Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Adopção por Chipre da moeda única em 1 de Janeiro de 2008 - Declaração de voto de Ilda Figueiredo no PE

A nossa abstenção nesta votação justifica-se pelo respeito que temos
pela decisão soberana de um Estado-membro de querer aderir à zona Euro.
Mas é conhecida a nossa oposição à criação da União Económica e
Monetária e à zona euro. O exemplo de Portugal demonstra bem como o
Euro é um instrumento de promoção da moderação salarial e da
flexibilidade laboral. Ao sustentar a convergência nominal e não a
convergência real torna-se um elemento penalizador do crescimento, do
emprego e das condições de vida, sempre ao serviço das grandes
multinacionais europeias e dos grupos financeiros.

Por outro lado, saliente-se que a questão de acelerar o alargamento da
zona Euro também se prende com critérios políticos, nomeadamente de
reforço da integração política e da própria zona Euro. Com estes dois
novos Estados-membros - Malta e Chipre - a zona Euro passa a contar com
mais de metade dos Estados-membros da União Europeia. Esta é uma
questão "simbólica" importante quando o descontentamento dos
trabalhadores e das populações aumenta na zona Euro e quanto se está a
discutir o futuro Tratado Constitucional. Daí que a maioria aceite a
adesão, mesmo quando Malta não cumpre todos os critérios de
convergência nominal. Como no passado, esta não é uma decisão
"económica", mas política.

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