Bom dia camaradas e amigos,
A nossa Assembleia decorre num contexto político que podemos resumir em quatro componentes.
Uma grande ofensiva contra o Partido, A reposição e conquista de direitos impostos pela luta dos trabalhadores e a força do PCP.
O governo minoritário do PS que, por sua opção continua amarrado à política de direita à submissão ao Euro e às imposições da EU e que sempre que foi chamado a decidir a favor dos interesses dos trabalhadores e a soberania do país, juntou o seu voto aos do PSD e CDS para defender os interesses de classe do grande capital.
E Um poderoso movimento reivindicativo traduzido num grande ascenso da luta dos trabalhadores em defesa dos seus interesses de classe como aconteceu ontem com a greve dos trabalhadores da Administração pública que, adquiriu grande expressão em todo o país.
No período decorrido desde a VIII Assembleia, demos uma importante contribuição, para a luta mais geral do Partido, dos trabalhadores e das populações.
O movimento sindical unitário no Distrito a USL e os sindicatos, que daqui saudamos, com grande empenhamento dos dirigentes, delegados e activistas sindicais e membros das Comissões de trabalhadores, dinamizaram, um amplo movimento reivindicativo a partir dos locais de trabalho pelo aumento geral de salários, pela redução dos horários de trabalho pela defesa da contratação colectiva e no combate à precariedade.
Mantivemos um nível elevado de intervenção nas empresas e locais de trabalho.
Alargamos o número de empresas em que nos dirigimos aos trabalhadores com documentos específicos abordando os seus problemas concretos
Contribuímos de forma decisiva para o alargamento da luta das populações em especial na luta desenvolvida em defesa dos serviços públicos.
Referir as muitas acções de protesto e luta levadas a cabo pelas Comissões de Utentes com destaque para as marchas em defesa do serviço público de transportes.
Muito importante foi o conjunto de acções a reivindicar e a propor, um passe intermodal que está em fase de concretização.
No início de Abril, centenas de milhar de portugueses, nomeadamente residentes no Distrito de Lisboa, verão reduzido de forma substancial o preço do seu passe.
Identificamos avanços, no trabalho com algumas camadas e sectores específicos, intelectuais, reformados, mulheres nomeadamente no reforço das organizações e movimentos de massas mas, outros houve em que as dificuldades impediram qualquer avanço.
Não atingimos objectivos importantes que tínhamos nas eleições autárquicas mas, o resultado obtido no Distrito, confirmou a força da CDU em importantes concelhos e freguesias.
E sem prejuízo de recuos e perdas, os resultados confirmam o projecto distintivo da CDU.
A acção dos deputados do Partido, eleitos na lista do Distrito de Lisboa, conjugada com a actividade do Partido, tem tido como base contactos com os trabalhadores e as populações e visitas a locais de trabalho, serviços públicos e instituições.
Mesmo continuando a identificar bloqueios que impedem o Partido de avançar de forma mais decidida na sua ligação às massas, avançámos nesta tão importante área de trabalho.
Reforçámos com quadros o trabalho nas células de empresa nomeadamente nos sectores profissionais.
Avançámos na discussão e até na concretização, sobre a composição e as tarefas de cada membro do Partido nas freguesias e outros organismos e organizações de base mas, temos de ir mais longe na aplicação das conclusões tiradas.
Não avançámos tanto quanto precisamos na recolha de fundos para o Partido. Temos condições para ir mais longe e tomaremos medidas para fazê-lo. Especialmente no recebimento da quotização mantendo o objectivo traçado na última assembleia.
Não chegamos aos mil recrutamentos nas empresas e locais de trabalho, objectivo decidido na última assembleia, mas a campanha nacional dos 5000 contactos, deu-nos a conhecer com mais rigor o grande prestígio do Partido junto dos trabalhadores e as potencialidades de alargamento mas também as dificuldades dos nossos militantes em conversar com os seus colegas de trabalho, sobre a situação política e o Partido, realidade que teremos de alterar tendo em conta a importância deste trabalho para o futuro do Partido, e das organizações de massas. Numa situação política que nos coloca todos os dias enormes necessidades de resposta e intervenção precisamos de dedicar mais tempo à reflexão sobre o nosso trabalho de direcção nomeadamente no que respeita à responsabilização de quadros, descentralização de tarefas e formação de quadros intermédios.
Feito um balanço mais desenvolvido ao nosso trabalho e que consta no projecto de resolução política, consideramos que, no essencial a Organização Regional do PCP, esteve à altura das suas responsabilidades contribuindo para a intensa actividade do Partido na luta pelos seus objectivos. E foi grande e muito intensa a actividade do Partido na ORL, desde as tarefas mais simples até às de maior envergadura e tantas vezes no limite das nossas forças, a todas respondemos com a confiança e a determinação de quem sabe que está no lado certo da luta e que são justos os ideais porque lutamos.
E camaradas, vocês dirão, mas talvez seja justo que daqui da nossa assembleia através dos seus delegados, enviemos uma grande e fraterna saudação a todos os militantes do distrito, pela sua militância e empenhamento no grande trabalho que realizámos nestes quase 4 anos. Camaradas, a nossa actividade foi levada a cabo de Abril até Outubro, ainda com o Governo do PSD/CDS com a política de grande violência sobre os trabalhadores e o povo que, recordamos sem saudade. A luta dos trabalhadores e a força do PCP impediram que continuassem a governar e com a nova fase da vida política nacional, foi possível a reposição de direitos roubados pelo PSD e CDS e conquistar outros. Mesmo limitados melhoraram a vida dos trabalhadores e do povo e devem por isso ser por nós valorizados. O PS, que esteve em desacordo com a sua grande maioria, resistiu até ao fim e só acabou por ceder pela luta e porque precisava da força do PCP, dos votos dos seus deputados, já está a reivindicar para si aquilo que não lhe pertence, os avanços verificados.
Camaradas, o que temos pela frente já nos próximos tempos, é muito intenso e exigente,
O reforço do Partido como uma necessidade permanente.
A manifestação nacional de mulheres, convocada pelo MDM para o dia 9 de Março. E da Juventude trabalhadora convocada pelo Interjovem para o dia 28 de Março.
A dinamização da luta dos trabalhadores e das populações base essencial para conquistar novos avanços e realizar um grande 25 de Abril e 1.º de Maio.
A preparação e construção da Festa do «Avante!».
E ainda, não menos importante dois actos eleitorais, 26 de Maio Parlamento Europeu e 6 de Outubro para a Assembleia da Republica.
Mas sendo exigente, é também, estareis de acordo camaradas, muito aliciante e um desafio a uma ainda maior militância que, segundo o camarada A. Cunhal é, e passo a citar “ A maior alegria dada pela militância é a consciência de ser útil ao Partido, ao povo e à sociedade. A militância comunista enriquece a vida e o ser humano. É uma forma de trabalho que por si só compensa quem a exerce” Fim de citação.
(Partido com Paredes de Vidro, excepcional instrumento de trabalho)
Distribuir e descentralizar tarefas a um número mais alargado de militantes, para aumentar a militância e alargar a capacidade instalada do Partido na base, é por isso e como a experiência indica, o que temos de fazer no imediato para responder com êxito às tarefas que nos estão colocadas.
Camaradas, vamos sair da nossa assembleia com mais força organizada, confiantes e muito determinados em continuar a luta pelos justos ideais do nosso Partido.
E no imediato, dar forma a uma grande campanha de massas, onde a componente do esclarecimento dirigido, e a conversa individual, ganha importância acrescida.
Os argumentos são muitos e de fácil apreensão e concordância por parte dos trabalhadores e o povo.
Manuais escolares gratuitos até ao 12.º ano.
35 horas semanais para os trabalhadores da administração pública.
Descongelamento de carreiras, complementos de reforma.
Aumento do abono de família.
Redução taxas moderadoras.
Aumento das reformas e pensões.
Entre tantos outros exemplos a usar de acordo com cada situação.
E podemos e devemos acrescentar que propomos e lutamos contra a exploração dos trabalhadores e do povo e reivindicamos um aumento geral de salários e uma mais justa distribuição da riqueza produzida. Que propomos e lutamos para que a doença não continue a ser um negócio de muitos milhões para os grupos privados, como está suceder e que o governo crie as condições para que o SNS reforçado responda as necessidades dos portugueses e garanta o seu acesso à saúde.
Que propomos e lutamos pelo aumento da produção nacional para criar mais riqueza e centenas de milhar de postos de trabalho.
E que tudo isto é possível, com o reforço do PCP, no plano social, político e eleitoral.
E que cada um pode ajudar com o seu voto, já no dia 26 de Maio, à concretização destes objectivos.
A violenta ofensiva contra o Partido, vai continuar. O grande capital, não se conforma com os avanços verificados nomeadamente com a reposição e conquista de direitos e com o facto de não ter visto concretizado por um novo governo PSD/CDS, o vasto plano de políticas, com o qual ganharia muitos milhões.
Por outro lado, receia que os trabalhadores e o povo descubram que afinal há mesmo uma alternativa à política de direita.
E que é possível viver melhor com uma mais justa distribuição da riqueza que eles produzem.
E porque é de luta de classes que se trata, decidiu tomar já medidas para recuperar aquilo foi obrigado a ceder pela luta dos trabalhadores, tornando mais evidente o que a história da luta dos povos, nos ensina.
Os avanços na emancipação dos trabalhadores e dos povos nos direitos sociais, conquistados numa dada situação política, época ou contexto histórico, não são deixados por herança, ou testamento para as gerações vindouras.
E por isso resistiu, lutou e continua a lutar com todo o arsenal de poderosos instrumentos que tem ao seu dispor, para reconquistar de novo o que lhe foi retirado pela luta dos trabalhadores e a força do PCP.
É neste contexto que devemos enquadrar a grande ofensiva ideológica anticomunista em curso, com a qual pretendem atrofiar as mentes dos trabalhadores e o povo impedindo assim que decidam em liberdade nomeadamente o seu sentido de voto.
É também neste contexto que devemos enquadrar a violenta campanha contra o Partido onde a calúnia, a infâmia e a mentira são a base essencial.
Mas se pensavam intimidar-nos para não cumprirmos o nosso dever para com os portugueses, o nosso encontro nacional, deu-lhes a resposta. Mostrou o Partido coeso, corajoso, confiante e determinado em continuar a luta.
Penso que estareis de acordo camaradas, que ao iniciarmos os trabalhos da nossa Assembleia lhe digamos, com toda a confiança e determinação. Não nos metem medo. E tirem o cavalinho da chuva.
Este Partido tem os seus sólidos alicerces, ancorados na classe operária onde nasceu e em todos os trabalhadores portugueses.
E é com eles que, vamos continuar a lutar contra a exploração e a opressão, pela emancipação social e pela transformação revolucionária da sociedade.
Viva o PCP
Viva a nossa Assembleia.