Intervenção de Bernardino Soares, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

Defesa do SNS, património da CDU

Defesa do SNS, património da CDU

Camaradas,

Estamos em tempo de avançar. Não estamos em tempo de desistir e nem de desanimar.

Porque avançar é possível. Avançar no resultado da CDU. Avançar nos deputados eleitos. Avançar na luta por outro rumo para o nosso país, por melhores salários, saúde para todos e um país a produzir.

No distrito de Santarém não vamos para esta batalha para cumprir calendário. Vamos para multiplicar apoios, aumentar a percentagem e sobretudo os votos. Vamos para recuperar o deputado da CDU que tanta falta faz ao distrito e tanta falta faz ao reforço do nosso grupo parlamentar.

Camaradas, em Santarém, tal como no resto do país, vamos para esta batalha para a ganhar!

Mas para que isso aconteça, é preciso acreditar que é possível, para depois transformarmos o possível em realidade, com todas as nossas forças. É preciso trazer connosco todos os que estão pouco crentes, os que se deixaram enganar pela chantagem do PS e das falsas sondagens em 2022, os que
confundidos com a mistificação do chumbo do orçamento de 2022 se deixaram ficar em casa.

É preciso ganhar votos para a CDU no contacto rua a rua, empresa a empresa, e em todo o lado onde haja gente. É preciso ir outra vez onde fizemos a luta por estes anos e trazer gente nova que está aí à espera de um contacto para se juntarem a nós. E vamos conseguir!

Vamos conseguir porque nem o país nem o distrito de Santarém aguentam a continuação dos baixos salários e reformas, que naquele distrito são ainda inferiores à média nacional. Em que 70% dos trabalhadores ganham até mil euros.

Porque não é possível continuar a adiar investimentos essenciais, na ferrovia, na rodovia, nos transportes públicos, nos serviços públicos em geral. Porque não aceitamos a destruição dos serviços públicos, com destaque para o Serviço Nacional de Saúde.

Quando se desrespeitam os profissionais de saúde, na sua dignidade, nas suas condições de trabalho, nas suas carreiras, nas suas remunerações o que se está a fazer é a empurrá-los para fora do SNS, para os braços dos privados.

São os milhares de utentes sem médico de família, são os serviços hospitalares encerrados ou intermitentes como os blocos de partos e serviços de obstetrícia com as grávidas a fazer quilómetros de ambulância de Abrantes para Santarém, de Santarém para Abrantes, quando não é para Lisboa, para Évora ou outro sítio qualquer.

São as extensões de saúde a serem encerradas ou sem médicos de família, por todo o país e por todo o distrito, desde o concelho de Santarém a Rio Maior, Tomar, Vila Nova da Barquinha, Coruche e um pouco por todo o lado. Ou o SAP Urgência básica de Coruche, encerrado em 2019 e que deixa algumas populações a 70 quilómetros de um serviço de atendimento de urgência.

É o desespero dos profissionais, como ainda esta semana à porta do Hospital de Santarém denunciando condições indignas e inseguras para o seu trabalho e para tratamento dos utentes, com as urgências atoladas de gente.

É a falta de investimento em equipamentos e instalações. É a crescente transferência de recursos do orçamento do Estado para o setor privado, que vive à custa do dinheiro público e das carências dos hospitais e centros de saúde do SNS.

E o Governo o que faz? Cria Unidades Locais de Saúde para concentrar os serviços, desvalorizando os cuidados primários de saúde. Vai entregando aos privados cada vez mais áreas lucrativas, deixando o que é pesado e oneroso no SNS.

Impediu na esmagadora maioria dos casos os maiores de 60 anos de tomarem a vacina da gripe e da COVID nos centros de saúde, obrigando-os a ir às farmácias, provocando uma baixa na cobertura da população, mais doença, mais urgências e mais mortes.

Deu-se até o caso de, no Couço, como a farmácia não integrou o programa das vacinas, durante um tempo ninguém foi vacinado nem na farmácia nem no centro de saúde.

Camaradas,

O reforço da CDU é o fator determinante nas próximas eleições. Para condenar a política de direita. Para exigir um novo rumo para o país. Porque somos gente séria, com dignidade, que cumpre a palavra dada. Porque somos de confiança.

Viva o PCP!
Viva a CDU!