Ao quarto dia de campanha da CDU Jerónimo de Sousa voltou a Lisboa para participar numa arruada cheia de força e alegria que mobilizou cerca de dois mil activistas e simpatizantes. O líder comunista desdobrou-se em contactos com comerciantes, foi saudado por populares, recebeu palavras de incentivo e apoio durante aproximadamente uma hora que foi o tempo levado a percorrer - por si, pelos candidatos da CDU que o acompanhavam e pela imensa massa de gente que os envolveu - a movimentada Morais Soares entre a Praça Paiva Couceiro e a Praça do Chile.
Cumprimentos, abraços e beijos que foram uma constante em mais esta grande jornada de contacto e esclarecimento da CDU, repetindo, aliás, a tónica de bom acolhimento que caracterizou toda a pré-campanha eleitoral.
Clima de apoio a que não faltou também um forte sentimento de determinação e confiança na CDU, força em que um número crescente de pessoas reconhece ser a portadora de um projecto transformador de ruptura e mudança capaz de abrir caminho a um País de progresso e desenvolvimento, mais justo e solidário.
Trata-se, afinal, de «abrir um caminho novo», reforçando a CDU com votos e deputados, ou, pelo contrário, deixar tudo na mesma e «prosseguir o caminho ruinoso e de afundamento seguido até aqui por PS, PSD e CDS», como sublinhou no final o Secretário-Geral do PCP, defendendo que este é o «desafio» que está colocado aos portugueses.
A avaliar pela forma como a «CDU está a crescer e a avançar», bem se pode dizer, pois, que está mais próximo esse grande objectivo que é o de ter mais votos e deputados, condição para a tão almejada quanto necessária mudança de rumo no País.
E são muitos os que partilham esse objectivo, como bem se viu neste desfile. Como aquela mulher, comerciante, com a sapataria em «remate final» (tudo a menos 50%), que, sem esconder o lamento por a mercadoria não se vender - «não há dinheiro», exclamou - afirmou-se encorajada para a luta «por um País melhor, que a gente bem precisa».
Ou aquele outro comerciante que, à porta, interpelando o dirigente comunista, selou o aperto de mão que acabava de lhe dar deixando um apelo: «tem que dar a volta a isto, que a situação está cada vez pior».
Manifestações claras que sendo de apoio são também de esperança e de uma crescente simpatia. E isso foi o que não faltou neste fim de tarde. Com aspectos surpreendentes como foi o dos dois jovens amigos, de 11 anos, Ricardo e Hussain, a estudar na Nuno Gonçalves, de onde aliás vinham, que, vendo o mar de bandeiras e apercebendo-se da presença de Jerónimo de Sousa, aguardaram pacientemente até conseguirem aproximar-se dele, cumprimentá-lo e acompanhá-lo lado a lado durante uma parte do percurso.
Este foi por conseguinte um grande desfile que «carregou pilhas» e deu ainda mais ânimo e alento para o sempre inacabado trabalho de esclarecer e mobilizar, facto tanto mais importante quanto é certo, como frisou Jerónimo de Sousa, que a campanha «ainda não acabou», que «há muito para fazer». E por isso insistiu no apelo a que cada um seja um «candidato», um protagonista da campanha, afiançando que «vale a pena» sempre o contacto com um vizinho, com um colega de trabalho, na certeza de que essa é a via para «conquistar mais votos».