarem uma
liberalização abrangente dos serviços e investimentos, ultrapassando
tanto os compromissos multilaterais existentes" como os que resultarem
da OMC (?!). Ou seja, estando bloqueadas as negociações na OMC, a ordem
é para avançar quando e onde seja possível liberalizar o comércio para
gáudio e lucro dos grandes grupos económico-financeiros na UE.

O que o relatório escamoteia são as consequências desastrosas da
liberalização capitalista - com as suas "reformas estruturais", o fim
dos direitos aduaneiros ou a imposição dos chamados "direitos de
propriedade intelectual" -, como o gritante aumento das desigualdades a
nível mundial, o crescente desemprego, precariedade do trabalho e
pobreza, assim como as consequências nefastas para o ambiente e para a
biodiversidade.

Daí o voto contra.

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