Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Acordo de Comércio Livre entre a UE e a Coreia do Sul

Estamos perante o expoente máximo de uma visão do comércio que, em lugar de procurar complementaridades e reciprocidade, se orienta unicamente para a competição; competição entre países, entre produções e entre trabalhadores.

O balanço esperado deste acordo de livre comércio é apresentado, como sempre, em milhões de euros de lucros para os grandes grupos económicos e para as transnacionais. Assim é. Mas falta, como sempre, o reverso da medalha:

O sacrifício de milhões de pequenos produtores, de pequenas e médias empresas, do ambiente; a destruição de capacidade produtiva e de postos de trabalho; o ataque a salários e aos direitos dos trabalhadores.

Este acordo vai afectar sobretudo os países, como Portugal, e as regiões mais dependentes dos sectores abrangidos: têxtil, automóvel e componentes e electrónica.

É significativo que o próprio relator anteveja já os inevitáveis despedimentos na Europa.

Mas sabemos que também na Coreia, sindicatos e organizações campesinas estão contra este acordo.

Fica por isso claro quem ganha e quem sai a perder com a sua assinatura.

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