No final do muito participado e animado desfile de candidatos, deputados e apoiantes da coligação PCP-PEV na baixa de Lisboa, Jerónimo de Sousa congratulou-se porque a CDU encheu as ruas de alegria, combatividade e confiança.
Uma charanga a tocar músicas populares abriu caminho a uma coluna compacta, numa das zonas comerciais mais movimentadas da cidade. Muitos jovens e rostos conhecidos, não por aparecerem nas televisões, mas por quem esteve em tantas lutas contra a política de direita e cada uma das medidas do Governo PSD/CDS, cantaram e gritaram palavras de ordem, como «Contra a exploração, CDU é a solução», «CDU avança com toda a confiança» ou «Voto eu e votas tu, votamos na CDU».
Apesar do contacto pessoal dificultado pela muito próxima presença dos profissionais da comunicação social e pela dimensão da marcha, o Secretário-Geral do PCP correspondeu à saudação de quem conseguiu ir ao seu encontro ou de quem o cumprimentou de algumas janelas de lojas e escritórios, como se viu na Rua do Carmo, e ficou em muitas fotos de quem foi a tempo de registar o momento com a tecnologia disponível.
O palco móvel foi instalado junto à esquina do Rossio com a Rua Augusta e todo o espaço até à Rua do Ouro ficou preenchido para ouvir as breves intervenções de José Luís Ferreira e Jerónimo de Sousa, apresentados por Deolinda Machado e acompanhados por outros deputados e candidatos do PCP, do PEV, da Intervenção Democrática e sem partido.
O dirigente comunista, primeiro candidato da coligação PCP-PEV em Lisboa, manifestou-se convicto de que o PSD e o CDS vão sofrer uma derrota no domingo, vão perder a maioria absoluta que obtiveram há quatro anos e não vão poder seguir uma política de «quero, posso e mando», porque o povo não vai permitir. Nestas eleições, «o povo não quer dar a maioria absoluta» à coligação do Governo nem ao PS, para que com ela não possam fazer o que antes uns e outro fizeram nessa situação.
Jerónimo de Sousa apelou, contudo, a que se continue a fazer todos os esforços para ganhar mais votos na CDU, «para um resultado que sirva o povo e sirva a democracia».