Intervenção de Corregedor da Fonseca, Dirigente da Associação «Intervenção Democrática», Acto Público CDU

A CDU é a força que sempre se colocou na primeira linha do combate pela ruptura com a política de direita

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A Democracia é sempre avaliada pelo nível de participação dos cidadãos na vida política, social, sindical, associativa e cultural. Ora, na fase actual da nossa História, em que os portugueses são obrigados a enfrentar as consequências da política neoliberal, a corrosiva submissão assumida pelo governo às orientações dos meios políticos e financeiros internacionais, FMI, BCE, UE e Alemanha, os crescentes problemas que se têm abatido sobre tantas famílias, torna-se exigente que, embora conscientes das dificuldades, o Povo trabalhador não deve desmoralizar, pelo que é necessária a sua participação activa na defesa dos direitos constitucionais, enfim, na defesa da Democracia efectivamente ameaçada.

O panorama é dramático, é certo, mas é exactamente por isso que não se pode ficar indiferente e aceitar como factos consumados, ou como uma fatalidade, as nefastas decisões governamentais.

Há que ter vontade de se lutar para fazer desmoronar o edifício antidemocrático montado pelo governo PSD/CDS que afunda o País, promove austeridade e desemprego permanentes, sem crescimento ou desenvolvimento económico, governo que continua a agravar as injustiças sociais, numa concepção neoliberal que impede o financiamento público, restringe as funções sociais do Estado e privilegia a gula dos grupos económicos e financeiros desmantelando, e entregando a esses privados empresas públicas estratégicas e rentáveis, essenciais à nossa economia, em negócios que importa esclarecer e levar ao foro da justiça, se fôr caso disso.

Temos de realçar que, apesar de tudo, não há indiferença quanto à necessidade urgente de fazer frente ao governo. Assim, é justo destacar a luta intensa que centenas de milhares de trabalhadores, de vários sectores de actividade, têm desenvolvido para travar medidas governamentais sistematicamente prejudiciais ao País, assim como há que enaltecer a determinação do movimento sindical unitário, da CGTP Intersindical Nacional.

As características da crise portuguesa não devem ser imputadas apenas à crise capitalista internacional. As suas origens radicam claramente nas políticas desencadeadas por sucessivos governos do PS, do PSD e do CDS, sózinhos ou em coligação. Não há por onde negar essa responsabilidade, porque os factos são evidentes.

Ao longo de mais de trinta e oito anos, a estratégia desses partidos, com ligeiras diferenças, alimentou programas políticos que provocaram, numa consequência lógica, os problemas que atingem a generalidade da sociedade, com milhões de portugueses a viverem em condições muito precárias.

Comprovado está que a direita, por motivos claramente ideológicos, nunca se interessou, nem se interessará, em transformações políticas sociais e culturais, susceptíveis de relançar o País.

Porém, convém observar o comportamento do Partido Socialista. O que pensa a direcção do PS, ao que vem o PS, que tipo de programa político o anima, que propostas apresenta? A verdade é que, a não ser umas tantas e desligadas declarações de circunstância, o PS comprova a ideia de que não é capaz de se libertar dos graves compromissos assumidos anteriormente que concorreram concretamente para o descalabro actual.

O confuso comportamento do Secretário Geral, e de outros dirigentes, do PS, as medidas limitadas que apontam revelam uma notória falta de esclarecida visão política e não augura nada de positivo para o nosso futuro.

Entretanto, vai-se notando o aparecimento de movimentos políticos cujas intenções, programas e objectivos ainda estão por definir.

É neste quadro social, cultural e político, numa altura em que se regista ainda mais o grave aprofundamento das causas que levaram Portugal para a situação dramática em que se encontra, que a Coligação Democrática Unitária se apresentará às eleições legislativas com total determinação patriótica. E, neste momento, em nome da Associação Intervenção Democrática-ID, saúdo os Partidos Comunista Português e Ecologista “Os Verdes”, forças políticas sempre empenhadas na defesa da Democracia e na prossecução dos valores de Abril.

A situação do País é, sem dúvida, extremamente preocupante. A sociedade está confrontada não só com uma crise económica e financeira de grande amplitude. Mas também com uma crise política e moral provocada por sucessivos governos. Tal situação obriga à participação popular em acções legitimas contra as ilegalidades em curso, contra o autoritarismo crescente, contra a classe no Poder que cultiva as arbitrariedades, a mentira, a corrupção, a imoralidade, como se verifica pelos últimos escândalos ocorridos no sector bancário e em torno de vários membros do governo, a começar pelo próprio Primeiro Ministro, que continua a ser apoiado pelo Presidente da República, que se tem comportado como se fosse, apenas, um mero militante do PSD.

Perante esta situação não há que hesitar. Mantemos total disponibilidade para a campanha eleitoral que se avizinha ser de grande relevância para o futuro do País, disponibilidade da CDU, força política que sempre se colocou na primeira linha do incessante combate pela ruptura com a política de direita.

O futuro da Nação é cada vez mais incerto devido a essa casta política aventureira, responsável pela miséria, pelas dificuldades com que se movem milhões de cidadãos. O balanço das políticas adoptadas é desastroso. Urge pôr-se-lhe travão, só possível através da mudança da política neoliberal para uma efectiva política de esquerda, verdadeiramente empenhada na defesa da soberania e independência nacionais, na defesa intransigente dos interesses do Povo português. Aqueles a quem se lhes nega salários justos, reformas e pensões adequadas, vêm dificultado o acesso ao trabalho, à saúde, ao ensino, à habitação, à justiça, contarão sempre com a CDU.

É com essa patriótica disposição, em total consonância com os seus princípios, que a CDU, Coligação Democrática Unitária, se apresentará novamente ao eleitorado.

Viva a CDU
Viva Portugal

  • CDU Legislativas 2015