Extracto da intervenção de Carlos Carvalhas,
Secretário-geral do PCP
no Festa-Comício da CDU
Porto, 2 de Março de 2002
(...)
É preciso desmascarar a política de Frei Tomás.
O PSD procura fazer esquecer a arrogância do cavaquismo, o
seu despesismo, o clientelismo laranja a repressão sobre
os trabalhadores e os utentes de que são simbolos a luta
da Pereira Roldão na Marinha Grande e a Ponte sobre o Tejo,
e o PS a governação recente, os escândalos da
Fundação para a Prevenção Rodoviária,
da taxa de alcoolemia, a privatização da Galp, da
Brisa, o escândalo da TAP e da Swissair, a prática
dos jobs for the boys, os recuos na reforma fiscal!
Pela nossa parte queremos ser julgados pelo que dizemos, pelo que
fazemos e pelo que fízemos.
(...)
Temos que lembrar para que ninguém se esqueça do
que significaram as maiorias absolutas do PSD e de Cavaco Silva,
para que toda a gente se lembre que o grande problema do PS nos
últimos seis anos não foi não ter uma maioria
absoluta mas sim ter uma política que na maior parte dos
aspectos foi absolutamente incapaz de dar resposta aos problemas
nacionais.
E que ninguém se esqueça que o Governo do PS não
caiu por nenhum votação na Assembleia da República,
mas sim porque se desgastou espantosamente nos últimos dois
anos e porque, a sequência das autárquicas, o Primeiro-
Ministro resolveu "dar à sola" e provocar eleições
antecipadas.
(...)
Temos de insistir junto destes eleitores que se lembrem que depois
destas eleições virão quatro anos onde serão
confrontados com decisões, com políticas e medidas
e que nessa altura se verá de que lado é que vão
estar aqueles que agora receberem os seus votos.
Por fim, mas talvez este seja o eixo de esclarecimento mais decisivo
que nos cumpre desenvolver e levar a toda a parte, não faltarão
eleitores de esquerda que, tal como nós, consideram que seria
uma evolução muito negativa e indesejável o
regresso da direita ao Governo mas que depois erradamente pensam
que a única maneira de impedir esse regresso é votar
no PS.
E quanto mais nos aproximarmos de 17 de Março, mais o PS
e Ferro Rodrigues vão procurar ampliar esta confusão
e este equívoco, mais o PS vai querer aparecer como o grande
adversário da direita - (que pena não se terem lembrado
disso nestes últimos seis anos).
Por isso em toda a parte e em todas ocasiões temos de lembrar
e insistir mais e mais que os votos na CDU e os deputados eleitos
pelo PCP e pelo PEV são sempre votos e deputados que a direita
não terá e que, por isso, contribuem sempre para que
a direita permaneça em minoria na Assembleia da República.
O PS vai pedir insistentemente votos à esquerda para "derrotar
a direita" mas se conseguissem que a CDU saísse enfraquecida
destas eleições logo aproveitariam isso para voltar
às mesmas alianças e entendimentos com a direita.
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