ESTE PACOTE LABORAL ESTÁ
LIGADO
AO ATAQUE À SEGURANÇA SOCIAL PÚBLICA
O Sistema Público de Segurança Social movimenta,
por ano, mais de 3 000 milhões de contos, sem contar
com os meios financeiros resultantes das economias acumuladas
no Fundo de Estabilização Financeira da Segurança
Social, que ultrapassam os 870 milhões de contos. São
estas vultuosas receitas que estão na mira dos bancos
e seguradoras e que fundamentam a urgência do Governo
PSD/CDS-PP em fazer aprovar uma nova Lei de Bases de Segurança
Social.
A introdução de tectos contributivos
- um passo para a privatização da Segurança
Social
Trata-se de uma ameaça aos direitos quer dos trabalhadores
que vierem a ser visados por esta medida (os valores dos tectos
só serão definidos na futura regulamentação
da lei), quer do conjunto dos beneficiários do Sistema
Público de Segurança Social. E porquê?
Transforma as contribuições dos trabalhadores
que venham a ser abrangidos pelos tectos contributivos em
fontes de incalculáveis lucros para os bancos e seguradoras
que gerem os Fundos de Pensões e impõe-lhes
que se sujeitem e assumam todos os riscos da sua futura pensão
- que fica à mercê da especulação
bolsista e da volatibilidade dos mercados financeiros.
O que o Governo PSD/CDS-PP pretende é que as futuras
gerações de trabalhadores e de trabalhadoras
troquem reformas certas, que o sistema público garante
por reformas incertas. Pretende isentar o patronato de contribuir
para a formação das reformas destes trabalhadores.
Em causa estarão, ainda, os futuros valores dos subsídios
de desemprego, de doença e de outras prestações,
que poderão vir a ser mais baixos porque a atribuição
destes subsídios é calculada em função
do valor do salário declarado para o Sistema Público
de Segurança Social.
A introdução destes tectos contributivos afectará
o conjunto dos beneficiários do sistema público
porque vai destruir o princípio de solidariedade entre
todos ( incluindo os contribuintes com descontos mais elevados),
levará a quebras de receitas para a segurança
social e destruirá o princípio da universalidade
dos direitos. Conclusão: destruindo estes direitos
não haverá uma protecção social
adequada aos que mais precisam. Importa, também, recordar
que não há pensões de reforma condignas
reduzindo as receitas do Sistema Público de Segurança
Social e mantendo salários baixos, já que são
estes que servem de base ao seu cálculo.
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