Apesar das repetidas afirmações públicas por parte de membros da Administração do Banco Espírito Santo e do Governo, sobre a solidez do Banco, a evolução da situação no Grupo Espírito Santo, cujos desenvolvimentos confirmam a possibilidade real de se fazerem repercutir na actividade do BES e no sistema financeiro nacional, as consequências dos muitos problemas detectados nas empresas do grupo, o PCP reafirma a necessidade de uma intervenção decidida da parte do Governo e do Banco de Portugal no BES que garanta a defesa do interesse nacional.
Uma intervenção do Estado centrada na urgência de garantir o controlo público do Banco, assente em duas direcções fundamentais:
- apuramento da situação real do BES, das responsabilidades e responsáveis pela situação, levando esse apuramento até às últimas consequências;
- concretização de um conjunto de medidas de gestão que impeçam a utilização dos meios financeiros do Banco, para assim procurar resolver problemas do grupo, provocando a sangria de meios financeiros do Banco, o que levaria a uma situação de grande instabilidade.
Os fundamentos desta intervenção por parte do Estado, estão sustentados na recusa de qualquer intervenção à posteriori, tal como aconteceu no BPN - de nacionalização dos prejuízos, evitando desta forma que o Estado assuma responsabilidades que apenas aos accionistas do BES dizem respeito.
O PCP reafirma que a sucessão de acontecimentos que têm envolvido a banca, bem como a política seguida pelos principais grupos financeiros privados assente na actividade especulativa, que impedem que este sector, numa situação de vulnerabilidade, desempenhe o papel que deve ter de financiador da economia nacional e de apoio às famílias.
Neste quadro o PCP considera um imperativo nacional, como forma de contribuir para o desenvolvimento e soberania nacionais, a nacionalização da banca comercial, num quadro mais geral da nacionalização do sector financeiro, como meio para assegurar o controlo público e a determinação da acção deste sector pelo interesse nacional.