Combate à crise
Sr. Presidente,
Sr. Deputado Adão Silva,
Quem ouve o PSD falar dos problemas da crise que o País enfrenta tira a conclusão de que o PSD e também o CDS-PP parecem não ter qualquer responsabilidade na situação concreta em que o País se encontra actualmente.
O Sr. Deputado fez várias referências ao Orçamento do Estado.
Ora, importa lembrar as opções fundamentais do mesmo e as «diferenças», que não existem, entre o PSD e o PS.
O PS aposta na obsessão pelo défice.
Quem é que tinha obsessão pelo défice no anterior governo?
Eram o PSD e o CDS-PP! O PS corta no investimento público.
Quem é que foi responsável por anos sucessivos de corte no investimento público? PSD e CDS-PP! O PSD e o CDS-PP apostaram numa política de baixos salários, atirando para a pobreza milhares e milhares de trabalhadores.
Quem é que continua essa política? É o Partido Socialista!
Portanto, nos últimos 20 ou 30 anos, quem tem responsabilidades sobre a situação do País são todas essas bancadas que, em termos de grandes opções, são uma única bancada, Sr. Deputado. Não são duas nem três bancadas, é uma só, porque as opções de fundo são exactamente as mesmas.
Sr. Deputado, explique lá a profunda contradição entre o seu discurso e a postura da bancada do PSD, em termos do Orçamento do Estado, relativamente a três propostas fundamentais, que vou recordar.
O Partido Comunista Português propôs aumento extraordinário das pensões. Como é que o PSD e o CDS-PP votaram? Abstiveram-se. O PS votou contra!
Repito: o PSD e o CDS-PP abstiveram-se!
Não fiquem contentes com uma abstenção envergonhada!
Teriam de ter votado a favor da proposta do PCP!
Em matéria de aumento dos salários, a mesma conversa: o PS, o PSD e o CDS-PP nunca aprovam aumentos extraordinários de salários, questão fundamental para combater a pobreza. Mais; relativamente ao investimento público, o PIDDAC, instrumento fundamental para combater a situação que encontramos hoje, como é que o PSD e o CDS-PP votaram? Votaram contra as propostas apresentadas em sede de PIDDAC.
Portanto, Sr. Deputado, relativamente a estas questões da crise e de como vivem os trabalhadores portugueses, neste Hemiciclo só existe uma outra bancada, onde há consenso quanto à política neoliberal, onde o PS, o PSD e o CDS-PP em nada se distinguem.