8 de Março, Moita
Almoço Comemorativo do Dia Internacional da Mulher
Intervenção de Jerónimo de Sousa
Promovida pelo MDM
Manifestação Nacional de Mulheres
Igualdade e justiça social, no presente e com futuro
10 de Março (Sábado)
14H30, Lisboa
Concentração nos Restauradores, com desfile até à Ribeira das Naus (junto ao Tejo)
Na passagem do Dia Internacional da Mulher o PCP realiza acções nos dias 7, 8 e 9 de Março de contacto com as mulheres em todo o País, destacando a importância da luta das mulheres pelo exercício dos seus direitos para que a igualdade seja uma realidade no seu quotidiano, enquanto trabalhadoras, cidadãs e mães, o que exige romper com as causas estruturantes das desigualdades e discriminações patentes na intensificação da exploração laboral, no incumprimento dos direitos de maternidade e paternidade, na sobrecarga das trabalhadoras com as tarefas domésticas e familiares, nas desigualdades de acesso à saúde e a outros importantes serviços públicos.
As mulheres precisam de exercer os seus direitos
para que a igualdade seja uma realidade
A presença da mulher no mundo do trabalho e a sua participação em todos os domínios da sociedade é fruto da Revolução de Abril, que pôs fim à situação de inferioridade imposta pelo fascismo.
Com Abril as mulheres conquistaram novos direitos, alterou-se o seu estatuto na família, no trabalho e na sociedade, reconheceu-se o valor da sua participação em diversos domínios.
O Dia Internacional da Mulher passou a comemorar-se em liberdade, dando força à sua luta de todos os dias por direitos e uma sociedade mais justa e de progresso social.
Desde então, o modo de estar das mulheres na vida sofreu profundas e positivas mudanças, e na sociedade foi reconhecida a sua participação.
Mas os direitos das mulheres e a igualdade na vida estão longe de ser uma realidade. A política de direita dos sucessivos governos, do PS, PSD e CDS, é responsável pelo insucesso das suas reiteradas promessas de promoção da igualdade.
Com a intensificação da exploração e de empobrecimento levada a cabo pelo anterior governo PSD/CDS foram degradadas as condições de vida e de trabalho, impostos condicionamentos no acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez e retrocessos sociais e civilizacionais.
Os direitos não são oferecidos
Conquistam-se com a luta de todos os dias
O PCP tem sido intérprete dessa luta, assumindo com empenho a apresentação de propostas que têm sido decisivas para os avanços registados na reposição de rendimentos e direitos.
São avanços positivos mas estão longe de corresponder à política alternativa necessária e urgente para dar resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do país, para dar resposta às justas aspirações das mulheres a uma vida melhor, com o exercício dos seus direitos laborais e sociais.
As posições de fundo do Governo do PS, que continua amarrado a opções contrárias aos interesses nacionais, de submissão ao grande capital e às orientações da União Europeia — o défice, o euro e a dívida — são um obstáculo a uma política que responda ao direito e aspiração das mulheres à igualdade, à justiça, ao desenvolvimento e à Paz.
Cada décima de redução do défice significa menos de 200 milhões de euros para realizar os investimentos públicos necessários ao país.
Cerca de 7 mil milhões de euros para pagar juros da dívida em 2018, recursos desviados e que fazem falta para realizar os investimentos necessários na produção nacional, no Serviço Nacional de Saúde, no apoio à infância, entre outros porque o PS teima em não proceder à renegociação da dívida.
Transferência de recursos públicos para a banca privada, que deveriam ser canalizados para ir mais longe na melhoria das condições de vida.
Mais de 1600 milhões de euros que são desviados para as parcerias público-privadas, que apenas servem para alimentar o negócio privado.
Com estas opções do governo PS perdem as mulheres e o país!
O rumo do país diz respeito às mulheres
A exigência de uma política patriótica e de esquerda
Os eixos centrais da política patriótica e de esquerda que o PCP propõe aos trabalhadores e ao povo são o caminho para enfrentar os graves problemas estruturais que o País acumulou ao longo de décadas.
Libertar o País dos constrangimentos externos, com a necessária renegociação da dívida pública, nos seus prazos, juros e montantes, e a preparação do País para a libertação da submissão ao Euro.
Assegurar o controlo público da banca.
Valorizar o trabalho e os direitos dos trabalhadores.
Tributar de forma firme e adequada o grande capital.
Promover o investimento público, centrado na defesa e estímulo da produção nacional e na criação de emprego.
Valorizar os salários, as reformas, pensões e outros rendimentos dos trabalhadores e das camadas populares.
Promover os serviços públicos.
Defender e garantir a soberania nacional face a imposições e constrangimentos externos.
Uma política alternativa pela qual vale a pena lutar porque ganham as mulheres e o país!
Assegurar a participação em igualdade
Efectivar o direito das mulheres ao trabalho com direitos. Promover a participação das mulheres em igualdade em todos os sectores de actividade.
Garantir a igualdade salarial entre mulheres e homens. Valorizar os salários de todos os trabalhadores.
Reduzir o horário de trabalho para as 35 horas semanais. Pôr fim à desregulação dos horários.
Cumprir os direitos de maternidade e paternidade nos domínios do trabalho, da saúde, da segurança social.
Garantir o direito das mulheres a uma velhice vivida com dignidade. Reduzir a idade legal de reforma para os 65 anos. Garantir o direito à reforma e a uma pensão digna. Garantir a reforma sem penalizações aos 60 anos com 40 anos de descontos para a segurança social.
Investir nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, garantindo o acesso de todas as mulheres à saúde, à educação, à cultura, à segurança social, transporte, ao serviço postal, à justiça.
Concretizar uma Rede Pública de creches e outros equipamentos de apoio, de qualidade e a preços acessíveis, aos idosos às pessoas com deficiência e às mulheres vítimas de violência.
Promover campanhas de informação sobre os direitos das mulheres em diversos domínios, ancoradas nos valores de Abril.
Garantir a protecção das mulheres vítimas de violência, aumentando os meios e as respostas efectivas do Estado, e intervir na prevenção das suas causas económicas, sociais, psicológicas e culturais.
Identificar a prostituição como grave forma de violência e exploração das mulheres, prevenindo as causas deste grave flagelo social e tomando medidas adequadas de protecção e inserção social das mulheres prostituídas.
Concretizar os direitos das mulheres, na lei e na vida
O PCP tem dado um contributo sem paralelo para o aprofundamento da legislação que consagra os direitos das mulheres. Mas não basta a lei consagrá-los. É preciso que sejam exercidos todos os dias.
O PCP luta por uma política alternativa que tenha como prioridades:
Prevenir e combater as discriminações que atingem de forma específica as mulheres.
Eliminar todas as formas de exploração e de violência contra as mulheres.
Promover o exercício pleno dos direitos das mulheres, na família, no trabalho, na vida política e social.
Desigualdades e discriminações
Permanecem as causas estruturantes das desigualdades e discriminações das mulheres e as situações de incumprimento dos seus direitos.
Desigualdade e pobreza
A pobreza tem forte incidência entre as mulheres, persistem as desigualdades de acesso à saúde e à saúde sexual e reprodutiva e a outros importantes serviços públicos e funções sociais do Estado.
Sobrecarga com as tarefas domésticas e familiares
São as trabalhadoras que despendem mais horas com tarefas domésticas e cuidados à família – mais baixos rendimentos não lhes permitem outras soluções que as aliviem da sobrecarga. E os governos têm ignorado a necessidade de uma Rede Pública de equipamentos e serviços em todo o país de apoio à família, às crianças e jovens, aos idosos e às pessoas com deficiência.
Incumprimento dos direitos de maternidade e paternidade
A decisão de ser mãe constitui um factor de discriminação das trabalhadoras no acesso ao emprego, na remuneração e progressão na profissão. São crescentes as limitações ao exercício integral da licença de maternidade e ao direito de acompanhamento dos filhos. A decisão de ter filhos vai sendo adiada, perante a total desresponsabilização do Estado na necessária renovação de gerações.
Intensificação da exploração laboral
Taxas de desemprego e de precariedade laboral elevadas; mais baixos salários e discriminações salariais com reflexo em mais baixos valores das prestações sociais (maternidade, desemprego, velhice); degradação do estatuto sócio-profissional das trabalhadoras; crescente desregulação dos horários de trabalho e do número de mulheres que trabalham ao sábado e domingo, o que torna o dia-a-dia das trabalhadoras mais penoso e desgastante.
Esta realidade não é uma fatalidade.
É necessário lutar por uma política alternativa.
As mulheres e o país precisam que os direitos se cumpram, que a igualdade seja uma realidade!