De acordo com o art.º 2º do Código Bagão
Félix as comissões de trabalhadores passariam
a poder negociar Acordos Gerais de Empresa. E segundo o nº2
do art.º 558º do mesmo código “o acordo
considera-se ratificado pelos trabalhadores se tiver os votos
favoráveis dos votantes desde que estes correspondam
a 25% dos trabalhadores da empresa”. Isto significa,
que um acordo destes para ser ratificado bastaria que votassem
25% dos trabalhadores da empresa, e que 13% dessem o seu acordo
para poder ser aplicado a todos os trabalhadores da empresa
com força legal.
Mas, curiosamente, querem reduzir a metade o crédito
de horas para o exercício das suas funções.
O objectivo é claro: - por um lado, as comissões
de trabalhadores passariam a ter poder para negociar acordos
o que não acontecia até aqui, e que determinaria
a marginalização dos sindicatos; por outro lado,
como as comissões do trabalhadores são constituídas
por elementos da própria empresa, muito mais sujeitos
à repressão e manipulação patronal
(e com direitos mais reduzidos), o Governo naturalmente espera
assim que a entidade patronal imponha mais facilmente as suas
condições; finalmente, todos têm a secreta
esperança de impor nas comissões dos trabalhadores
elementos afectos à administração, o
que determinaria nas empresas onde a influência sindical
fosse mais fraca que se teria a caricata situação
da administração está representada de
um lado e de outro a negociar acordos gerais de empresa, o
que facilitaria a repressão e a exploração
patronal.
Penalizando as CTs actualmente existentes que de uma forma
geral cooperam e coordenam a sua acção com o
movimento sindical e pensando poder criar “comissões
de empresa ou de patrão” onde não existam,
o Governo quer “matar dois coelhos duma só cajadada”.
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